MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
25)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Num grupo destinado ao serviço dos passes, é bom que os
médiuns sejam sempre os
mesmos?
Sim. Contudo, em casos
de impedimento justo,
podem ser substituídos,
embora nessas
circunstâncias se
verifiquem,
inevitavelmente,
pequenos prejuízos
resultantes do natural
desajuste. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17,
pp. 163 e 164.)
B. Na aplicação dos passes é necessário o contato físico com
o enfermo?
Não, pois os recursos
magnéticos aplicados a
reduzida distância
penetram assim mesmo o “halo
vital” ou a aura dos
doentes, provocando
nestes as modificações
desejadas. Vendo os
médiuns passistas em
ação, André Luiz diz que
pareciam duas pilhas
humanas deitando raios
de espécie múltipla, a
lhes fluírem das mãos,
depois de lhes
percorrerem a cabeça, ao
contacto dos benfeitores
espirituais.
(Obra citada, cap. 17,
pp. 164 a 166.)
C. Por que a fé do enfermo é importante na ação magnética
curadora?
A explicação de Aulus foi dada quando André
reparou que alguns
enfermos não logravam a
mais leve melhoria,
visto que as irradiações
magnéticas não lhes
penetravam o veículo
orgânico. Qual seria o
motivo? “Falta-lhe o
estado de confiança”,
informou Aulus. A fé
é, nesses casos,
indispensável. “Em
fotografia precisamos da
chapa impressionável
para deter a imagem,
tanto quanto em
eletricidade carecemos
do fio sensível para a
transmissão da luz. No
terreno das vantagens
espirituais, é
imprescindível que o
candidato apresente uma
certa tensão favorável.
Essa tensão decorre da
fé.” Ele referia-se
à fé, não como crença
cega, mas como atitude
de segurança íntima,
reverente e submissa,
diante das Leis Divinas,
em cuja sabedoria e amor
procuramos arrimo. “Sem
recolhimento e respeito
na receptividade, não
conseguimos fixar os
recursos imponderáveis
que funcionam em nosso
favor, porque o escárnio
e a dureza de coração
podem ser comparados a
espessas camadas de gelo
sobre o templo da alma.”
(Obra
citada, cap. 17, pp. 166
a 168.)
Texto para leitura
73. Passista: singela tomada elétrica
– Hilário perguntou se
Conrado permanecia
frequentemente ali. O
mentor informou que
tomara sob sua
responsabilidade os
serviços assistenciais
da instituição, em favor
dos doentes, duas noites
por semana, atendendo
não só os encarnados,
mas os necessitados de
qualquer procedência.
Conrado disse integrar
um quadro de auxiliares,
de acordo com a
organização estabelecida
pelos mentores da Esfera
Superior, o que indicava
que ali havia
colaboradores
espirituais devidamente
fichados, tal como
ocorre a médicos e
enfermeiros num hospital
terrestre comum. Aulus
confirmou-o, explicando:
“Tanto entre os
homens como entre nós,
que ainda nos achamos
longe da perfeição
espiritual, o êxito do
trabalho reclama
experiência, horário,
segurança e
responsabilidade do
servidor fiel aos
compromissos. A lei não
pode menosprezar as
linhas da lógica”.
E os médiuns? Eram
sempre os mesmos?
Conrado de pronto
respondeu: “Sim,
contudo em casos de
impedimento justo, podem
ser substituídos, embora
nessas circunstâncias se
verifiquem,
inevitavelmente,
pequenos prejuízos
resultantes de natural
desajuste”. A prece
é importante na
preparação do trabalho?
“Sem dúvida”,
respondeu o benfeitor. “A
oração é prodigioso
banho de forças, tal a
vigorosa corrente mental
que atrai. Por ela,
Clara e Henrique
expulsam do próprio
mundo interior os
sombrios remanescentes
da atividade comum que
trazem no círculo diário
de luta e sorvem do
nosso plano as
substâncias renovadoras
de que se repletam, a
fim de conseguirem
operar com eficiência, a
favor do próximo. Desse
modo, ajudam e acabem
sendo firmemente
ajudados.” Aludindo,
em seguida, ao problema
da exaustão das forças
magnéticas, Conrado
disse que isso não se
dá: “Tanto quanto
nós, eles não comparecem
aqui com a pretensão de
serem os senhores do
benefício, mas sim na
condição de
beneficiários que
recebem para dar. A
oração, com o
reconhecimento de nossa
desvalia, coloca-nos na
posição de simples elos
de uma cadeia de
socorro, cuja orientação
reside no Alto. Somos
nós aqui, neste recinto
consagrado à missão
evangélica, sob a
inspiração de Jesus,
algo semelhante à
singela tomada elétrica,
dando passagem à força
que não nos pertence e
que servirá na produção
de energia e luz”.
(Cap. 17, págs. 163 e
164.)
74. Raios fluem das mãos dos médiuns
- Iniciando o serviço
dos passes, pequena
multidão de encarnados e
desencarnados
aglomerou-se à entrada,
mas companheiros da casa
controlavam-lhes os
movimentos. Enfermos de
variada expressão
entravam esperançosos e
retiravam-se, depois de
atendidos, com evidentes
sinais de reconforto,
porque das mãos de Clara
e Henrique
irradiavam-se luminosas
chispas,
comunicando-lhes vigor e
refazimento. Na maioria
dos casos, os médiuns
não precisavam tocar o
corpo dos pacientes, de
modo direto, pois os
recursos magnéticos
aplicados a reduzida
distância penetravam
assim mesmo o “halo
vital” ou a aura dos
doentes, provocando
nestes modificações
subitâneas. Os médiuns
passistas pareciam duas
pilhas humanas deitando
raios de espécie
múltipla, a lhes fluírem
das mãos, depois de lhes
percorrerem a cabeça, ao
contacto do irmão
Conrado e de seus
colaboradores. Por que a
energia transmitida
pelos amigos espirituais
circulava primeiramente
na cabeça dos médiuns? “Ainda
aqui – informou Aulus –,
não podemos subestimar a
importância da mente. O
pensamento influi de
maneira decisiva na
doação de princípios
curadores. Sem a ideia
iluminada pela fé e pela
boa-vontade, o médium
não conseguiria ligação
com os Espíritos amigos
que atuam sobre essas
bases.” André
observou, no entanto,
que existem pessoas bem
dotadas de força
magnética perfeitamente
despreocupadas do
elemento moral... Aulus
lembrou que o potencial
magnético é peculiar a
todos, com expressões
que se graduam no
infinito. Evidentemente,
tais indivíduos podem
curar, mas “acidentalmente,
quando o enfermo é
credor de assistência
espiritual imediata, com
a intervenção de amigos
que o favorecem”. “Fora
disso, os que abusam
dessa fonte de energia,
explorando-a ao seu
bel-prazer, quase sempre
resvalam para
desmoralização de si
mesmo, porque
interferindo num campo
de forças que lhes é
desconhecido, guiados
tão-somente pela vaidade
ou pela ambição
inferior, fatalmente
encontram entidades que
com eles se afinam,
precipitando-se em
difíceis situações que
não vêm à baila
comentar.” (Cap. 17,
págs. 164 a 166.)
75. Onde há humildade e amor, eis aí o
amparo divino –
O Assistente ponderou
que, para a sustentação
de um serviço metódico
de cura, é indispensável
contar com o coração
nobre e a mente pura, no
exercício do amor, da
humildade e da fé viva,
afim de que os raios do
poder divino encontrem
acesso e passagem por
nós, a benefício dos
outros. Haveria
necessidade de se
promoverem, para tal
esforço, estudos
especiais? Aulus
respondeu: “Importa
ponderar que em qualquer
setor de trabalho a
ausência de estudo
significa estagnação.
Esse ou aquele
cooperador que desistam
de aprender,
incorporando novos
conhecimentos,
condenam-se às
atividades de subnível,
todavia, em se tratando
de socorro magnético,
tal qual é administrado
aqui, convém lembrar que
a tarefa é de
solidariedade pura, com
ardente desejo de
ajudar, sob a invocação
da prece. E toda oração,
filha da sinceridade e
do dever bem cumprido,
com respeitabilidade
moral e limpeza de
sentimentos, permanece
tocada de incomensurável
poder”. “Analisada a
questão nestes termos,
todas as pessoas dignas
e fervorosas, com o
auxílio da prece, podem
conquistar a simpatia de
veneráveis
magnetizadores do Plano
Espiritual, que passam,
assim, a mobilizá-las na
extensão do bem. Não nos
achamos à frente do
hipnotismo espetacular,
mas sim num gabinete de
cura, em que os médiuns
transmitem os benefícios
que recolhem, sem a
presunção de doá-los de
si mesmos. É importante
não esquecer essa
verdade para deixarmos
bem claro que, onde
surjam a humildade e o
amor, o amparo divino é
seguro e imediato.”
O serviço prosseguia. Os
doentes entravam dois a
dois, sendo
carinhosamente atendidos
por Clara e Henrique,
sob a assistência de
Conrado e seus
colaboradores.
Obsidiados ganhavam
ingresso no recinto,
acompanhados de frios
verdugos, no entanto,
com o toque dos médiuns
sobre a região cortical,
depressa se desligavam,
à espera das vítimas,
com a maioria das quais
se reacomodavam, de
pronto. André reparou
que alguns enfermos não
logravam a mais leve
melhoria; as irradiações
magnéticas não lhes
penetravam o veículo
orgânico. Qual seria o
motivo? “Falta-lhe o
estado de confiança”,
informou Aulus. A fé
é, nesses casos,
indispensável. “Em
fotografia precisamos da
chapa impressionável
para deter a imagem,
tanto quanto em
eletricidade carecemos
do fio sensível para a
transmissão da luz. No
terreno das vantagens
espirituais – elucidou o
Assistente –, é
imprescindível que o
candidato apresente uma
certa tensão favorável.
Essa tensão decorre da
fé.” Ele referia-se
à fé, não como crença
cega, mas como atitude
de segurança íntima,
reverente e submissa,
diante das Leis Divinas,
em cuja sabedoria e amor
procuramos arrimo. “Sem
recolhimento e respeito
na receptividade, não
conseguimos fixar os
recursos imponderáveis
que funcionam em nosso
favor, porque o escárnio
e a dureza de coração
podem ser comparados a
espessas camadas de gelo
sobre o templo da alma.”
(Cap. 17, págs. 166 a
168.)
(Continua no próximo
número.)