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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 186 - 28 de Novembro de 2010

PEDRO DE ALMEIDA LOBO
lobocmemtms@terra.com.br
Campo Grande, Mato Grosso do Sul (Brasil)
 

Linguagem do amor


Conta uma história que aquela era uma menina que, aos 14 anos de idade, fora acometida por uma doença oftalmológica que redundou numa deficiência visual em ambas as vistas.

Enquanto ainda enxergava, sua paixão era a pintura em tela. De fato, pintava muito bem.

Para evitar traumatismo psicológico, seus pais resolveram mudar para uma cidade distante e desconhecida, que era um verdadeiro celeiro de grandes e renomados artistas.

Era praxe, todo final de ano, realizar-se um concurso incluindo várias modalidades de artes. Ela, humildemente, se inscreveu, na categoria “pintura em tela”.

No dia da proclamação do resultado, o anfiteatro estava com sua capacidade máxima esgotada. A curiosidade preponderava dentre os concorrentes de sempre. Para surpresa geral, ao serem anunciados e exibidos os três quadros vencedores, depois de acirrada disputa, o nome do autor daquele que se consagrou em primeiro lugar era totalmente desconhecido. 

Causou espanto ao constatarem que se tratava de uma deficiente visual. A notícia soou com fortes doses de suspeita de irregularidade, no tocante à capacidade da autora e à seriedade do julgamento.

Os responsáveis maiores pelo concurso, para se resguardarem das imprevisíveis consequências, reuniram-se e, por unanimidade, adicionaram uma cláusula de última hora, para que fosse tudo esclarecido.

O vencedor da obra classificada em primeiro lugar deveria pintar um quadro na frente da banca julgadora. Foram providenciados pincéis e tela.

O presidente da comissão julgadora disse àquela menina: – Você tem 5 minutos para pintar o que você quiser.

Ela lhe perguntou: – Qual o santo de sua devoção?

Resposta: – Sagrado Coração de Jesus.

Em alguns minutos, um lindo quadro com a imagem desse Santo estava pintado. A platéia, emocionada, murmurava, enquanto o responsável, admirado, lhe perguntou:

– Menina, como você pode fazer isso?

Ela respondeu: – A Mamãe Natureza permite que os “deficientes físicos” laborem através de múltiplos sentidos e interajam pela linguagem do Amor.

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita