MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
26)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como o instrutor
Aulus define o passe?
Segundo Aulus, o passe é
uma transfusão de
energias, alterando o
campo celular. Para
explicar suas palavras,
ele disse: “Vocês sabem
que na própria ciência
humana de hoje o átomo
não é mais o tijolo
indivisível da
matéria... que, antes
dele, encontram-se as
linhas de força,
aglutinando os
princípios subatômicos,
e que, antes desse
princípio, surge a vida
mental determinante...
Tudo é espírito no
santuário da natureza”.
E aduziu: “Renovemos o
pensamento e tudo se
modificará conosco”. Na
assistência magnética,
os recursos espirituais
se entrosam entre a
emissão e a recepção,
ajudando a criatura
necessitada para que ela
ajude a si mesma. “A
mente reanimada reergue
as vidas microscópicas
que a servem, no templo
do corpo, edificando
valiosas reconstruções.”
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 17,
pp. 168 a 170.)
B. O passe pode ser
ministrado a distância?
Sim, desde que haja
sintonia entre aquele
que o administra e
aquele que o recebe.
“Nesse caso – explicou
Aulus –, diversos
companheiros espirituais
se ajustam no trabalho
do auxílio, favorecendo
a realização, e a prece
silenciosa será o melhor
veículo da força
curadora.”
(Obra citada, cap. 17,
pp. 168 a 170.)
C. Os protetores
espirituais podem
solucionar de forma
decisiva os nossos
problemas?
Não. É um equívoco
bastante comum esperar
do Céu uma solução
decisiva e absoluta para
os nossos problemas. Tal
atitude decorre de
antiga viciação mental
no Planeta. “Jesus, o
Governador Espiritual do
Mundo, auxiliou a
doentes e aflitos –
lembrou Aulus –, sem
retirá-los das questões
fundamentais que lhes
diziam respeito. Zaqueu,
o rico prestigiado pela
visita que lhe foi
feita, sentiu-se
constrangido a modificar
a sua conduta. Maria de
Magdala, que lhe recebeu
carinhosa atenção, não
ficou livre do dever de
sustentar-se no árduo
combate da renovação
interior...” Dito
isso, Aulus aduziu: “Segundo
reconhecemos, seria
ilógico aguardar dos
desencarnados a
liquidação total das
lutas humanas. Isso
significaria furtar o
trabalho que corresponde
ao sustento do servidor,
ou subtrair a lição ao
aluno necessitado de
luz”.
(Obra citada, cap. 18,
pp. 173 e 174.)
Texto para leitura
76. Renovar o
pensamento é fundamental
– A convite de Aulus,
André Luiz aproximou-se
de idosa matrona que
aguardava a sua vez no
serviço dos passes. A
senhora sustentava-se
dificilmente de pé, com
o ventre volumoso e o
semblante dolorido. Seu
fígado demonstrava a
dilatação característica
das pessoas que sofrem
de insuficiência
cardíaca. As células
hepáticas pareciam vasta
colmeia, trabalhando sob
enorme perturbação. A
vesícula congestionada
levou-o a inspecionar o
intestino. A bile
comprimida atingira os
vasos e assaltava o
sangue. A icterícia
mostrava-se
insofismável. Conrado
confirmou: “Sim, é
uma icterícia
complicada. Nasceu de
terrível acesso de
cólera, em que nossa
amiga se envolveu no
reduto doméstico.
Rendendo-se,
desarvorada, à
irritação, adquiriu
renitente hepatite, da
qual a icterícia é a
consequência.” (N.R.:
Icterícia – estado
mórbido que se
caracteriza pelo aumento
de bilirrubina no
sangue, com deposição
consecutiva desse
pigmento nos vários
tecidos, particularmente
na pele e nas mucosas,
donde a cor amarelada
apresentada pelo
paciente.) Conrado,
impondo a destra sobre a
fronte da médium,
comunicou-lhe radiosa
corrente de forças e
inspirou-a a movimentar
as mãos sobre a doente,
desde a cabeça até o
fígado enfermo. O córtex
encefálico revestiu-se
de substância luminosa
que, descendo em fios
muito tênues, alcançou o
campo visceral. A
senhora mostrou imediato
alívio e retirou-se
satisfeita, prometendo
voltar ao tratamento.
Estaria ela curada?
Aulus respondeu: “Isso
é impossível; temos aí
órgãos e vasos
comprometidos. O tempo
não pode ser desprezado
na solução.” E
explicou: “O passe é
uma transfusão de
energias, alterando o
campo celular. Vocês
sabem que na própria
ciência humana de hoje o
átomo não é mais o
tijolo indivisível da
matéria... que, antes
dele, encontram-se as
linhas de força,
aglutinando os
princípios subatômicos,
e que, antes desse
princípio, surge a vida
mental determinante...
Tudo é espírito no
santuário da natureza.
Renovemos o pensamento e
tudo se modificará
conosco. Na assistência
magnética, os recursos
espirituais se entrosam
entre a emissão e a
recepção, ajudando a
criatura necessitada
para que ela ajude a si
mesma.” “A mente
reanimada reergue as
vidas microscópicas que
a servem, no templo do
corpo, edificando
valiosas reconstruções.
O passe, como
reconhecemos, é
importante contribuição
para quem saiba
recebê-lo, com o
respeito e a confiança
que o valorizam.”
Podemos ministrá-lo a
distância? “Sim,
desde que haja sintonia
entre aquele que o
administra e aquele que
o recebe”, respondeu
Aulus. “Nesse caso,
diversos companheiros
espirituais se ajustam
no trabalho do auxílio,
favorecendo a
realização, e a prece
silenciosa será o melhor
veículo da força
curadora.” (Cap.
17, págs. 168 a 170.)
77. A
vida terrena é muito
curta
– No salão, enquanto
Ambrosina continuava
psicografando mensagens
endereçadas aos
presentes, um dos
oradores falava ao
público. Alguns
encarnados jaziam
impermeáveis e
sonolentos, vampirizados
por obsessores
caprichosos que os
acompanhavam de perto;
contudo, muitos
desencarnados de mediana
compreensão ouviam,
solícitos e sinceramente
aplicados ao ensino
consolador. Gabriel a
tudo presidia com
firmeza e nada lhe
escapava à percepção.
Aludindo às mensagens
recebidas pela médium, o
Assistente explicou que
se tratava de respostas
reconfortantes a
companheiros que
solicitaram assistência
e consolo dos Espíritos.
As mensagens traziam a
solução definitiva para
os problemas expostos? “Isso
não – aclarou Aulus –;
entre o auxílio e a
solução vai sempre
alguma distância em
qualquer dificuldade, e
não podemos esquecer que
cada um de nós possui os
seus próprios enigmas.”
Hilário então indagou: “Se
é assim, por que motivo
o intercâmbio?” O
Assistente respondeu: “Não
te esqueças do
impositivo da cooperação
na estrada de cada ser.
Na vida eterna, a
existência no corpo
físico, por mais longa,
é sempre curto período
de aprendizagem. E não
nos cabe olvidar que a
Terra é o campo onde
ferimos a nossa batalha
evolutiva. Dentro dos
princípios de causa e
efeito, adquirimos os
valores da experiência
com que estruturamos a
nossa individualidade
para as Esferas
Superiores. A mente, em
verdade, é o caminheiro
buscando a meta da
angelitude, contudo, não
avançará sem auxílio.
Ninguém vive só. Os
pretensos mortos
precisam amparar os
companheiros em estágio
na matéria densa,
porquanto em grande
número serão compelidos
a novos mergulhos na
experiência carnal”. “É
da Lei que a sabedoria
socorra a ignorância,
que os melhores ajudem
os menos bons.”
(Cap. 18, págs. 171 a
173.)
78. O caso do
filho angustiado
– Aulus explicou, ainda,
que os homens, ao
cooperarem com os
Espíritos esclarecidos e
benevolentes, atraem
simpatias preciosas para
a vida espiritual, e as
entidades amigas,
auxiliando os
encarnados, constroem
facilidades para o dia
de amanhã, quando de
volta à lide terrestre.
O equívoco dos homens
está em esperar do Céu
uma solução decisiva e
absoluta para os seus
problemas. Tal atitude
decorre de antiga
viciação mental no
Planeta. “Jesus, o
Governador Espiritual do
Mundo, auxiliou a
doentes e aflitos –
lembrou o Assistente –,
sem retirá-los das
questões fundamentais
que lhes diziam
respeito. Zaqueu, o rico
prestigiado pela visita
que lhe foi feita,
sentiu-se constrangido a
modificar a sua conduta.
Maria de Magdala, que
lhe recebeu carinhosa
atenção, não ficou livre
do dever de sustentar-se
no árduo combate da
renovação interior...”
Dito isso, Aulus
concluiu: “Segundo
reconhecemos, seria
ilógico aguardar dos
desencarnados a
liquidação total das
lutas humanas. Isso
significaria furtar o
trabalho que corresponde
ao sustento do servidor,
ou subtrair a lição ao
aluno necessitado de
luz.” Nesse ponto,
perto de André,
simpática senhora
monologava em
pensamento: “Meu
filho! Meu filho! Se
você não está morto,
visite-me! Venha! Venha!
Estou morrendo de
saudade, de angústia!...
fale-me alguma palavra
pela qual nos
entendamos... Se tudo
não está acabado,
aproxime-se da médium e
comunique-se! É
impossível que você não
tenha piedade...” As
frases amargas, embora
inarticuladas, atingiram
André e seus amigos,
qual se fossem
arremessadas ao ambiente
em voz abafadiça. Leve
rumor à retaguarda
seguiu-se, então. Era o
filho desencarnado que,
apresentando-se em
lastimáveis condições,
avançou para a triste
mulher, dominado por
invencível atração. “Mãe!
Mãe! – gritava de
joelhos, como
atormentada criança –
não me abandone!...
Estou aqui, ouça-me! Não
morri... perdoe-me,
perdoe-me!... sou um
renegado, um
náufrago!... Busquei a
morte quando eu deveria
viver para o seu
carinho! Agora sim! Vejo
o sofrimento de perto e
desejaria aniquilar-me
para sempre, tal a
vergonha que me aflige o
coração!...” A
matrona não viu o filho,
mas registrou-lhe a
presença, em forma de
intraduzível ansiedade.
(Cap. 18, págs. 173 e
174.)
(Continua no próximo
número.)