– Jesus deixou-se
sacrificar para
exemplificar seus
ensinamentos. Isso gerou
algum compromisso nosso,
coletivo, para com
Jesus?
Raul Teixeira:
Não é que isso tenha
gerado um compromisso
nosso para com Jesus,
porque não foi a
humanidade como um todo
que cometeu o desatino.
Quando falamos que o
mundo deve isso a Jesus,
me diz o Espírito
Camilo: é porque aqueles
12 homens que Ele
escolheu representavam a
humanidade daquela
época.
Aprendemos, com a
teologia judaica, que
eles representavam as
doze tribos de Israel,
mas isso tem um outro
sentido. Jesus não
queria escolher doze
santos, mas indivíduos
que representassem toda
a humanidade – o
carinhoso, o grotesco, o
rude, o intelectual e o
politiqueiro, como era
Judas.
Começamos a perceber e a
nos dar conta de como
era importante Jesus
Cristo viver com aquelas
pessoas. Não foi fácil
para Ele. Quantas vezes
Ele interrogava os
amigos: O que é que
vocês vinham discutindo
pelos caminhos? E o
que discutiam era de
quem Jesus gostava mais.
Eram as mesmas picuinhas
que encontramos hoje nos
movimentos religiosos.
E Jesus pediu ao Pai na
chamada Oração
Sacerdotal: Senhor,
eu não vos peço que os
tireis do mundo, eu vos
peço que os livreis do
mal.
O problema não é
vivermos no mundo com as
nossas experiências de
crescimento, é nos
voltarmos para o mal. As
criaturas, representadas
naqueles doze apóstolos,
estão na nossa casa, no
nosso trabalho
profissional, na rua!
Jesus nos ensinou como
lidar, que discursos e
sentimentos acionar, com
quem tem menos, com quem
tem mais, com
ignorantes, sábios, com
a prostituta, com o
ladrão. Ele é para nós a
verdadeira referência: Caminho,
Verdade e Vida, ou
Caminho da Verdade e da
Vida, ou Caminho para a
Verdadeira Vida.
Extraído de entrevista
publicada pelo jornal
espírita
Libertador
em junho/julho de 2010.
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