CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
O significado do
Natal...
De maneira
assumidamente
teimosa,
persisto em
considerar o
Natal a data
mais bela do
ano.
Há muita
controvérsia em
torno disso. “O
Natal não é uma
data para
todos!”, alegam
muitos que,
lendo o que
escrevi acima de
maneira
precipitada,
logo me tacharão
de “burguesa
feliz”.
Calma! Vamos
explicar...
A época em que
vivemos é de tal
monta de
turbulência, que
já vejo gente
até irritada com
a própria imagem
de Jesus –
literalmente! Há
quem alegue que
não existiu, ou
que se existiu,
não foi
exatamente quem
dizem que foi,
que tudo a
respeito disso
foi adulterado,
que a nossa
civilização
cristã, em
consequência,
foi construída
sobre um
engodo... Em
resumo: uma
bagunça.
Natal virou
sinônimo de
tudo, menos
daquilo que
verdadeiramente
deveria
significar.
Compras,
compras,
compras, cujo
fundo é ‘ter’,
‘ter’, ‘ter’...
Ora, sob esta
ótica, bem
compreensível se
torna que
aqueles muitos
que vivem à
margem das
possibilidades
desta sociedade
consumista,
autodevoradora,
não nutram por
essa data o
mínimo respeito.
Nem pela data,
nem por seu
principal
personagem.
Veremos, assim,
que na ótica
da data é que se
acha o
mal-entendido.
Tudo questão de
ponto de vista.
Lembro-me de ter
visto um filme
sobre a vida de
Jesus (se não me
engano, “O Rei
dos Reis”) em
que, durante uma
palestra nas
montanhas,
alguém
questiona: “Como
ter certeza de
que você é o
esperado? Já
surgiram falsos
profetas
antes...” Ao que
Jesus, de dentro
de sua
inalterada
serenidade,
responde: “Se
estou realizando
o trabalho de
Meu Pai, então
você pode
acreditar em
mim. Mas, se
ainda assim, não
acredita em mim,
acredite apenas
no meu
trabalho.”
Poucas cenas
vistas nos
filmes sobre a
vida do Nazareno
foram desta
elevada beleza.
Porque aí se
acha a chave...
Nos tempos em
que vivemos, e
em focalizando
uma
personalidade
baixada à Terra
há dois mil
anos, chegada é
a hora de nos
atermos “ao
trabalho”, “às
realizações”.
Celebremos o
Natal pela
realização do
seu verdadeiro
significado,
e não por esta
coisa
desnorteante
criada pelo
consumismo
devorador do
nosso século,
que, a bem da
verdade, já
incorre
significativamente
no desagrado de
muitos que não
podem, ou não
conseguem, tanto
material quanto
espiritualmente,
lhe acompanhar o
ritmo
desenfreado...
Quando afianço
que o Natal é a
data mais bela
do ano, afirmo
de dentro
daquela visão
que aprendi a
cultivar na
infância: a
época em que eu
via toda a
família reunida
com os mais
belos sorrisos
nos seus rostos,
confraternizando
a despeito de
todo o enredo,
mais ou menos
acidentado,
vivenciado no
decorrer do ano;
a época em que
mesmo os adultos
se transmudavam
um pouco em
crianças,
enfeitando os
pinheirinhos com
luzes coloridas
e exibindo no
olhar o mesmo
brilho lúdico;
tempos em que se
vivia um pouco
mais de amor, um
pouco mais de
amizade, de
leveza no ar e
nos olhares...
tempos de férias
e de
brincadeiras
entre todos;
lições de
fraternidade
mais fácil
estendida aos
necessitados.
Dias felizes.
Dias de Natal.
Qual foi a
realização
genuína de
Jesus, na sua
significação
mais verdadeira,
se não esta?
Jesus não foi,
em tempo algum,
sinônimo de
consumo material
ou de comilança.
A mensagem maior
de Jesus foi, é,
e sempre será, a
da oitava
purificada do
amor pelo
próximo!
“Quando dois ou
mais se reunirem
em meu nome, lá
eu estarei
presente”;
“Fazei por
qualquer um
destes
pequeninos e
estareis fazendo
por mim”; “Amar
ao próximo como
a ti mesmo, e a
Deus sobre todas
as coisas”...
Já é mais do que
tempo de nos
desfazermos dos
“rótulos”:
Natal, Jesus,
Deus... E
nos atermos à
realização
autêntica,
primeiramente em
nós mesmos, e
daí para a vida
que nos cerca,
do que isto
representa.
Isto é negar
Jesus e o Natal?
Não. Isto é
resgatar seu
verdadeiro
significado,
seriamente
comprometido sob
o que hoje
costuma
representar,
erroneamente,
Jesus e o Natal.
“...Se estou
realizando as
coisas de Meu
Pai e ainda
assim não
puderem
acreditar em
mim, então
acreditem no meu
trabalho”...
Um feliz,
belíssimo Natal
a todos... ainda
e sempre!