O serviço da
perfeição
Meimei
Um velho oleiro,
muito dedicado
ao trabalho,
certa feita
adoeceu
gravemente e
entrou a passar
enormes
dificuldades.
Os parentes, aos
quais ele mais
servira,
moravam em
regiões
distantes e
pareciam haver
perdido a
memória...
Sem ninguém que
o auxiliasse,
passou a viver
da caridade
pública, mas,
quando esmolava,
caiu na via
pública e
quebrou uma das
pernas, sendo
obrigado a
recolher-se à
cama por longo
tempo.
Chorando,
amargurado, fez
uma prece e
rogou a Deus
alguma
consolação para
os seus males.
Então, dormiu e
sonhou que um
anjo lhe
apareceu,
trazendo a
resposta pedida.
O
mensageiro do
Céu conduziu-o
até o antigo
forno em que
trabalhava, e,
mostrando-lhe
alguns formosos
vasos de sua
produção,
perguntou:
—
Como é que você
conseguiu
realizar
trabalhos assim
tão perfeitos?
O
oleiro,
orgulhoso de sua
obra, informou:
-
Usando o fogo
com muito
cuidado e com
muito carinho,
no serviço da
perfeição.
Alguns vasos
voltaram ao
calor intenso
duas ou três
vezes.
-
E sem fogo você
realizaria a sua
tarefa? -
indagou, ainda,
o emissário.
-
Nunca! -
respondeu o
velho, certo do
que afirmava.
-
Assim também -
esclareceu o
anjo, bondoso -,
o sofrimento e a
luta são as
chamas
invisíveis que
Nosso Pai
Celestial criou
para o
embelezamento de
nossas almas,
que um dia serão
vasos sublimes e
perfeitos para o
serviço do Céu.
Nesse instante,
o doente
acordou,
compreendeu a
Vontade Divina e
rendeu graças a
Deus.
Do cap. 17 do
livro Pai
Nosso, de
Meimei, obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.