Tormentos
da
obsessão
A
obsessão
é
enfermidade
de
origem
moral,
exige
terapêutica
específica
radicada
na
transformação
espiritual
para
melhor,
de todos
aqueles
que lhe
experimentam
a
incidência
“Tormentos
da
Obsessão”
é o
título
de um
dos
livros
de
Manoel Philomeno
de
Miranda,
psicografado
por
Divaldo
Franco.
Não é
obra
para ser
lida de
ânimo
ligeiro,
mas para
ser
minuciosamente
“dissecado”
e
re-estudado
em
grupos
de
estudos,
em
especial
por
aqueles
que se
dedicam
aos
misteres
da
mediunidade,
ou seja,
ao
Espiritismo
Prático.
Constituído
por
trezentos
e vinte
e quatro
páginas
emolduradas
por capa policromática,
contendo
surpreendentes
e
dolorosas
revelações,
essa
obra
situa-se
como um
verdadeiro
marco na
bibliografia
espiritista.
Ali os
Espíritos
de escol
como o
Dr.
Bezerra
de
Menezes,
Eurípedes Barsanulfo,
Dr.
Ignácio
Ferreira
e
outros,
deixam
suas
luminosas
pegadas
muito
bem
realçadas
por
Manoel Philomeno
de
Miranda.
Dentre
as
muitas
revelações
graves
que nos
devem
remeter
a
profundas
reflexões
sobre a
nossa
performance
espírita,
destacamos,
em
letras
garrafais
e
negritadas,
esta
frase de
Eurípedes
Barsanulfo,
exarada
à página
trezentos
e
dezenove:
“Os
espíritas
estão
desencarnando
muito
mal”.
“Que
estão
fazendo
aqueles
que se
comprometeram
amar,
ajudar-se
reciprocamente,
fornecendo
as
certezas
da
imortalidade
do
Espírito
e da
Justiça
Divina?
Enleados
pelos
vigorosos
fios da
soberba
e da
presunção,
creem-se
especiais
e
dotados
com
poderes
de a
tudo e a
todos
agredir
e
malsinar.
Como
consequência
dessa
atitude
enferma,
estão
desencarnando
muito
mal
incontáveis
trabalhadores
das
lides
espíritas
que,
ao
inverso,
deveriam
estar em
condições
felizes.
O
retorno
de
expressivo
número
deles ao
Grande
Lar tem
sido
doloroso
e
angustiante,
conforme
constatamos
nas
experiências
vivenciadas
em nossa
Esfera
de
atividades
fraternal
e
caridosa...”
Na
questão
novecentos
e
oitenta
e dois
de “O
Livro
dos
Espíritos”,
o
ínclito
Mestre
Lionês
indaga
dos
Espíritos
Superiores
se
“será
necessário
que
professemos
o
Espiritismo
e
creiamos
nas
manifestações
espíritas
para
termos
assegurada
a nossa
sorte na
Vida
Futura”.
Os
Espíritos
Amigos
respondem
que
“se
assim
fosse,
seguir-se-ia
que
estariam
deserdados
todos os
que não
creem.
Só o bem
assegura
a sorte
futura”.
Kardec
aduz
ainda o
seguinte
comentário:
“A
crença
no
Espiritismo
ajuda o
homem a
se
melhorar,
firmando-lhe
as
ideias
sobre
certos
pontos
do
futuro.
Apressa
o
adiantamento
dos
indivíduos
e das
massas,
porque
faculta
nos
inteiremos
do que
seremos
um dia.
É um
ponto de
apoio;
uma luz
que nos
guia. O
Espiritismo
ensina o
homem a
suportar
as
provas
com
paciência
e
resignação;
afasta-o
dos atos
que
possam
retardar-lhe
a
felicidade,
mas
ninguém
diz que,
sem ele,
não
possa
ela ser
conseguida”.
Mas
perguntamos
nós: Por
que a
felicidade
e a
ventura
não
estão
sendo
conquistadas
“post
mortem”
“por
incontáveis
espíritas”?!...
A
resposta
está no
tomo V
da
conclusão
de
“O Livro
dos
Espíritos”,
onde
Kardec
ensina:
“(...)
Três
períodos
distintos
apresenta
o
desenvolvimento
das
ideias
espíritas:
primeiro,
o da
curiosidade,
que a
singularidade
dos
fenômenos
produzidos
desperta;
segundo,
o do
raciocínio
e da
filosofia;
terceiro,
o da
aplicação
e das
consequências.
O
período
da
curiosidade
passou;
a
curiosidade
dura
pouco.
Uma vez
satisfeita,
muda de
objeto.
O mesmo
não
acontece
com o
que
desafia
a
meditação
séria e
o
raciocínio.
Começou
o
segundo
período,
o
terceiro
virá
inevitavelmente”.
Compreendemos,
assim,
que os
nossos
companheiros
que
estão
desencarnando
mal não
conseguiram
ultrapassar
o
primeiro
período
que é o
da
curiosidade.
Não
atingiram
o
segundo
período
que é o
da
filosofia
e do
raciocínio.
O
terrível
e
angustiante
corolário
disso é
não
alcançar
o
terceiro
período
que é o
da
aplicação
e das
consequências.
Tão rico
de
conteúdo
é o
livro
“Tormentos
da
Obsessão”
e tão
oportunos
seus
ensinamentos,
quanto
estarrecedoras
as suas
revelações,
que fica
difícil
selecionar
entre
tantos
um
pequeno
trecho à
guisa de
amostragem.
Sem
embargo,
optamos
por
extratar
o que se
segue,
que na
verdade
é uma
palestra
feita
pelo Dr.
Ignácio
Ferreira,
que foi
psiquiatra
quando
encarnado
entre
nós,
domiciliado
há
dezenas
de anos
no Mundo
Maior,
acerca
dos
novos
descortinos
em torno
da
obsessão:
“A
obsessão
é
pandemia
que
permanece
quase
ignorada
embora
sua
virulência
para a
qual, na
sua
terrível
irrupção,
ainda
não
cogitaram
os
homens
de
providenciar
vacinas
preventivas
ou
terapias
curadoras.
Tão
antiga e
remota
quanto a
própria
existência
terrestre
por
decorrência
das
afinidades
perturbadoras
entre os
homens —
todos os
Guias
religiosos
se lhe
referiram
com
variedade
de
designações,
sempre
utilizando
os
mesmos
métodos
para a
sua
erradicação,
tais: o
amor, a
piedade,
a
paciência
e a
caridade
para
com os
envolvidos
na
terrível
trama.
Face à
tendência
para o
envolvimento
emocional
com o
mitológico,
não
poucas
vezes
têm
confundido
a
revelação
do
fenômeno
mediúnico
com
ideias
de
arquétipos
que
jazem
semi-adormecidos
no
inconsciente,
e que
passam a
ocupar
as
paisagens
mentais,
sem os
correspondentes
critérios
de
compreensão,
para
investir
esforços
na sua
equação,
desse
modo
transferindo-os
para a
galeria
do
fantástico
e do
sobrenatural.
Graças à
valiosa
contribuição
científica
do
Espiritismo
no
laboratório
da
mediunidade,
constatando
a
sobrevivência
do ser e
o seu
intercâmbio
com as
criaturas
terrestres,
a
obsessão
saiu do
panteão
mítico
para
fazer
parte do
dia-a-dia
de todos
aqueles
que
pensam.
Enfermidade
de
origem
moral,
exige
terapêutica
específica
radicada
na
transformação
espiritual
para
melhor,
de todos
aqueles
que lhe
experimentam
a
incidência.
Ocorre,
no
entanto,
como é
fácil de
prever-se,
que essa
psicopatologia,
qual
sucede
com
outras
tantas,
sempre
apresenta,
no
paciente
que a
sofre,
graves
oposições
para o
seu
tratamento.
Quando,
ainda
lúcido,
o mesmo
se
recusa
receber
a
conveniente
orientação,
e, à
medida
que se
lhe faz
mais
tenaz,
as
resistências
interiores
se
expressam
mais
vigorosas.
De um
lado, em
razão da
vaidade
pessoal,
para não
parecer
portador
de
loucura,
particularmente
porque
assim se
sente,
e, por
outro
motivo,
quando
sob os
camartelos
das
obsessões,
porque o
agente
do
distúrbio
cria
dificuldades
no
enfermo,
transmitindo-lhe
reações
violentas,
para ser
evitado
o
tratamento
especial.
Em todos
os
casos,
porém, o
tempo
exerce o
papel
elevado
de
convencer
a vítima
da
parasitose
espiritual,
através
do
padecimento
ultriz,
quanto à
necessidade
de
submeter-se
aos
cuidados
libertadores.
Iniciando-se
de forma
sutil e
perversa,
a
obsessão,
salvados
os casos
de
agressão
violenta,
instala-se
nos
painéis
mentais
através
dos
delicados
tecidos
energéticos
do
perispírito
até
alcançar
as
estruturas
neurais,
perturbando
as
sinapses
e a
harmonia
do
conjunto
encefálico.
Ato
contínuo,
o
quimismo
neuronial
se
desarmoniza,
face à
produção
desequilibrada
de
enzimas
que irão
sobrecarregar
o
sistema
nervoso
central,
dando
lugar
aos
distúrbios
da razão
e do
sentimento.
Noutras
vezes, a
incidência
da
energia
mental
do
obsessor
sobre o
paciente
invigilante
irá
alcançar,
mediante
o
sistema
nervoso
central,
alguns
órgãos
físicos
que
sofrerão
desajustes
e
perturbações,
registrando
distonias
correspondentes
e
comportamentos
alterados.
Quando
se trata
de
Espíritos
inexperientes,
perseguidores
desestruturados,
a ação
magnética
se dá
automaticamente,
em razão
da
afinidade
existente
entre o
encarnado
e o
desencarnado,
gerando
descompensações
mentais
e
emocionais.
Todavia,
à medida
que o
Espírito
se
adestra
no
comando
da mente
da sua
vítima,
percebe
que
existem
métodos
muito
mais
eficazes
para uma
ação
profunda,
passando,
então, a
executá-la
cuidadosamente.
Ainda,
nesse
caso,
aprende
com
outros
cômpares
mais
perversos
e
treinados
no
mecanismo
obsessivo
as
melhores
técnicas
de
aflição,
agindo
conscientemente
nas
áreas
perispirituais
do
desafeto,
nas
quais
implanta
delicadas
células
acionadas
por
controle
remoto,
que
passam a
funcionar
como
focos
destruidores
da
arquitetura
psíquica,
irradiando
e
ampliando
o campo
vibratório
nefasto,
que
atingirá
outras
regiões
do
encéfalo,
prolongando-se
pela
rede
linfática
a todo o
organismo,
que
passa a
sofrer
danos
nas
áreas
afetadas.
Estabelecidas
as
fixações
mentais,
o
hóspede
desencarnado
lentamente
assume o
comando
das
funções
psíquicas
do seu
hospedeiro,
passando
a
manipulá-lo
a
bel-prazer.
Isso,
porém,
ocorre,
em razão
da
aceitação
parasitária
que
experimenta
o
enfermo,
que
poderia
mudar de
comportamento
para
melhor,
dessa
forma
conseguindo
anular
ou
destruir
as
induções
negativas
de que
se torna
vítima.
No
entanto,
afeiçoado
à
acomodação
mental,
aos
hábitos
irregulares,
compraz-se
no
desequilíbrio,
perdendo
o
comando
e a
direção
de si
mesmo.
Enquanto
se vai
estabelecendo
o
contato
entre o
assaltante
desencarnado
e o
assaltado,
não
faltam a
este
último
inspiração
para o
bem,
indução
para
mudança
de
conduta
moral,
inspiração
para a
felicidade...
Vitimado,
em si
mesmo,
pela
autocompaixão
ou pela
rebeldia
sistemática,
desconsidera
as
orientações
enobrecedoras
que lhe
são
direcionadas,
acolhendo
as
insinuações
doentias
e
perversas
que
consegue
captar.
Muita
falta
faz a
palavra
de Jesus
no
coração
e na
mente
das
criaturas
humanas
em ambos
os lados
da vida.
Extraordinária
fonte de
sabedoria,
as Suas
lições
constituem
mananciais
de saúde
e de paz
que
plenificam,
assim
que
sejam
vivenciadas,
imunizando
o ser
contra
as
terríveis
perturbações
de
qualquer
ordem.
Mas o
mundo
ainda
não
compreende
conscientemente
o
significado
do
Mestre
na sua
condição
de
Modelo e
Guia
da
Humanidade,
o que é
lamentável,
sofrendo,
as
consequências
dessa
indiferença
sistemática.
(...) Em
toda
parte
está
presente
a
misericórdia
de Deus
convidando
ao bem,
ao amor,
à
alegria
de
viver. A
opção
inditosa,
no
entanto,
de
grande
número
de
criaturas
é
diversa
dessa
oferta,
o que
facilita
a
assimilação
das
ideias
tenebrosas
que lhe
são
dirigidas.
Assim
mesmo,
ante a
preferência
das
terríveis
alucinações,
o amor
paira
soberano
aguardando,
e quando
não é
captado,
a dor
traz de
volta o
calceta,
encaminhando-o
para o
reto
proceder
mediante
oportuno
despertar.
(...) O
Amor
lecionado
e
exemplificado
pelo
Mestre é
o bem
eterno
que
sobrepaira
em todas
as
situações,
mesmo
nas mais
calamitosas,
apontando
rumos e
abrindo
espaços
para a
realização
da
felicidade
total.
Vivê-lo
em clima
de
abundância,
é o
dever a
que nos
devemos
propor,
inundando-nos
com a
sua
sublime
energia
que
dimana
de Deus,
imunizando-nos,
destarte
contra
os
ataques
dos
inimigos
da luz.
Finalizemos
com as
palavras
do nobre
Mentor
Eurípedes
Barsanulfo,
pinçadas
das
páginas
255/256,
onde ele
fala
sobre o
s t r
ê s m
o n t e
s:
“Aquele
que
colocar
a mão no
arado e
olhar
para
trás,
não é
digno do
Reino de
Deus.”
- Jesus
(Lc.,
9:62.)
"O
carreiro
carnal é
sempre
uma
experiência
de alto
risco
para
quem
deseja
atingir
as
cumeadas
da
montanha
das
bem-aventuranças...
Recordando-nos
do
Mestre,
constataremos
que Ele
venceu
os três
montes
que O
desafiaram:
O Tabor,
onde se
transfigurou
esplendente
de
beleza
diante
de
Moisés e
Elias,
que
vieram
reverenciá-lO,
bem como
dos
discípulos
que
ainda
não
tinham
dimensão
da Sua
grandeza.
Foi o
monte da
comunhão
espiritual
no seu
sentido
mais
elevado.
O outro
foi
aquele
no qual
Ele
cantou
as
bem-aventuranças,
revolucionando
os
códigos
de
ética,
de
economia
e de
moral
vigentes
na
sociedade,
abrindo
horizontes
novos
para o
entendimento
dos
valores
espirituais.
E, por
fim, o
Gólgota,
onde,
aparentemente
vencido,
triunfou,
imortal,
colocando
a ponte
para a
perpétua
comunhão
de todas
as
criaturas
com o
Pai. No
primeiro,
Ele
desvelou-Se,
no
segundo
estabeleceu
as
diretrizes
do amor,
e, no
terceiro,
viveu
todos os
ensinamentos
que
enunciou.
O
Espírito
reencarnado
em
tarefa
libertadora
sempre
será
chamado
ao
testemunho
nos
montes
onde
problemas
equivalentes
o
aguardam:
no
primeiro,
deve dar
a
conhecer
o
objetivo
a que se
dedicará;
no
segundo,
cabe-lhe
traçar
as
linhas
de
comportamento
que
adotará,
e no
terceiro,
vivê-las
até o
momento
final
com
equilíbrio
e
abnegação.
Não é
demasiado,
porque
nunca
faltará
o apoio
indispensável
ao
êxito,
que
procede
do Mundo
Espiritual
vigilante
e ativo.
Eis
porque,
iniciada
a tarefa
na
seara,
ninguém
deve
olhar
para
trás”.