Socialismo e Espiritismo
Léon Denis
(Parte
7)
Continuamos a apresentar o
estudo do clássico
Socialismo e Espiritismo,
de Léon Denis, com base
na tradução
de
Wallace Leal V.
Rodrigues, publicada
pela Casa Editora O
Clarim.
Questões preliminares
A. É importante divulgar
por todos os meios a
doutrina da
reencarnação?
Sim. Ao contrário do Dr.
Carton, que propôs em
seu livro “La vie
sage” que o
conhecimento da
reencarnação deveria ser
reservado apenas aos
iniciados e oculto do
vulgo, Léon Denis diz
que devemos oferecer ao
povo toda a verdade,
tanto mais que ela é
indispensável à educação
dos seres e à
regeneração social. Não
há verdadeira moral sem
uma crença elevada e sem
sanção. A noção das
vidas sucessivas
mostra-nos a repercussão
dos nossos méritos e
deméritos sobre o
destino humano e
constitui a sanção
necessária e conforme à
justiça.
(Socialismo e
Espiritismo, pp. 104 e
105.)
B. Onde se situa o erro
das revoluções
violentas?
Segundo Léon Denis, os
revolucionários
violentos, que pretendem
fundar a ordem social no
sangue e sobre ruínas,
não passam de cegos e
desgarrados. A harmonia
social não pode se
estabelecer senão sobre
a justiça, a bondade, a
solidariedade. O
verdadeiro comunismo
exige a doação de si
mesmo, um sentimento de
altruísmo que leve até
ao sacrifício, e não foi
praticado até aqui senão
em agrupamentos
religiosos, que se
inspiravam em um ideal
superior e que, em seus
arrebatamentos de fé e
de amor, chegavam à
renúncia pessoal em
proveito da
coletividade.
Acrescentemos ainda que
essa renúncia implicava
o esquecimento da
família. Ora, a família
é a base essencial, o
pivô de toda sociedade
humana. Um sistema assim
não poderia, pois,
generalizar-se.
(Obra citada, pp. 106 e
107.)
C. É preciso que os
homens reencarnem em
diferentes condições
sociais?
Sim. A educação das
almas e as consequências
do nosso passado
obrigam-nos a renascer
em diferentes condições
sociais, seja para
reparar nossas faltas
anteriores, seja para
adquirir qualidades
inerentes a essas
condições. Ninguém se
eleva a si mesmo senão
ajudando os outros a
avançar na escala
imensa, fazendo penetrar
neles os conhecimentos e
as qualidades
adquiridas. Na longa
sequência de existências
percorridas, mil
circunstâncias nos levam
a entrar em contato com
outros seres, a viver
sua vida, a participar
de seus esforços, de
seus trabalhos, de seus
prazeres e de suas
dores.
(Obra citada, pp. 107 a
109.)
Texto
para leitura
70. A existência
revestiria, vista sob
esse ângulo, um caráter
mais nobre e a dignidade
humana se encontraria
efetivamente realçada.
Somos o que fizemos de
nós; nossa sorte, feliz
ou desgraçada, está em
nossas mãos; tudo o que
fazemos recai sobre nós
mesmos ao longo do
tempo, em forma de
alegrias ou de dores.
(Pág. 101)
71. Todos os fluidos
impuros causados por
nossas paixões,
engendrados pelas obras
do mal, pelas injustiças
cometidas, acumulam-se
em silêncio sobre nós.
Um dia, quando a medida
estiver cheia, a
tempestade pode estourar
sob a forma de flagelos,
de calamidades, fontes
de novos sofrimentos,
pois os excessos dos
gozos levam, fatalmente,
a um crescente de dor
até que o equilíbrio
seja restabelecido na
ordem moral, como o é na
ordem física. (Pág.
102)
72. O abuso dos
prazeres, o excesso de
luxo, o alcoolismo, o
deboche se resgatam pelo
sofrimento, privações e
miséria. Aprendamos a
ser sóbrios e comedidos
em todas as coisas. Se
consagrássemos à
educação das massas e à
divulgação dos
princípios soberanos
apenas um quarto das
somas que gastamos para
as obras de destruição e
morte, a face do mundo
seria logo modificada.
(Págs. 102 e 103)
73. Ao contrário do Dr.
Carton, que propõe em
seu livro “La vie
sage” que o
conhecimento da
reencarnação deve ser
reservado apenas aos
iniciados e oculto do
vulgo, Léon Denis diz
que devemos oferecer ao
povo toda a verdade,
tanto mais que ela é
indispensável à educação
dos seres e à
regeneração social. Não
há verdadeira moral sem
uma crença elevada e sem
sanção. A noção das
vidas sucessivas
mostra-nos a repercussão
dos nossos méritos e
deméritos sobre o
destino humano e
constitui a sanção
necessária e conforme à
justiça. (Págs. 104 e
105)
74. Na ordem social, é
do interesse de todos
que a lei moral seja
observada, pois ela é a
melhor garantia de nossa
segurança. Os atos
culpáveis, os maus
exemplos, os fermentos
da maledicência e o ódio
que atiramos à
Humanidade alteram o
presente e comprometem o
futuro, como o prova a
lei dos renascimentos.
(Pág. 105)
75. É em vão que se
procura a felicidade na
posse de bens materiais
ou nos gozos terrestres
que o sopro da morte
arrebata. A felicidade
está na aceitação feliz,
alegre, da lei do
trabalho e do progresso,
da realização leal da
tarefa que a sorte nos
impõe, de onde resulta a
satisfação da
consciência, único bem
que podemos encontrar no
lado de lá. (Pág.
105)
76. Os revolucionários
violentos, que pretendem
fundar a ordem social no
sangue e sobre ruínas,
não passam de cegos e
desgarrados. A harmonia
social não pode se
estabelecer senão sobre
a justiça, a bondade, a
solidariedade. O
verdadeiro comunismo
exige a doação de si
mesmo, um sentimento de
altruísmo que leve até
ao sacrifício, e não foi
praticado até aqui senão
em agrupamentos
religiosos, que se
inspiravam em um ideal
superior e que, em seus
arrebatamentos de fé e
de amor, chegavam à
renúncia pessoal em
proveito da
coletividade.
Acrescentemos ainda que
essa renúncia implicava
o esquecimento da
família. Ora, a família
é a base essencial, o
pivô de toda sociedade
humana. Um sistema assim
não poderia, pois,
generalizar-se.
(Págs. 106 e 107)
77. Com o materialismo,
a solidariedade não
passa de um bem
passageiro, efêmero, que
liga os homens entre
dois nadas. Com os
ensinamentos dos
Espíritos, esta ideia de
solidariedade cresce,
reveste-se de uma
amplidão, uma autoridade
que se impõe. A ascensão
coletiva, por força da
reencarnação, nos une
estreitamente aos nossos
companheiros de viagem.
Somos, pois,
interessados no
aperfeiçoamento moral de
um meio a que deveremos
voltar e, por
conseguinte, no
aprimoramento dos seres
que vivem conosco.
(Pág. 107)
78. A educação das almas
e as consequências do
nosso passado
obrigam-nos a renascer
em diferentes condições
sociais, seja para
reparar nossas faltas
anteriores, seja para
adquirir qualidades
inerentes a essas
condições. Ninguém eleva
a si mesmo senão
ajudando os outros a
avançar na escala
imensa, fazendo penetrar
neles os conhecimentos e
as qualidades
adquiridas. Na longa
sequência de existências
percorridas, mil
circunstâncias nos levam
a entrar em contato com
outros seres, a viver
sua vida, a participar
de seus esforços, de
seus trabalhos, de seus
prazeres e de suas
dores. Diante disso, em
que se tornam as
mesquinhas rivalidades,
o ciúme, os ódios, as
miseráveis competições
da Terra? (Págs. 107
a 109)
79. O Espiritismo pode,
pois, como vimos,
influenciar
poderosamente sobre a
economia social e a vida
pública, porquanto sua
concepção da existência
e do destino vem
facilitar o
desenvolvimento de todas
as obras da coletividade
e da solidariedade. O
novo espiritualismo
concede às coisas um
elemento regenerador. O
homem aprende a amar a
família e a Pátria, mas
passa a ter uma noção
mais sublime da grande
família humana: a
fraternidade das almas,
a comunhão de todos na
consecução de um mesmo
fim, a ascensão lenta e
gradual de todos para a
luz. (Pág. 111)
80. A fraternidade é a
palavra mágica, o
princípio soberano que
resolverá todos os
problemas sociais,
dissipará as iras, os
ciúmes, os rancores e
que, do caos das
paixões, fará surgir um
mundo novo. (Pág.
112)
(Continua no próximo
número.)