MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
29)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como solucionar o
problema da antipatia
que existe no âmbito do
próprio lar?
Reunidos em um mesmo
lar, para fins de
reajuste, raros
conseguem superar a
aversão de que se veem
possuídos, e alimentam
com paixão, no íntimo
de si mesmos, os raios
tóxicos da antipatia
que, concentrados, se
transformam em venenos
magnéticos, suscetíveis
de provocar a
enfermidade e a morte.
Como solucionar então
esse problema? A essa
pergunta, Aulus
respondeu: "A melhor
maneira de extinguir o
fogo é recusar-lhe
combustível. A
fraternidade operante
será sempre o remédio
eficaz, ante as
perturbações dessa
natureza. Por isso
mesmo, o Cristo
aconselhava-nos o amor
aos adversários, o
auxílio aos que nos
perseguem e a oração
pelos que nos caluniam,
como atitudes
indispensáveis à
garantia de nossa paz e
de nossa vitória".
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 19,
pp. 186 e 187.)
B. No culto do Evangelho
e da prece, são muitos
os desencarnados
beneficiados?
Sim. Foi o que se viu na
residência de Anésia,
que abriu precioso livro
de meditações
evangélicas, acreditando
agir ao acaso, mas o
tema, em verdade, foi
escolhido pelo Espírito
de Teonília, que lhe
vigiava, bondosa, os
movimentos. Sua voz,
fluente e suave,
transmitia, sem que ela
o soubesse, o pensamento
de Teonília, que
buscava, obviamente,
socorrer-lhe o coração
atormentado. Em dado
momento, ante uma pausa
natural nos estudos, sua
filha Márcia percebeu a
presença de muitos
Espíritos no recinto e
disse: "Continue,
mãezinha! Continue...
Tenho a ideia de que nos
achamos à frente de
enorme multidão..."
Anésia, certa de que
isso era verdade,
prosseguiu nos
comentários, que,
efetivamente, acendiam
novo ânimo nas almas
presentes, ávidas de
luz, tanto quanto
sequiosas de paz e
refazimento.
(Obra citada, cap. 20,
pp. 191 e 192.)
C. Como os instrutores
espirituais veem o
casamento?
Diante de Anésia, em
lágrimas, que fora
traída pelo próprio
esposo, Aulus a advertiu
acerca do casamento,
lembrando-lhe que o
matrimônio terrestre
não é uma simples
excursão. "Minha amiga,
o lar é uma escola em
que as almas se
reaproximam para o
serviço da sua própria
regeneração, com vistas
ao aprimoramento que nos
cabe apresentar de
futuro", aduziu o
Assistente. "Você ignora
que no educandário há
professores e alunos?
desconhece que os
melhores devem ajudar
aos menos bons?"
(Obra citada, cap. 20,
pp. 192 a 194.)
Texto para leitura
85. O pensamento
projeta-se formando
imagens - Não é raro
que dentro do mesmo lar,
da mesma família ou da
mesma instituição,
adversários do passado
se reencontrem.
Chamados pela Esfera
Superior ao reajuste,
raramente conseguem
superar a aversão de que
se veem possuídos, e
alimentam com paixão,
no íntimo de si mesmos,
os raios tóxicos da
antipatia que,
concentrados, se
transformam em venenos
magnéticos, suscetíveis
de provocar a
enfermidade e a morte.
"Para isso – ajuntou
Aulus –, não será
necessário que a
perseguição recíproca se
expresse em contendas
visíveis. Bastam as
vibrações silenciosas de
crueldade e despeito,
ódio e ciúme, violência
e desespero, as quais,
alimentadas de parte a
parte, constituem
corrosivos
destruidores." Após
ligeira pausa, o
Assistente continuou: "O
pensamento
exterioriza-se e
projeta-se, formando
imagens e sugestões que
arremessa sobre os
objetivos que se propõe
atingir. Quando benigno
e edificante, ajusta-se
às Leis que nos regem,
criando harmonia e
felicidade, todavia,
quando desequilibrado e
deprimente, estabelece
aflição e ruína. A
química mental vive na
base de todas as
transformações, porque
realmente evoluímos em
profunda comunhão
telepática com todos
aqueles encarnados ou
desencarnados que se
afinam conosco". Como
solucionar então o
problema da antipatia
contra nós? A essa
pergunta, Aulus sorriu e
respondeu: "A melhor
maneira de extinguir o
fogo é recusar-lhe
combustível. A
fraternidade operante
será sempre o remédio
eficaz, ante as
perturbações dessa
natureza. Por isso
mesmo, o Cristo
aconselhava-nos o amor
aos adversários, o
auxílio aos que nos
perseguem e a oração
pelos que nos caluniam,
como atitudes
indispensáveis à
garantia de nossa paz e
de nossa vitória". (Cap.
19, págs. 186 e 187)
86. O caso Elisa
- Em estreito aposento,
uma senhora de
presumíveis setenta
anos de idade acusava
aflitiva dispneia: era
Elisa, a mãezinha de
Anésia, em avançado
processo liberatório.
(N.R.: Dispneia
significa dificuldade na
respiração.) A seu
lado, uma entidade de
aspecto desagradável
exibia estranha máscara
de perturbação e
sofrimento,
imantando-se a ela e
agravando-lhe os
tormentos físicos.
Tratava-se de
infortunado filho de
Elisa, desencarnado
muito tempo antes, cujo
olhar mostrava a
alienação mental
evidente. Tendo tido a
infelicidade de
chafurdar no vício da
embriaguez, foi ele
assassinado numa noite
de extravagâncias. A
genitora, contudo,
recordava-se do rapaz
como a um herói, e, por
evocá-lo
incessantemente, retinha
o infeliz ao pé do
próprio leito. Anésia
acariciava a mãe enferma
com palavras de amor,
mas Dona Elisa parecia
aloucada, distante...
Como Anésia começou a
chorar, a caçula da
casa, Márcia, enlaçou a
genitora convidando-a à
oração. A dona da casa
sentou-se rente à
enferma e, acompanhada
pela atenção da filha,
pronunciou sentida
prece. Com a oração,
funda modificação se
lhe imprimiu no mundo
interior, desaparecendo
os dardos da tristeza,
que lhe dilaceravam a
alma, ante os raios de
branda luz que se
exteriorizavam do seu
coração. Um fato
inusitado então
aconteceu. Desde aquele
momento, qual se houvera
acendido uma lâmpada em
plena obscuridade,
vários desencarnados
sofredores penetraram o
quarto, à maneira de
doentes, solicitando
medicação. (Cap. 20,
págs. 189 a 191)
87. Benefícios da
oração - As
entidades sofredoras não
assinalaram a presença
de André e seus amigos,
motivando a seguinte
observação de Aulus:
"São companheiros que
trazem ainda a mente em
teor vibratório idêntico
ao da existência na
carne. Na fase em que
estagiam, mais depressa
se ajustam com o auxílio
dos encarnados, em cuja
faixa de impressões
ainda respiram. Quantos
se encontram em
semelhante estado,
dentro do raio de ação
das preces de nossa
amiga, recebem o toque
de espiritualidade que
emana do serviço dessa
natureza e, quando
sensíveis ao bem ou
sedentos de renovação
interior, dão-se pressa
em responder ao apelo
de elevação que os
visita, aderindo à
oração, de cujo sublime
poder recolhem
esclarecimento e
consolo, amparo e
benefício". "Quanto
valor num insignificante
ato de fé!...", exclamou
Hilário. Aulus
concordou: "Sim, o homem
terrestre criou enormes
complicações ao seu
caminho, contudo, a
morte constrange-o a
regressar aos alicerces
da simplicidade para a
regeneração da própria
vida". Na sequência,
Anésia abriu precioso
livro de meditações
evangélicas, acreditando
agir ao acaso, mas o
tema, em verdade, foi
escolhido por Teonília,
que lhe vigiava,
bondosa, os movimentos.
O texto se reportava à
necessidade do trabalho
e do perdão, que ela
explanou sabiamente,
influenciada por sua
mentora espiritual. Sua
voz, fluente e suave,
transmitia, sem que ela
o soubesse, o pensamento
de Teonília, que
buscava, obviamente,
socorrer-lhe o coração
atormentado. Em dado
momento, ante uma pausa
natural nos estudos,
Márcia percebeu a
presença de muitos
Espíritos no recinto e
disse: "Continue,
mãezinha! Continue...
Tenho a ideia de que nos
achamos à frente de
enorme multidão..."
Anésia, certa de que
isso era verdade,
prosseguiu nos
comentários, que,
efetivamente, acendiam
novo ânimo nas almas
presentes, ávidas de
luz, tanto quanto
sequiosas de paz e
refazimento. (Cap. 20,
págs. 191 e 192)
88. O lar é uma
escola - Findo o
pequeno culto
evangélico, Anésia
estirou-se ao lado da
mãe, que estava
semi-inconsciente.
Fazendo significativo
gesto a Teonília, Aulus
disse que aquele era o
momento exato.
Cuidadosamente,
começaram ambos a
aplicar passes sobre a
cabeça da esposa de
Jovino, concentrando
energia magnética ao
longo das células
corticais. Vendo-se
presa de branda hipnose,
que ela própria atribuía
ao cansaço, Anésia não
relutou e em breves
instantes, deixando o
corpo denso na
prostração do sono, foi
ao encontro dos amigos
espirituais, em
desdobramento quase
natural. Não parecia,
contudo, tão consciente
quanto seria desejável,
porque Jovino, seu
marido, constituía-lhe
obcecante preocupação.
Tendo reconhecido
Teonília e Aulus,
mostrava-se, no entanto,
atordoada, aflita, pois
queria ver o esposo e
ouvi-lo. Aulus, para
satisfazê-la, rumou com
ela na direção de Jovino.
Explicou então que as
almas, quando associadas
entre si, vivem ligadas
umas às outras pela
imanação magnética,
superando obstáculos e
distâncias. Foi assim
que Jovino foi
localizado. Em vasto
salão de um clube
noturno, ele e sua
amante (a mesma
mulher cuja imagem fora
vista nos fenômenos
telepáticos)
participavam de um grupo
alegre, em atitudes de
profunda intimidade
afetiva. Rodeando o
conjunto, entidades
estranhas formavam
vicioso círculo de
vampiros que não
registraram a presença
de Aulus e dos demais
benfeitores. Ao ver o
esposo, Anésia desferiu
doloroso grito e caiu
em pranto, recuando para
a via pública, ferida de
aflição e assombro.
Aulus abraçou-a,
paternal, e notando-a
mais senhora de si,
apesar de seu
sofrimento, falou-lhe
com extremado carinho:
"Minha irmã,
recomponha-se. Você
orou, pedindo
assistência espiritual,
e aqui estamos,
trazendo-lhe
solidariedade.
Reanime-se! Não perca a
esperança!..." Anésia,
em lágrimas, disse-lhe
ter sido traída pelo seu
próprio esposo, que
falhara aos compromissos
do casamento, mas Aulus
a advertiu acerca do
casamento, lembrando-lhe
que o matrimônio
terrestre não é uma
simples excursão. "Minha
amiga, o lar é uma
escola em que as almas
se reaproximam para o
serviço da sua própria
regeneração, com vistas
ao aprimoramento que nos
cabe apresentar de
futuro", aduziu o
Assistente. "Você ignora
que no educandário há
professores e alunos?
desconhece que os
melhores devem ajudar
aos menos bons?" (Cap.
20, págs. 192 a 194)
(Continua no próximo
número.)