GERSON SIMÕES
MONTEIRO
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Qual a fonte do
governador do
Rio para um
milhão de
abortos?
Para
justificar a
prática abortiva
no país, um dos
fundamentos da
campanha que vem
sendo divulgada
pelo Governo
Federal desde
2005,
objetivando a
“legalização do
aborto”, é
mencionado
sempre o número
elevado de
abortos
clandestinos
realizados no
país. O que,
aliás, não é, e
nunca será
argumento capaz
de justificar a
“legitimidade”
para se matar
seres indefesos
sob o manto da
Lei.
E a ladainha dos
abortistas vem
agora de novo
com esse
argumento
através da
declaração
recente do
Governador do
Estado do Rio de
Janeiro com o
número alarmante
de um milhão de
abortos
clandestinos no
Brasil. Mas como
pôde chegar a
esse número
elevado?
Como?! Se os
abortos são
praticados
clandestinamente
em locais sem
nenhuma
fiscalização e
controle das
autoridades, de
que forma foi
realizada a
coleta de dados?
Qual o órgão do
governo
responsável pela
pesquisa?
Mesmo fazendo
citações cuja
fonte é a OMS
(Organização
Mundial da
Saúde), essas
dúvidas
permanecem, pois
quais são as
fontes ou
estudos em que a
pesquisa se
fundamenta, se é
que foi
realizada pela
OMS através da
OPAS
(Organização
Pan-Americana de
Saúde)?
No início da
década de 1990,
atribuía-se a um
relatório da OMS
a existência de
mais de três
milhões de
abortos anuais
no Brasil,
número este
absurdo, pois
nos Estados
Unidos da
América, onde o
aborto é
amplamente
legalizado desde
1973 e cuja
população
superava em mais
de 100 milhões
de habitantes a
nossa, os
números anuais
de abortos
situam-se, de há
muito, ao redor
de 1,5 milhão.
Em vista dessa
manipulação dos
dados e
impressionada
com os números
que eram
divulgados, a
Dra. Zilda Arns
Neumann,
Coordenadora da
Pastoral da
Criança da CNBB,
formulou, em
1993, consulta à
repartição
regional da OMS,
à Organização
Pan-Americana de
Saúde, tendo
recebido a
seguinte
resposta,
assinada pelo
Dr. David
Tejada-de-Rivero:
“A Organização
Mundial de Saúde
e a Organização
Pan-Americana de
Saúde não
auspiciaram,
financiaram nem
realizaram
qualquer estudo
ou investigação
sobre abortos no
Brasil; e
tampouco temos
conhecimento de
algum estudo ou
investigação que
tenha sido feito
com bases
cientificamente
sólidas e cujos
resultados
possam
extrapolar-se
confiavelmente
para todo o
país”.
O que se sabe é
que, há bastante
tempo, os
lobistas do
aborto aumentam
os respectivos
números, para
tentar chegar
aos seus
intentos. Essa
tática de
exagerar o
número suposto
de abortos
provocados, bem
como o de mortes
maternas
decorrentes, é
estratagema
antigo, como
consta de
pronunciamento
do Dr. Bernard
Nathanson,
ginecologista e
obstetra
norte-americano,
uma das maiores
lideranças nos
anos 60 e 70 no
lobby pela
legalização do
aborto nos EUA.
A partir de
estudos de
embriologia, nos
quais foi
constatado que o
feto desenvolve
uma vida com
semelhanças à da
criança fora do
útero, o
referido
ginecologista e
obstetra começou
a se questionar
sobre sua
prática
abortista, sendo
atualmente
defensor da vida
desde o início
de sua
existência, ou
seja, desde a
concepção.
O Dr. Bernard
Nathanson, a
propósito do
aumento dos
números
relativos ao
aborto, declarou
na Conferência
realizada no
Colégio Médico
de Madrid, em 5
de novembro de
1982, intitulada
“Eu pratiquei
cinco mil
abortos”,
publicada pela
revista
Fuerza Nueva,
que “em 1968, se
na América
praticavam um
milhão de
abortos
clandestinos, e
sabíamos que
estes não
ultrapassavam
cem mil,
multiplicávamos
por dez para
chamar a
atenção. Também
repetíamos e
aumentávamos
constantemente
que as mortes
maternas por
aborto
clandestino se
aproximavam de
dez mil, quando
sabíamos que
eram apenas
duzentas.
Esta tática do
engano e da
grande mentira,
se repetida
constantemente,
acaba sendo
aceita como
verdade. Nós nos
lançamos para a
conquista dos
meios de
comunicações
sociais, dos
grupos
universitários,
sobretudo das
feministas. Eles
escutavam o que
dizíamos,
inclusive as
mentiras, e logo
divulgavam pelos
meios de
comunicações
sociais, base da
propaganda”.
Assim sendo,
concluímos que o
suposto número
de abortos
espontâneos e/ou
provocados no
Brasil, que foi
divulgado pelo
Governador do
Estado do Rio de
Janeiro, é
inconsistente e
sem
credibilidade.
Além disso,
nenhum número
serve de
fundamento para
justificar o
aborto, mesmo
que seja o de
apenas um, para
a matança de
seres humanos em
suas fases
iniciais de
vida.
E, por outro
lado, se o
assunto é uma
questão de saúde
pública, cabe ao
governo acionar
campanhas e
serviços de
prevenção, tais
como a educação
para a vida, a
orientação da
sexualidade, o
planejamento
familiar
decidido pelo
casal, com a
distribuição
gratuita de
pílulas
anticoncepcionais
etc. A solução
para este grave
problema está,
portanto, na
educação e na
prevenção. E não
na morte!