JANE MARTINS
VILELA
limb@sercomtel.com.br
Cambé, Paraná
(Brasil)
Mais amor
“Honrai a vosso
pai e a vossa
mãe, a fim de
viverdes longo
tempo sobre a
terra que o
Senhor vosso
Deus vos dará.”
(Êxodo 20,12.)
Temos sempre,
ultimamente,
reforçado em
nossas linhas o
tema educação e
amor.
Os espíritas têm
consciência de
que o amor é o
sentimento por
excelência, a
finalidade maior
de aprendizagem
para nós que
estamos
encarnados no
planeta. É
necessário muito
amor e muita
educação, fazer
voltar os
valores nobres
do passado,
estimular as
crianças e os
jovens de que
ser alguém de
valor, um homem
ou mulher de
bem,
consciencioso,
justo, amoroso,
é muito mais
importante do
que ter coisas,
adquirir bens.
Os bens da terra
passam. Os
sentimentos, o
Espírito leva
consigo.
Portanto, são
bons sentimentos
que devemos nos
esforçar por
adquirir, boas
qualidades, bom
coração.
Precisamos
reforçar muito
para essa
geração essa
necessidade,
pois, afinal,
eles serão os
pais de amanhã.
Como passarão
para seus filhos
valores que
desconhecem?
É correto que
essa nossa
geração, no
campo da
inteligência,
está muito
adiantada, fruto
das vivências
anteriores, mas
também traz
consigo débitos
a corrigir,
imperfeições a
eliminar,
necessidade de
amor para
desenvolver. Só
nasce sabendo
aquele que,
antes, já
aprendeu.
O ser que é
educado para o
amor e a
gentileza não
fará mal a
ninguém, pelo
contrário, terá
compaixão pelas
dores alheias.
É preciso
extirpar de nós
as chagas do
orgulho e do
egoísmo, para
chegarmos ao
amor de um mundo
mais solidário.
Há algumas
semanas ouvimos
de uma senhora
uma história
triste, que fala
da dificuldade
de filhos com
relação aos
pais. Se
houvesse amor,
jamais seria
assim.
Estava ela
conosco e sua
linda filha, de
dez anos,
queixando-se de
dor de cabeça.
Todo dia com dor
de cabeça, há um
mês, e a criança
não tinha nenhum
problema físico,
nenhum problema
visual. Uma
somatização,
talvez,
pensamos, e
perguntamos à
mãe se havia
alguma coisa
deixando a
criança tensa.
“Sim, há”, disse
a mãe. “Há um
mês estamos com
um estranho
morando conosco,
um senhor de
idade, que nem
conhecíamos.”
Como assim? –
perguntamos nós,
ao que ela
respondeu: “Meu
pai tem 82 anos
e um coração
muito bom.
Convidou um
conhecido dele
para ir lá em
casa e o
velhinho veio,
com mala e tudo!
O filho o deixou
lá, dizendo que
iria buscá-lo em
poucos dias e
não voltou mais.
Minha mãe, de 72
anos, agora
cuida do meu pai
e do outro
senhor. Não
sabemos nada
sobre ele nem
que remédios
toma. Fomos
procurar o filho
e a filha dele,
que disseram que
vinham buscá-lo
e não vieram.
Descobrimos que
eles já alugaram
a casa do pai
deles. A nossa
rotina mudou
toda. Já fomos à
assistência
social
preocupados,
pois, se algo
acontecer com
este senhor lá
em casa, o
problema poderá
recair sobre
nós”.
Ouvimos essa
história e
pensamos em
quantos filhos
estão fazendo
isso, deixando
pais sem
cuidados.
Estranhos estão
cuidando de um
senhor idoso que
deveria estar
sendo amado e
cuidado por seus
filhos, que,
pelo jeito, não
estão com
intenção de
buscá-lo, e o
abandonaram na
casa de outra
família, sem
respeito, nem
pelo pai nem
pela outra
família.
Onde há amor,
isso não
acontece. Onde
há amor os
filhos cuidam de
seus pais como
cuidam de um
precioso
tesouro. Já
tivemos
oportunidade de
ver filhos
cuidando de pais
com “mal de
Alzheimer” e
cujo sofrimento
para os filhos
amorosos é os
pais não se
lembrarem deles;
a dor é a
saudade, quem
sabe uma chance,
um momento de
lembrança?
Amemos muito,
meus leitores,
amemos mais.
Quanto pudermos
desenvolver de
amor, o máximo
de amor ainda é
pouco. Pode ser
muito para o
pobre planeta,
amado planeta
Terra em que
habitamos, mas o
máximo ainda é
uma pequena
parcela de amor
que estamos
aprendendo a
sentir.
Eduquemos os
nossos jovens
com amor, mesmo
porque, se
tencionamos um
dia poder
reencarnar neste
mundo, que seja
com pais que nos
saibam amar e
educar no
futuro. Para
isso, eles têm
que aprender
agora, quando
crianças. As
lembranças do
amor o adulto
carrega consigo,
sentimento
profundo que se
grava no
Espírito.
Doenças como o
“mal de
Alzheimer”, que
parecem “apagar”
memórias, são
apenas do corpo
que vai tendo
limites. O
Espírito vê,
sente, percebe,
pensa. O corpo
não colabora,
mas o amor é
eterno, imortal,
nunca se apaga.
Amemos muito, a
fim de sermos
amados.
Amemos mais,
muito mais,
ainda somos
aprendizes de
amor!
“... Feliz
aquele que ama,
porque não
conhece nem a
angústia da
alma, nem a
miséria do
corpo; seus pés
são leves, e
vive como que
transportado
fora de si
mesmo. Quando
Jesus pronunciou
esta palavra
divina – amor –
ela fez
estremecer os
povos, e os
mártires, ébrios
de esperança,
desceram ao
circo...” (O
Evangelho
segundo o
Espiritismo, “A
lei de Amor”.)