O Bullying é a
antítese do
que
Jesus nos ensina
em seu Evangelho
Apesar de recebermos uma avalanche de más notícias
todos os dias
através dos
meios de
comunicação,
temos visto que
ultimamente boa
parte das
pessoas vem
tentando
resgatar valores
morais até então
esquecidos, em
busca da
qualidade nos
relacionamentos
e de uma melhor
convivência em
todos os
âmbitos, seja na
família, no
trabalho, em
sociedade e,
principalmente,
esta revisão de
conceitos vem
ocorrendo na
escola.
A letargia moral
que vinha
envolvendo a
sociedade, que
destaca mais o
verbo “ter” no
lugar do “ser”,
parece
finalmente ceder
por ter chegado
a um ponto
insuportável,
infelizmente,
causando efeitos
colaterais em
nossas crianças
e adolescentes.
De forma mais
impactante neste
ano, a imprensa
trouxe à tona a
questão do
Bullying, que é
definido como
atos agressivos
feitos de forma
verbal ou
física,
repetidamente
contra crianças
e adolescentes,
por parte de uma
ou mais pessoas.
As vítimas são
quase sempre
obesas, tímidas,
não afeitas à
prática de
esportes,
podendo portar
deficiências
visuais ou
físicas, e na
grande maioria
dos casos não há
motivo que
justifique as
agressões. O
Bullying é a
coação, a
intimidação, a
manipulação e
domínio do mais
forte sobre o
mais fraco
fisicamente ou
aquele que não
apresente
resistência. Os
agressores são
crianças e
adolescentes que
não receberam
limites, que
desde muito cedo
apresentam um
perfil dominador
e agressivo, que
em muitos casos
apenas espelham
a convivência
conturbada
dentro de suas
famílias, pois o
aprendizado do
ser humano é
dado também
pelos exemplos
que eles
recebem.
Os especialistas
apontam o
Bullying com
suas bases
fincadas na
intolerância e
no desrespeito
às diferenças, e
por isto podemos
dizer que ele é
a antítese do
que Jesus nos
ensina no
Evangelho, e que
está na
contramão do
“amai-vos uns
aos outros”.
Numa das muitas
reportagens que
tenho visto,
ouvi uma
jornalista fazer
o comentário
interessante de
que “este
problema tem
mostrado que a
criança não é
tão inocente e
imaculada como
pensávamos”.
O Espiritismo
trata a questão
elucidando-nos
que a criança é
um Espírito que
viveu muitas
experiências em
outras vidas, e
que, apesar de
estar vestindo
hoje um corpo
infantil, essas
experiências
podem
influenciar os
atos do
presente, ainda
mais quando não
recebe uma
educação
adequada.
Allan Kardec,
com todo o seu
cabedal de
conhecimentos e,
especialmente,
pelo fato de ter
sido um adepto
dos métodos de
educação de
Pestalozzi, nos
deu orientações
importantíssimas
quanto ao
tratamento que
devemos dar a
elas. Em O Livro
dos Espíritos,
questão 383, ele
pergunta qual a
utilidade de se
passar pela
infância, e a
resposta dos
Espíritos é
clara:
“encarnamos para
nos aperfeiçoar,
pois neste
período estamos
mais acessíveis,
no qual devem
contribuir
aqueles que são
os encarregados
da educação das
crianças”. A
importância da
educação
aplicada de
forma mais ampla
visa não somente
esta vida, mas a
evolução
espiritual dos
seres.
Pais, avós e
professores
formam este
grupo de
encarregados.
Principalmente
os pais, que não
podem deixar
estes Espíritos
que vêm em forma
de filhos
entregues
simplesmente às
mãos de
funcionários, ou
sob a estranha
tutela da
televisão e de
jogos
eletrônicos. Com
a vida moderna
muitas vezes o
tempo é material
escasso, mas
temos de dar
qualidade ao
tempo que se
passa junto. Em
tantos casos a
família vive sob
o mesmo teto,
divide a mesma
mesa e o
sobrenome, mas
os seus membros
não se conhecem,
porque falta o
fundamental que
é o diálogo, e
somente ele pode
aproximar as
pessoas e
fazê-las
compartilhar
sentimentos e
ideias.
Os encarregados
da educação
desses Espíritos
devem estar
atentos às
tendências que
eles apresentam
desde cedo.
Incentivando os
pontos positivos
e fazendo-os
refletir sobre
os pontos
negativos de sua
personalidade, a
fim de estarem
convencidos da
necessidade de
melhoramento. E
o momento
adequado para
essa reflexão é
o Evangelho no
Lar, em que a
família se reúne
para estudar as
palavras do
Cristo – que é o
médico das
almas. A criança
precisa
participar do
Evangelho e
habituar-se à
evangelização na
Casa Espírita,
pois assim terá
acesso a valores
morais e
espirituais que
serão semeados
em seus corações
para sempre.
Eurípedes
Barsanulfo nos
deu a receita de
educarmos nossas
crianças dando a
elas a visão de
que são
Espíritos
eternos, e que
devem viver
focando em
primeiro lugar
as coisas
espirituais.
Espíritos que se
utilizam de um
corpo material
temporariamente,
mas que não se
resumem a esse
corpo. Se
aprenderem isso,
elas saberão
lidar com as
diferenças e não
receberão o
triste rótulo de
autores de
Bullying. Se
apresentarmos a
elas Jesus como
o nosso melhor
exemplo, não
terão heróis da
violência a
seguir. Se
apresentarmos
Jesus de maneira
viva e atual,
elas irão
entender a lei
da semeadura e
compreenderão a
responsabilidade
que têm diante
de seus atos,
descobrindo seus
direitos e
também seus
deveres, fazendo
aos outros o que
gostariam que
fizessem a eles.
Esta é uma visão
que leva a
criança a
conhecer e
exercitar os
pontos positivos
de sua
personalidade,
e, da mesma
forma, joga luz
sobre as suas
más tendências,
não as sufocando
simplesmente,
porém,
trabalhando-as
na chamada
reforma íntima,
que quanto antes
iniciar será
melhor para o
Espírito e para
todos que
convivem com
ele. Se ficarmos
protelando e não
tratarmos essas
más tendências,
na adolescência,
que é uma fase
de eclosão dos
sentidos, nossas
crianças serão
como carros
desgovernados em
plena ladeira.
Quando os pais
ignoram as más
tendências dos
filhos, eles
poderão manter
uma falsa
aparência em
casa, mas quando
estiverem longe
poderão dar
vazão a elas com
atitudes
reprováveis como
o Bullying.
Espíritos que se
encontram na
fase da infância
estão totalmente
receptivos,
abertos ao
aprendizado, e é
nesse período
que o Evangelho
deve ser
apresentado de
forma lúdica,
por meio de
brincadeiras e
exemplos do
dia-a-dia. As
crianças
precisam ser
estimuladas a
sentir empatia,
ou seja, a
saírem do seu
mundo particular
e vislumbrarem
as experiências
das outras
pessoas, porque,
quando se
identificarem
com os seus
semelhantes,
aprenderão mais
facilmente
lições de
respeito,
fraternidade e
amor.
O problema do
Bullying ganhou
contornos
altamente
nocivos e tem
incomodado a
pessoas no mundo
todo. O Bullying
de forma alguma
é brincadeira de
criança. Os seus
resultados podem
ser em curto
prazo a
somatização dos
medos através de
mal-estar físico
como dor de
cabeça, de
estômago e
diarreia. A
médio e longo
prazo as vítimas
podem apresentar
desinteresse
pela escola,
depressão,
pânico e fobia
social. Em casos
mais graves
podem ocorrer
suicídios e
homicídios.
Parte das
vítimas cresce e
supera o
Bullying com o
chamado “efeito
elástico”, que é
a capacidade de
ser testado ao
limite e não ter
a sua
constituição
emocional
alterada, mas
grande parte
delas levará
traumas e
inseguranças
para o resto de
suas vidas.
Assim como
pensamos nas
vítimas, devemos
pensar nos
agressores que
chegarão à fase
adulta dotados
dessa carga de
violência e
desrespeito,
desprovidos de
limites e
valores morais
que são
essenciais à
evolução como
cidadãos e
Espíritos que
também o são.
Nos Estados
Unidos, o
presidente
Barack Obama
chegou a fazer
um
pronunciamento
em favor da
campanha contra
o Bullying, que
vem suscitando a
criação de leis
nos mais
diversos países.
No Brasil, o
Estado de Santa
Catarina é
atualmente o
único com lei
específica para
isso, fazendo
com que quem
pratica essa
forma de
violência seja
punido. O
Conselho
Nacional de
Justiça lançou
no final de
outubro uma
Cartilha de
Combate ao
Bullying, que já
vem sendo
distribuída em
todas as escolas
da rede pública
e particular,
além dos órgãos
de proteção ao
menor.
Apesar de todos
os
esclarecimentos,
ainda há muita
gente que
considera um
exagero o
posicionamento
da justiça e até
mesmo as
campanhas,
insistindo que o
Bullying é
inofensivo, mas
antes de
qualquer coisa é
preciso
perguntar como
se sentem as
crianças e
adolescentes que
são alvo disso.
Devemos lembrar
que, por causa
do rigor,
algumas leis,
como a de
combate ao
racismo, a de
proteção à
mulher, e,
especialmente, a
que regulamenta
o pagamento de
pensão
alimentícia no
Brasil, ainda
recebem críticas
por apresentarem
uma determinada
rigidez, o que é
devido à
negligência
cometida durante
anos por muitas
pessoas.
Todas estas
características
são inerentes a
um planeta de
provas e
expiações, e o
cenário dos
relacionamentos
somente mudará
na proporção em
que o homem
mudar o seu
cenário interno,
no dia em que
descobrir e
trabalhar os
seus
sentimentos,
passando a ter
como objetivo
principal a
prática do bem.