Assalto aos
cofres públicos
Mêncio (371 a .
C – 289 a . C) ,
grande filósofo
chinês,
considerado o
segundo sábio (o
primeiro fora
Confúcio que
vivera 200 anos
antes), afirmava
que um
governante deve
comandar seu
povo pelo
exemplo moral.
Apregoava em
alto e bom som
que o governo
deve oferecer ao
povo orientação
moral e
condições
básicas para uma
vida com
dignidade.
Cuidar dos
recursos
naturais, prover
os incapazes,
auxiliar os
idosos,
preocupar-se com
o cidadão...
Para Mêncio,
verdadeiro líder
é aquele que se
preciso for
sacrifica seus
desejos
individuais em
prol do bem
coletivo.
As palavras de
Mêncio são
atualíssimas e
podemos
aplicá-las ao
nosso país.
Vejamos, pois,
alguns
questionamentos:
Será que nossos
governantes
oferecem
orientação moral
ao povo? Será
que proporcionam
uma vida digna
ao cidadão? O
Bolsa Família é
o melhor caminho
para promover o
indivíduo? Será
que nossos
deputados e
senadores
auxiliam os
idosos? Será que
cuidam dos
recursos
naturais? Será
que nossos
governantes
preocupam-se com
o cidadão? Ou
será que o único
cidadão que eles
se preocupam são
seus aliados
políticos e
familiares? Será
que eles são
líderes capazes
de sacrificar
seus desejos em
benefício do
interesse
coletivo?
São muitas
indagações que
já sabemos as
respostas.
Provavelmente
nenhum de nossos
deputados e
senadores
observaram as
frases do sábio
chinês,
porquanto nos
derradeiros dias
deste 2010, como
é da ciência de
todos, eles
literalmente
assaltaram os
cofres públicos
ao concederem um
aumento de 60%
aos próprios
salários.
E em face do
quadro desolador
que se apresenta
à sociedade
torna-se ociosa
qualquer
discussão sobre
reforma
política,
tributária ou
qualquer outra
reforma enquanto
não fizermos a
mais urgente
delas, a única
capaz de colocar
nosso país de
fato no trilho
do
desenvolvimento:
a reforma moral.
Dirão os
especialistas no
assunto que este
é um raciocínio
simplista, sem
qualquer base
científica. Porém,
se mergulharmos
fundo nessa
questão, veremos
que por trás de
todos os problemas
que enfrentamos
há o agente
causador chamado
egoísmo, e
que só será
extirpado com a
reforma moral.
É muito simples:
tire o egoísmo
das ações
humanas e
veremos o
progresso não
apenas de uma
minoria, mas de
todos. Sim, é o
egoísmo que faz
com que o homem
público
preocupe-se com
o aumento
abusivo de seu
salário; é o
egoísmo que faz
os deputados e
senadores
assaltarem
legalmente os
cofres públicos;
é o egoísmo que
não oferece
orientação
adequada ao
próximo; é o
egoísmo que
desdenha da
saúde e ceifa a
vida de milhões
de brasileiros
que viveriam
mais e melhor se
tivessem acesso
a um tratamento
adequado e
digno.
A reforma moral
é, pois, a mãe
de todas as
outras reformas;
sem a reforma
moral qualquer
tentativa de
modificar os
padrões vigentes
não obterá
sucesso. Sem
reforma moral
todos agirão em
causa própria
aumentando
abusivamente os
salários,
desviando
verbas,
prejudicando o
outro,
desdenhando da
educação. É
um panorama que
só será mudado
com a mais
eficaz de todas
as reformas: a
reforma moral!
Urge então
realizá-la ou
corremos o risco
de vermos outros
países avançar
enquanto nos
tornamos motivo
de chacota para
o mundo, que
gargalhará de
nossas
lamentáveis
mazelas morais.