ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Caráter
revelador
As informações
trazidas pela
Revelação
Espírita abriram
caminhos e
perspectivas
novas para a
longa e difícil
evolução humana.
Ocorre que a
clareza e a
lógica dessas
informações
possibilitaram
novo
entendimento das
razões de
nascer, viver, e
mesmo dos
“porquês” dos
desafios
enfrentados por
todos os seres
humanos
encarnados no
planeta.
A simples
aceitação,
através do
raciocínio, da
imortalidade, da
reencarnação e
da
comunicabilidade
dos Espíritos,
muda totalmente
a visão que se
passa a ter das
finalidades e
utilidade da
presente
existência, em
cada criatura.
Pensar que a
evolução é
contínua, um
sistema
permanente de
aprendizado, e
sempre visando à
felicidade dos
filhos de Deus,
convoca-nos a
todos a uma
postura ativa de
trabalho no bem
próprio e para o
próximo,
considerando que
esta única
condição (de
mesma origem
como filhos do
mesmo Pai, como
outrora também
ensinou Jesus)
já indica os
caminhos da
solidariedade.
Pois bem, é
exatamente este
caminho de
solidariedade,
pelo qual se
deixam tocar os
Espíritos que já
alcançaram
estágios mais
avançados de
evolução, que
faz com que
gradativamente
despertemos para
o auxílio mútuo
permanente. E
esse
despertamento
movimentou os
Espíritos
reveladores
(obedecendo a um
planejamento
divino),
situados em
estágios
superiores aos
vigentes no
planeta, a
apresentarem a
Revelação
Espírita. E como
uma disciplina
escolar,
trouxeram-na
didaticamente
para ser
estudada e
compreendida.
Na verdade, eles
comparecem como
professores
experientes,
como mestres a
ensinar um
caminho a
percorrer, para
facilitar o
processo
evolutivo. Isto
levou o
Codificador
Allan Kardec a
elaborar
argumentos e
reflexões
importantes para
o entendimento
da proposta
espírita.
Na Revista
Espírita, de
setembro de 1867
– ano X, vol. 9
–, ao apresentar
o trabalho
Caracteres da
Revelação
Espírita
(também
apresentado no
capítulo I da
obra A Gênese),
o Codificador –
usando o método
de partir do
conhecido para o
desconhecido,
como fez em toda
sua obra – leva
o leitor e
estudioso da
Doutrina
Espírita a
percorrer os
caminhos do
raciocínio para
concluir sobre o
caráter
revelador do
Espiritismo.
Indaga no item
4: “Qual o
papel do
professor
perante os
alunos, senão o
de um revelador?
Ele lhes ensina
o que não sabem,
o que nem teriam
tempo nem
possibilidade de
descobrir por si
mesmos (...)
e pondera no
item seguinte,
de número 5:
Mas o professor
só ensina o que
aprendeu. É um
revelador de
segunda ordem.
(...)”. Já
no item 13
declara que “Por
sua natureza, a
revelação tem um
duplo caráter:
participa, ao
mesmo tempo, da
revelação divina
e da revelação
científica (...)”
E esta última
frase tem um
sentido
extraordinário,
aliás, como tudo
na Codificação
Espírita.
Relacionando a
correlação entre
a revelação
divina (vinda em
todos os tempos
através dos
Espíritos) e a
revelação
científica (esta
de conquista
material, mas
também amparada
pelos
Espíritos), fica
patente o papel
mútuo que
desempenham os
Espíritos,
estejam
encarnados ou na
condição de
Espíritos
vivendo no mundo
espiritual, no
progresso do
planeta. Há uma
permanente
relação entre os
dois planos e os
movimentos de
ambos os lados
da vida levam a
um objetivo só:
a evolução.
Por isso, os
Espíritos que
trouxeram a
Revelação
Espírita
apresentam-se
mesmo como
professores. E
nós somos alunos
que precisam
estudar para
aprender e
entender.
Por outro lado,
os Espíritos
ainda em
dificuldades,
que se
apresentam em
reuniões
mediúnicas, não
deixam também de
serem
professores, ao
trazerem as
próprias
experiências dos
resultados das
próprias ações
que encontraram
após a
desencarnação.
Algo para
pensar, afinal,
para isso somos
convidados.