Raul Teixeira: Não existe um número exato de vezes, porque como cada um de nós tem seu livre-arbítrio... Você pode realizar mais do que eu estou realizando numa determinada área, mas eu posso realizar em outra área mais do que você está realizando, então vai haver uma compensação. O fato é vamos saindo da vida física com potencial realizado, com o material conquistado, que ainda não é a totalidade. Nós precisamos voltar para complementar o nosso curso de vida na Terra e, como Jesus Cristo nos determinou que fôssemos perfeitos como perfeito é o Pai Celestial, é obvio que não conseguimos essa perfeição, esse crescimento, esse avanço numa única existência. Por mais longa que ela seja, não ultrapassará os 100 anos de idade, e uma pessoa depois de determinada idade já não consegue aprender coisas novas, pelas limitações orgânicas. 

Deste modo vale a pena saber que nós reencarnaremos quantas vezes isso for necessário, do mesmo modo que uma criança entra na escola para cursar, por exemplo, o ensino fundamental em 8 anos, da primeira à oitava série, isto é, se ela não repetir, se ela não ficar em recuperação, se ela não ficar em dependência. Então, de repente, uma criança fará esse curso que duraria 8 anos em 10, em 12 anos. Se ela for repetindo duas vezes cada série, ou uma vez cada série, o curso de 8 anos ela fará em 16. Natural é pensar que neste curso de vida que a gente tem no mundo tudo dependerá do afinco com que esses alunos de Deus, esses filhos de Deus, que somos nós, desenvolveremos o nosso trabalho. Não existe um número exato. As crenças orientalistas, indianistas então vão estabelecer número para a reencarnação, mas eles têm o entendimento de reencarnação muito diferente do entendimento que tem o Espiritismo. Para nós, no Espiritismo, a reencarnação é uma lei de progresso. Nós reencarnamos como a criança tem que voltar à escola no dia seguinte, uma vez que não terminou de fazer o aprendizado no dia anterior, e cada vez que volta à escola renova o uniforme, vai com o uniforme limpo. Nós voltamos à escola terrestre com o corpo novo, às vezes com o professor novo. As lutas são novas, os aprendizados são outros, mas representam uma continuação do nosso crescimento; dessa maneira vale a pena não nos preocuparmos com isto, mas fazer a cada dia o que nos seja melhor.