ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
Jesus, a fonte
de água viva
O capítulo 4 do
Evangelho de
João relata que,
tendo deixado a
Judeia, Jesus
retirara-se
outra vez para a
Galileia,
sendo-lhe
necessário
passar por
Samaria,
chegando,
assim, à
cidade
samaritana
chamada Sicar,
perto das terras
que Jacó
(segundo filho
de Isaac, neto
do patriarca
hebreu Abraão)
dera a seu filho
José.
Era por volta da
hora sexta (meio
dia). Cansado da
viagem, Jesus
sentou-se junto
à fonte de Jacó.
Nisto, veio uma
mulher
samaritana tirar
água. Jesus lhe
pediu: "Dá-me de
beber". (Seus
discípulos
tinham ido à
cidade para
comprar
alimentos.) A
samaritana lhe
disse, então:
"Como, sendo tu
judeu, pedes de
beber a mim, que
sou mulher
samaritana?"
(Porque os
judeus não se
comunicavam com
os samaritanos).
Jesus lhe
replicou: "Se
conheceras o dom
de Deus e quem é
o que te pede:
dá-me de beber,
tu lhe pedirias,
e ele te daria
água viva".
Ela disse:
"Senhor, tu não
tens com que a
tirar, e o poço
é fundo; onde,
pois, tens a
água viva? És tu
maior do que o
nosso pai Jacó,
que nos deu o
poço, bebendo
ele próprio
dele, e os seus
filhos e o seu
gado?" Jesus
observou: "Quem
beber desta água
tornará a ter
sede; aquele,
porém, que beber
da água que eu
lhe der nunca
mais terá sede;
pelo contrário,
a água que eu
lhe der será
nele uma fonte a
jorrar para a
vida eterna".
Disse-lhe a
mulher: "Senhor,
dá-me dessa água
para que eu não
mais tenha sede,
nem precise vir
aqui buscá-la".
Jesus pediu que
a mulher
chamasse o seu
marido; ela
disse que não
tinha; Jesus
disse que ela
tivera cinco
maridos e o que
agora ela tinha
não era, na
verdade, seu
marido. "Vejo
que és profeta",
disse a mulher.
No capítulo
7:37, registra
João: "No último
dia, o grande
dia da festa,
levantou-se
Jesus e
exclamou: Se
alguém tem sede,
venha a mim e
beba. Quem crê
em mim, como diz
a Escritura, do
seu interior
fluirão rios de
água viva".
"Então muitos da
multidão,
ouvindo esta
palavra, diziam:
verdadeiramente
este é o
profeta."
Jesus empregou,
nestes
episódios, a
linguagem
simbólica. A
água é
fundamental à
vida. Por ser
muito escassa na
região, os
habitantes da
Palestina e
outros povos
orientais a
denominavam de
"Dom de Deus". A
água parada é
morta; corrente,
é água viva,
importante à
saúde. Por isso,
Jesus diz
que ele é a
fonte, por onde
jorrarão rios de
água viva, isto
é, a fonte pura
que dá vida aos
que nele creem,
atraídos pelo
seu Amor. Logo,
quem beber a
água (material),
sempre terá
sede, mas quem
beber a água
simbolizada na
sua Doutrina,
não terá sede e
do seu íntimo
jorrará uma
fonte para a
vida eterna.
A satisfação
material é
mutável, mas o
que recebe o
conhecimento
espiritual sacia
a sua sede de
saber e não
esquece o que
aprendeu. Além
do mais, o que
aprende desperta
para procurar
saber cada vez
mais. O amor e a
instrução devem
acompanhar o
cristão. É o que
se entende ao
analisar-se a
comunicação do
Espírito da
Verdade, no item
5 do capítulo VI
(O Cristo
Consolador) em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo: "... Crede,
amai, meditai
todas as coisas
que vos são
reveladas; não
mistureis o joio
ao bom grão, as
utopias com as
verdades".
"Espíritas,
amai-vos, eis o
primeiro
ensinamento;
instruí-vos, eis
o segundo. Todas
as verdades se
encontram no
Cristianismo."
Cabe uma
explicação sobre
a palavra
profeta, uma vez
que assim
designaram a
Jesus, sem que
ele nada tenha
falado do
futuro, mas só
do passado e do
presente. No
capítulo XXI
(Falsos cristos
e falsos
profetas) -
item 4, de O
Evangelho
segundo o
Espiritismo, Allan
Kardec explica:
"No sentido
evangélico, a
palavra profeta tem
uma significação
mais ampla,
aplicando-se a
todo enviado de
Deus, com a
missão de
instruir os
homens e de lhes
revelar as
coisas ocultas,
os mistérios da
vida espiritual.
Um pode,
portanto, ser
profeta, sem
fazer previsões.
Essa era a ideia
dos judeus, no
tempo de Jesus".