Espiritismo
à moda
da casa
Jesus
previu
que Seus
ensinos
seriam
desvirtuados
e
esquecidos
“O
Espiritismo
será o
que os
homens o
fizerem.”
-
Léon
Denis
Confesso
que a
assertiva
em
epígrafe
do
grande e
singular
continuador
de
Kardec
causava-me
muita
estranheza...
Mas não
estávamos
sozinhos
nessa
situação:
tínhamos
boa
companhia:
Vinícius,
(pseudônimo
de Pedro
de
Camargo).
Só que
ele
(Vinícius)
conseguiu
compreender
– com
propriedade
e
cerrada
lógica –
o
“espírito”
do
pensamento
de
Denis,
conforme
podemos
verificar
em seu
livro:
“O
Mestre
na
Educação”.
Eis sua
explicação:
“(...)
Essa
frase do
eminente
e
destacado
filósofo,
com
franqueza,
impressionou-me
mal,
durante
muito
tempo...
Eu não
me
acomodava
com o
conceito
de
Denis.
Achava
que ele
fora
infeliz
naquela
expressão,
porque o
Espiritismo
é a
Verdade
e a
Verdade
é o que
é e não
o que os
homens
pretendem
que
seja...
Mais
tarde,
porém,
com a
reserva
de
experiências
que fui
acumulando,
verifiquei
que Léon
Denis
tem toda
a razão
no que
disse a
propósito
da
Doutrina
Espírita.
Realmente,
as
coisas
se
passam
neste
mundo,
tal qual
o
conceito
daquele
conspícuo
pensador.
As
palavras
são as
vestes
das
ideias.
Os
homens
as
interpretam
segundo
os seus
interesses
e
pendores
pessoais,
das suas
escolas
e
partidos.
É assim
que eles
mudam as
vestiduras
de uma
ideia
para
outra,
muito
diversa,
e,
insistindo
nessa
troca,
acabam
conseguindo
que o
falso
passe
como
verdadeiro,
o irreal
como
pura
evidência.
A
história
humana
está
repleta
de fatos
dessa
espécie.
Vejamos,
por
exemplo,
o que
foi o
Cristianismo
no seu
berço,
na sua
fonte
pulcra e
o que é
nos dias
que
correm...
Que
fizeram
os
homens
do
século
do
Cristianismo?
Jesus
predicou
e deu
testemunho
de
mansuetude,
de
solidariedade
e das
relações
fraternas
que
devem
servir
de norma
à vida
humana.
Partindo
da
Paternidade
Divina,
irmanou
raças,
nações e
povos,
abolindo
as
causas
de
separação.
Fez
notar,
enfaticamente,
que as
finalidades
do
destino
estão na
conquista
do reino
de Deus,
que é o
da
justiça,
da
liberdade
e do
amor.
Sob a
égide de
tais
postulados,
Jesus
afirmou:
“Eu
venci o
mundo”.
O que
fizeram
os
homens,
repetimos,
dessa
divina
Doutrina?
Abandonaram
aqueles
sábios
preceitos,
enveredaram
pela
estrada
do
despotismo,
empregando
a
violência
em vez
da
mansuetude.
Ao uso
da
razão,
ao
emprego
da
inteligência
entrosada
no
sentimento,
para
resolver
os seus
problemas,
o homem
preferiu
o canhão
e as
bombas
incendiárias
que
arrasam
cidades
e talam
os
campos,
esquecidos
de que
Jesus
proclamara
ter
vencido
o mundo
utilizando-Se,
apenas,
de
forças
espirituais.
(...)
Concluímos,
pois,
que o
Cristianismo
não
permaneceu
o que
realmente
é, mas
ficou
sendo o
que os
homens
fizeram
dele”.
Kardec
aduz:
“(...)
Que
fizeram
os
homens
das
máximas
de
caridade,
de amor
e de
tolerância
de
Jesus?
Que
fizeram
das
recomendações
que fez
a Seus
apóstolos
para que
convertessem
os
homens
pela
brandura
e pela
persuasão;
da
simplicidade,
da
humildade,
do
desinteresse
e de
todas as
virtudes
que Ele
exemplificou?!
Em Seu
nome, os
homens
se
anatematizaram
mutuamente
e
reciprocamente
se
amaldiçoaram;
estrangularam-se
em nome
d`Aquele
que
disse:
“Todos
os
homens
são
irmãos”.
Do Deus
infinitamente
justo,
bom e
misericordioso
que Ele
revelou,
fizeram
um Deus
cioso,
cruel,
vingativo
e
parcial;
àquele
Deus, de
paz e de
verdade,
sacrificaram
nas
fogueiras,
pelas
torturas
e
perseguições,
muito
maior
número
de
vítimas
do que
as que
em todos
os
tempos
os
pagãos
sacrificaram
aos seus
falsos
deuses;
venderam-se
as
orações
e as
graças
do Céu
em nome
d`Aquele
que
expulsou
do
Templo
os
vendedores
e que
disse a
Seus
discípulos:
“Dai
de graça
o que de
graça
recebestes”.
(§
5º).
Que
diria o
Cristo,
se
viesse
hoje
entre
nós? Se
visse os
que se
dizem
Seus
representantes
a
ambicionar
as
honras,
as
riquezas,
o poder
e o
fausto
dos
príncipes
do
mundo,
ao passo
que Ele,
mais rei
do que
todos os
reis da
Terra,
fez a
Sua
entrada
em
Jerusalém
montado
num
jumento?
Não
teria o
direito
de
dizer-lhes:
“Que
fizestes
dos meus
ensinos,
vós que
incensais
o
bezerro
de ouro,
que dais
a maior
parte
das
vossas
preces
aos
ricos,
reservando
uma
parte
insignificante
aos
pobres,
sem
embargo
de haver
eu dito:
Os
primeiros
serão os
últimos
e os
últimos
serão os
primeiros
no Reino
dos
Céus?”.
(§
6º).
Quando
Jesus
prometeu
a vinda
do outro
“Consolador”,
Ele
deixou
bem
claro
que Seus
ensinos
precisavam
de
complementações
importantes
que só
mais
tarde
poderiam
ser
compreendidas.
Assim,
além de
o
Paleocristianismo
estar
incompleto,
ele foi
adulterado
em quase
sua
totalidade
pelos
ecônomos
infiéis
que
deveriam
custodiá-lo
com zelo
e
carinho.
Por
isso,
com toda
razão, o
Codificador
do
Espiritismo
afirmou:
“(...)
As
religiões
que se
fundaram
no
Evangelho
não
podem
dizer-se
possuidoras
de toda
a
verdade,
porquanto
Jesus
reservou
para Si
a
completação
ulterior
de Seus
ensinamentos.
O
princípio
da
imutabilidade,
em que
elas se
firmam,
constitui
um
desmentido
às
próprias
palavras
do
Cristo.
Sob o
nome de
Consolador
e de
Espírito
de
Verdade,
Jesus
anunciou
a vinda
d`Aquele
que
havia de
ensinar
todas as
coisas e
de
lembrar
o que
Ele
dissera.
Logo,
não
estava
completo
o Seu
ensino.
E, ao
demais,
prevê
não só
que
ficaria
esquecido,
como
também
que
seria
desvirtuado
o que
por Ele
fora
dito,
visto
que o
Espírito
de
Verdade
viria
tudo
lembrar
e, de
combinação
com
Elias,
restabelecer
todas as
coisas,
isto é,
pô-las
de
acordo
com o
verdadeiro
pensamento
de Seus
ensinos”.
Vinícius,
encerra
seu
pensamento
indagando1:
“(...)
Que
pretendem
os
homens
fazer do
Espiritismo,
desviando-o
de sua
finalidade
precípua
e
verdadeira,
que é,
como
desdobramento
do
Cristianismo,
acender
o facho
da luz
no
interior
das
consciências,
regenerando
e
reformando
o homem
através
da
educação,
tal como
exemplificou
o Divino
Mestre
em Sua
passagem
por este
mundo?”
O
Espiritismo
à moda
da casa
está
grassando
em
acintoso
detrimento
do
conteúdo
codificado
pelo
Mestre
Lionês.
E a
continuar
esses
desvios
bastardos,
em pouco
tempo a
Doutrina
Espírita
perderá
a sua
condição
de
Consoladora
e
Alforriadora
de Almas,
tornando-se
apenas
mais um
inócuo
“ismo”
a se
juntar
aos
demais
que
existem
por aí.
Acordemos,
espíritas!...
É alto o
preço
cobrado
no Mundo
Maior
aos
causadores
de
escândalos!
Há que
se levar
em conta
a séria
advertência
do
Espírito
de
Verdade:
“(...)
Estudai,
comparai,
aprofundai...
Incessantemente
vos
dizemos
que o
conhecimento
da
Verdade
só a
esse
preço se
obtém.
Como
quereríeis
chegar à
verdade,
quando
tudo
interpretais
segundo
as
vossas
ideias
acanhadas,
que, no
entanto,
tomais
por
grandes
ideias?
Longe,
porém,
não está
o dia em
que o
ensino
dos
Espíritos
será por
toda
parte
uniforme,
assim
nas
minúcias,
como nos
pontos
principais.
A missão
deles é
destruir
o erro,
mas isso
não se
pode
efetuar
senão
gradativamente”.
“Longe
porém,
não está
o dia em
que o
ensino
dos
Espíritos
será por
toda
parte
uniforme”...
Esta
frase do
Espírito
de
Verdade
não
deixa
dúvida
de que
estarão
de fora
das
hostes
espiritistas
todos
aqueles
que
cultivaram
as
árvores
que
Jesus
não
plantou.
Sem
prognosticarmos
hecatombes
apocalípticas,
entendemos
que
esses
serão
atados
em
feixes e
levados
ao fogo
das
expiações
corretivas,
onde
haverá
“choros
e ranger
de
dentes”.