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Sim, estamos
reencarnados!
"O
que existe, já
havia existido:
o que existirá,
também já
existiu”
(Ecl, 3:15).
"Eu
era um jovem de
boas qualidades
e tive a sorte
de ter uma boa
alma, ou melhor,
sendo bom, vim a
um corpo sem
mancha”
(Sb, 8:19).
“Porque nós
somos de ontem e
nada
sabemos...”.
(Jó, 8:9).
O espiritualismo
e outras
religiões
antigas trataram
da reencarnação
como uma
verdade. Nos
silêncios dos
mosteiros, em
paredes fechadas
das doutrinas
secretas ou em
subsolos
diversos onde os
estudos
transcendentais
eram levados a
efeito, a
reencarnação foi
sempre o ponto
de referência
para
entendimento das
diversas leis
naturais, dentre
elas a lei de
causa e efeito.
Certamente
nossos
antepassados
tiveram razões
de sobra para
velar tal
conhecimento de
mentes ainda
infantis para
assunto tão
complexo. No
evangelho de
Jesus o assunto
é tratado
diversas vezes,
sendo o mais
notável o
diálogo de Jesus
e Nicodemos
inscrito no Cap.
3 v. 1 a 12 do
evangelho de
João. Coube,
contudo, ao
Espiritismo a
tarefa de
levantar o véu
do assunto e
expô-lo de forma
clara para que
todos pudessem
entender e se
transformar
tendo em vista
os processos da
evolução
contínua.
Presentemente a
ciência vem
tratando do
assunto, o que
tem levado a
vários segmentos
da mídia
incorporar em
seus
noticiários,
artigos,
entrevistas ou
seriados
televisivos a
pauta da
reencarnação. De
tão necessário o
seu
entendimento, o
homem hodierno
não pode mais
ficar a par
deste
conhecimento.
Os pesquisadores
Betty Repacholi
e Alison Gopnik
da Universidade
da Califórnia,
nos Estados
Unidos,
descobriram
recentemente que
crianças de um
ano e meio podem
entender que eu
posso querer uma
coisa enquanto
você quer outra,
em contraposição
às propostas do
filósofo John
Locke do século
XVII e Jean
Piaget,
psicólogo
educador do
século passado,
que afirmaram
ser a criança
uma página em
branco onde se
inscreve os
caracteres
familiares e
culturais para a
formação da sua
personalidade.
Os pesquisadores
citados acima
afirmam ainda
que aos quatro
anos de idade a
compreensão de
psicologia
cotidiana da
criança é ainda
mais refinada.
Conseguem
explicar, por
exemplo, se uma
pessoa está
agindo
estranhamente
porque acredita
em algo que não
é verdade. O
mais
impressionante
ainda é que as
crianças usam
estatísticas,
como os
cientistas, para
tirar conclusões
sobre o mundo,
de acordo com os
estudos de Fei
Xu, também da
Universidade da
Califórnia, que
fez experiências
utilizando bolas
de pingue-pongue
das cores
brancas e
vermelhas,
concluindo que
“... bebês são
analistas
estatísticos
habilidosos.
Crianças de
quatro anos são
peritas em
interpretar
evidências para
desvendar causas
e efeitos”.
Como sabemos, a
ciência caminha
para a
confirmação do
processo
reencarnatório
Estudos e
descobertas como
essas só
confirmam o
processo dos
renascimentos.
Sim, há uma vida
anterior, ou
vidas
anteriores.
Sabe-se que o
cérebro com toda
a sua
complexidade é
fruto de
milênios de
experiências da
mônada divina em
suas várias
existências a
partir do
mineral, como
nos é informado
pela
espiritualidade.
Na questão 171
de “O Livro dos
Espíritos” lemos
que: “Todos os
Espíritos tendem
à perfeição, e
Deus lhes
fornece os meios
de alcançá-la
através das
provações da
vida corporal.
Porém, em sua
justiça, Ele
lhes reserva –
para suas novas
existências – a
realização
daquilo que não
puderam fazer ou
cumprir numa
primeira
provação”, de
acordo com os
comentários de
Kardec.
Assim, a ciência
caminha para a
confirmação do
processo
reencarnatório.
Ian Stevenson,
eminente
professor e
doutor da
Universidade da
Virgínia, também
dos Estados
Unidos,
peregrinou pelo
mundo à cata de
provas
científicas da
reencarnação
através de
relatos de
crianças que se
diziam seres
reencarnados,
apontando
antigas
famílias,
detalhando suas
vivências
anteriores e
confirmados
pelos
ex-familiares e
pessoas ligadas
ao assunto, tais
como vizinhos e
parentes. O
livro
“Reencarnação –
Vinte Casos” de
Ian Stevenson
deve ser lido e
analisado por
todos aqueles
que se
interessam pelo
assunto, crentes
ou cépticos.
Conclusões a que
hoje se chegam a
respeito do
assunto pelos
investigadores
científicos dão
conta de que
“Neurocientistas
começaram a
entender alguns
mecanismos
cerebrais que
permitem todo
esse
aprendizado. O
cérebro de bebês
é mais flexível
que o de
adultos. Tem
muito mais
conexões entre
neurônios,
embora nenhuma
delas seja
particularmente
eficiente, mas
com o passar do
tempo eles
desatam os
conectores
inutilizados e
fortalecem os
úteis. O cérebro
do bebê também
tem um nível
elevado daquelas
substâncias
químicas que
mudam facilmente
as conexões. A
região cerebral
chamada córtex
pré-frontal é
distintamente
humana e leva um
tempo longo para
amadurecer.
Capacidades de
concentração,
planejamento e
ações eficientes
dos adultos são
governadas por
essa área e
dependem do
longo
aprendizado que
ocorre na
infância. Pode
ser que aos
vinte anos ainda
não estejam
completamente
desenvolvidos”,
conforme
enfatiza Alison
Gopnik.
Infância e
dedicação são
fundamentais
para nossa
qualidade de
seres humanos
Aqui vale o
comentário sobre
o longo
aprendizado que
ocorre na
infância. Já
dizia Platão
que: “conhecer é
recordar a
verdade que já
trazemos em nós,
inerente ao
aparato racional
e intuitivo de
que somos desde
o nascimento
dotados. Nesse
sentido,
aprender é mesmo
descobrir o que
já sabemos”.
Então, na fase
supracitada, o
Espírito está
realizando o
processo do
avivamento das
lembranças do
passado através
dos
conhecimentos do
presente, tudo
de acordo com
suas
necessidades na
atual
existência. “A
falta de
controle
pré-frontal
detectado nas
crianças parece
ser enorme
obstáculo, mas
na realidade
pode ser
tremendamente
útil para o
aprendizado.
Inibe
pensamentos ou
ações
irrelevantes, o
que pode ajudar
os bebês e
crianças
pequenas a
explorar o mundo
livremente.
Longe de serem
meros adultos
inacabados, os
bebês e as
crianças
pequenas são
primorosamente
projetadas para
evolução, para
mudar e criar,
aprender e
explorar. Nossas
realizações mais
valiosas são
possíveis porque
já fomos
crianças
dependentes e
indefesas.
Infância e
dedicação são
fundamentais
para nossa
qualidade de
seres humanos.
Eu decidi
investigar casos
que chamaram a
minha atenção e
passei a
publicar
relatórios sobre
eles. Renasceu
em mim o antigo
interesse sobre
reencarnação”,
afirma ainda o
Dr. Ian
Stevenson.
A professora
Dalva Silva
Souza é membro
da Federação
Espírita do
Estado do
Espírito Santo.
Em seu livro:
“Os Caminhos
para o Amor”,
editado pela FEB
em 2005, nos
fala que “...
cada um é, antes
de tudo,
herdeiro de si
mesmo, e o meio
em que o
indivíduo
renasce tem a
ver com sua
história
anterior, é
determinado pelo
rigoroso
mecanismo da lei
de ação e reação
que rege o mundo
moral.
Compreendemos,
por conseguinte,
que todo
renascimento
representa um
projeto de
renovação e
crescimento para
todos os que
estão envolvidos
afetivamente:
pais e filhos”.
O Dr.
Alison Gopnik,
psicólogo que
atua na U. da
Califórnia,
em artigo
recentemente
publicado,
comenta que:
“crianças
pequenas sabem,
vivenciam e
aprendem muito
mais que
cientistas
acreditaram ser
possível”. Diz
ainda que no fim
do século XX
alguns
cientistas já
argumentavam que
os bebês devem
nascer cientes
de muita coisa
que os adultos
sabem sobre
comportamento de
objetos e
pessoas. “Estão
longe de ser
páginas em
branco. Eles
aprendem sobre o
mundo que os
cerca através
das próprias
experiências”,
conclui. Susan
A. Gelman – U.
Michigan –
descobriu que
eles acreditam
que animais e
plantas têm uma
essência. Andrew
N. Meltzoff – U.
Washington –
demonstrou que
recém-nascidos
já entendem que
pessoas são
especiais e
imitarão suas
expressões
faciais.
Numa só
existência é
impossível
conhecer o todo
e livrar-nos de
tantos erros
Bebês olham mais
demoradamente
para situações
novas e
inesperadas que
para as
previsíveis.
Pesquisadores
utilizam esse
comportamento
para descobrir
qual é sua
expectativa.
Henry Wellman,
da U. de
Michigan, e Ann
Arbor analisaram
gravações de
conversas
infantis
espontâneas para
obter pistas
sobre como os
pequeninos
pensam. Os
cientistas
descobriram que
os bebês sabem
de muito mais
coisa a respeito
do mundo que os
cerca do que se
pensa. Renée
Baillargeon da
U. de Illinois e
Elizabeth S.
Spelke, da U.
Harvard,
constataram que
bebês entendem
relações físicas
elementares como
trajetórias de
movimento,
gravidade e
contenção. Olham
com mais atenção
para um carrinho
que parece
atravessar uma
parede sólida
que para
situações que se
encaixam em
princípios
fundamentais da
Física
cotidiana. Entre
três e quatro
anos, as
crianças têm
ideia básica
sobre biologia e
uma compreensão
inicial de
crescimento,
herança e
doença. Assim
vão além das
aparências
perceptivas
superficiais
quando pensam
sobre objetos.
Todas essas
contribuições da
ciência moderna
acerca de bebês
e crianças
pequenas vêm ao
encontro dos
estudos sobre
reencarnação.
Ora, se um bebê
ou uma criança
pequena
participa de
forma tão ativa
do mundo que a
cerca, donde vem
essa capacidade?
Herança
biológica?
Herança
cultural?
Herança
familiar? Mas
ainda não houve
tempo para
tanto. Heranças
são adquiridas
ao longo do
tempo e das
experiências, do
trabalho, da
dedicação e da
fidelidade de
herdeiro. Como
entender as
afirmações
científicas
acima
tão-somente
levando-se em
conta a teoria
da existência
única? O
apóstolo Paulo
de Tarso afirmou
que nascemos uma
única vez. Sim.
Uma única vez
Deus nos criou e
nos ofereceu as
várias
existências
corporais para o
nosso
aprimoramento.
Numa só
existência é
impossível
conhecer o todo
e,
principalmente,
livrar-nos de
tantos erros e
imperfeições.
Allan Kardec em
seu cômputo de
instruções
assevera que a
reencarnação “É
a volta da alma
ou Espírito à
vida corpórea,
mas em outro
corpo
especialmente
formado para ele
e que nada tem
de comum com o
antigo”. Joanna
de Ângelis em
seus
apontamentos
afirma que
“Conhecida como
palingenesia
entre os povos
da antiguidade e
ora denominada
metensomatose
pelos modernos
investigadores,
a reencarnação é
expressiva
doação divina
para o
enobrecimento do
Espírito em
evolução”. Ney
Lobo, emérito
professor e
respeitado
confrade das
lides espíritas,
em seu livro
Filosofia
espírita da
educação,
coloca que “A
ontogênese
biológica é
repetida em
muitas
existências
sucessivas de
cada Espírito
humano em novos
corpos físicos
gerados pelos
pais”.
Entendamos que
as leis naturais
são a expressão
da verdade
instituída por
Deus
Várias são as
perguntas feitas
sobre a tese do
esquecimento
temporário das
vidas passadas.
Sim, muitos não
entendem o
porquê desse
esquecimento já
que sou herdeiro
de mim mesmo.
Contudo, vale a
pergunta
seguinte: E se
soubéssemos o
que fomos
anteriormente,
será que
ajudaria no
processo
presente? Temos
que considerar
que as leis
naturais são a
expressão da
verdade
instituída por
Deus. Assim,
muitas vezes
nossas
perquirições
devem partir
desse princípio
divino. Ora, se
Deus optou por
esquecermos
temporariamente
nossos feitos
anteriores,
certamente tinha
várias razões
para isso.
Saindo da
proposta dos “mistérios
divinos”,
vamos tentar
entender.
Valendo-nos das
anotações do
Padre Marchal,
em seu livro “O
Consolador”,
lemos que: “O
esquecimento do
passado, este
bem maior da
vida, seria um
véu equilibrante
evitando as
naturais
desarmonias se
participássemos
das outras
vivências
passadas; nossa
atual celebração
não suportaria
tamanha carga de
emoções que
impediriam novas
construções
psicológicas”.
Emmanuel reforça
anotando que: “O
esquecimento
temporário do
passado, nessas
existências
fragmentárias,
obedecendo às
leis superiores
que presidem o
destino,
representa a
diminuição do
estado
vibratório do
Espírito, em
contato com a
matéria”.
Citando o
celebre capítulo
“A
Reencarnação de
Segismundo”,
inscrito no
livro
“Missionários da
Luz”, Alexandre,
instrutor de
André Luiz,
comenta que: “O
Espírito que
odeia ou que se
coloca em
posição negativa
diante da Lei de
Deus, não pode
criar vida
superior em
parte alguma. Há
fecundações
físicas e
fecundações
psíquicas. As
primeiras exigem
as disposições
das formas e as
segundas
efetuam-se nos
resplandecentes
domínios da
alma, em
processo
maravilhoso de
eternidade. Não
há criação sem
fecundação. As
formas físicas
descendem das
uniões físicas.
As construções
espirituais
procedem das
uniões
espirituais”.
É complexo o
fenômeno da
reencarnação.
Ainda bem que o
Espiritismo nos
fornece
elementos para
seu estudo. Não
basta um dogma.
Não basta
afirmar que algo
existe. É
necessário que
passe pelo crivo
do empirismo.
Ele pode
confirmar ou
aproximar da
realidade, ou
não, do que se
afirma. O
Espiritismo
também é
ciência, está de
braços dados com
ela. Seus
postulados
necessitam ser
comprovados para
que a humanidade
tenha pilares
firmes onde
estabelecer seu
futuro.
Somos seres
renascidos
através de um
processo ímpar
de
sinterização
da forma
Em importante
revista de
ciências, seus
editores colocam
que “Trinta anos
atrás,
psicólogos,
filósofos e
psiquiatras
julgavam que
bebês e crianças
pequenas eram
irracionais,
egocêntricas e
amorais.
Acreditavam que
se limitavam ao
concreto do aqui
e agora –
incapazes de
compreender
causas e
efeitos,
imaginar as
experiências de
outras pessoas,
ou apreciar a
diferença entre
realidade e
fantasia.
Frequentemente
ainda são vistas
como adultos
imperfeitos.
Trinta anos para
trás descobriram
que sabem muito
mais do que se
possa imaginar.
Desvendam o
mundo de modo
muito semelhante
ao do cientista:
experimentos,
análises
estatísticas e
formação de
teorias
intuitivas no
âmbito dos
mundos físicos,
biológicos e
psicológicos”.
Ainda reportando
ao livro
Missionários da
Luz, é
notável o
momento em que
Segismundo é
levado para o
útero da sua
futura mãe.
Relata André
Luiz o que foi
dito a ele:
“Sintonize
relativamente à
forma
pré-infantil.
Mentalize sua
volta ao refúgio
maternal da
carne terrestre!
Lembre-se da
organização
fetal, faça-se
pequenino!
Imagine sua
necessidade de
tornar a ser
criança para
aprender a ser
homem!
Segismundo
parecia cada vez
menos
consciente, não
nos fixava com a
mesma lucidez e
suas respostas
às nossas
perguntas
afetuosas não se
revelavam
completas. Com
grande assombro
verifiquei que a
forma de nosso
amigo
assemelhava-se à
de uma criança”.
O relato
emociona. Somos
renascidos
através de um
processo ímpar
de sinterização
(1)
da forma. Os
cientistas de cá
reconhecem a
grandeza do
acontecimento e
nos dizem: “O
prolongado
desamparo e a
impotência de
bebês podem ser
um preço
evolucionário,
uma consequência
necessária de
ter um cérebro
equipado para
façanhas
prodigiosas de
aprendizagem e
criatividade”.
Resta-nos sempre
o quantum
positivo das
pesquisas tanto
em livros quanto
orais. Quantas
vezes vamos aos
centros
espíritas e
assistimos a uma
palestra,
seminário,
encontro sobre o
assunto e não
nos atentamos
para a grandeza
do mesmo. Sim,
estamos
reencarnados!
Isto é verdade.
Uma verdade que
necessitamos
estabelecer em
definitivo em
nossas
consciências
para que
possamos julgar
melhor nossos
atos diários,
pois tudo é e
será de acordo
com a lei de
causa e efeito e
a ciência. A
passos largos,
cada vez mais se
aproxima a
confirmação da
reencarnação e
aí sermos livres
de muitas
amarras, e o
contributo à
psicologia,
antropologia e
sociologia será
de tal forma que
o homem verá o
mundo de forma
diferente e
estabelecerá
para si novos
padrões de vida
e conduta.
(1)
Sinterização.
S.f. Quím.
Processo em que
duas ou mais
partículas
sólidas se
aglutinam pelo
efeito do
aquecimento a
uma temperatura
inferior à de
fusão, mas
suficientemente
alta para
possibilitar a
difusão dos
átomos das duas
redes
cristalinas.