MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
34)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. As almas repousam
quando o corpo dorme?
Nem sempre. Comentando o
caso de Laura, a filha
generosa que mesmo
durante o sono físico
não se descuidava de
amparar o genitor
doente, Aulus disse:
"Quando o corpo
terrestre descansa, nem
sempre as almas
repousam. Na maioria das
ocasiões, seguem o
impulso que lhes é
próprio. Quem se dedica
ao bem, de um modo geral
continua trabalhando na
sementeira e na seara do
amor, e quem se
emaranha no mal costuma
prolongar no sono físico
os pesadelos em que se
enreda...".
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 24,
pp. 230 e 231.)
B. Um homem portador de
histeria pode ser
auxiliado pela
frequência a um grupo
mediúnico?
Sim. O progresso é obra
de cooperação.
Consagrando-se à
disciplina e ao estudo,
à meditação e à prece –
disse Aulus – ele se
renovará mentalmente,
apressando a própria
cura, depois da qual
poderá cooperar em
trabalhos mediúnicos dos
mais proveitosos. “Todo
esforço digno, por
mínimo que seja, recebe
invariavelmente da vida
a melhor resposta."
(Obra citada, cap. 24,
pp. 231 e 232.)
C. Como explicar a
fixação mental?
A dúvida foi levantada
por Hilário e André.
Como pode a mente
deter-se em
determinadas impressões,
demorando-se nelas, como
se o tempo para ela não
caminhasse? Aulus
explicou: "É
imprescindível
compreender que, depois
da morte do corpo
físico, prosseguimos
desenvolvendo os
pensamentos que
cultivávamos na
experiência carnal. E
não podemos esquecer que
a Lei traça princípios
universais que não
podemos trair”. Aulus
complementou:
"Simbolizemos o estágio
da alma, na Terra,
através da
reencarnação, como sendo
valiosa linha de frente,
na batalha pelo
aperfeiçoamento
individual e coletivo,
batalha em que o coração
deve armar-se de ideias
santificantes para
conquistar a sublimação
de si mesmo, a mais alta
vitória. A mente é o
soldado em luta.
Ganhando denodadamente o
combate em que se
empenhou, tão logo seja
conduzida às aferições
da morte, sobe
verticalmente para a
vanguarda, na direção da
Esfera Superior,
expressando-se-lhe o
triunfo por elevação de
nível. Entretanto, se
fracassa, e semelhante
perda é quase sempre a
resultante da incúria
ou da rebeldia, volta
horizontalmente, nos
acertos da morte, para a
retaguarda, onde se
confunde com os
desajustados de toda
espécie, para
indeterminado período de
tratamento". "Em
qualquer frente de luta
terrestre, a retaguarda
é a faixa atormentada
dos neuróticos, dos
loucos, dos mutilados,
dos feridos e dos
enfermos de toda casta."
(Obra citada, cap. 25,
pp. 233 a 235.)
Texto para leitura
105. Júlio, o
paralítico - Américo
dormiu sem detença,
surgindo junto de André
e seus amigos em
desdobramento natural,
mas não percebeu a
presença dos
benfeitores espirituais,
visto que registrava
tão-somente a
perturbação mental de
que se via possuído.
Amedrontado,
espantadiço, avançou
para estreita câmara, a
pequena distância, e
rojou-se ao lado de um
velho paralítico,
choramingando: "Pai,
estou sozinho!
sozinho!... quem me
socorre? Tenho medo!
medo!..." O pai,
vigilante e calmo,
assinalou-lhe a presença
de algum modo, porque
mostrou no semblante
dolorida expressão, como
se lhe estivesse ouvindo
as queixas. Por
recomendação de Aulus,
André Luiz, buscando
sintonizar-se com o pai
enfermo, escutou-lhe a
mente, que dizia de si
para consigo: "O'
Senhor, sinto-me cercado
por Espíritos
inquietos... Quem estará
junto de mim? Dá-me
forças para
compreender-te a vontade
e acatar-te os
desígnios... Não me
abandones! Tristes são a
velhice, a doença e a
pobreza quando nos
avizinhamos da
morte!..." Sob a
influência do rapaz,
cujos pensamentos ele
assimilava sem perceber,
o velho dobrou a cabeça
e chorou copiosamente. O
Assistente esclareceu:
"Achamo-nos à frente de
pai e filho. Júlio, o
genitor de Américo, foi
acometido, faz muitos
anos, de paralisia das
pernas, vivendo assim
amarrado à cama, onde
ainda se esforça pela
subsistência dos seus,
em trabalhos leves.
Entregue à provação e à
soledade, começou a ler
e a refletir com
segurança. Apreendeu a
verdade da reencarnação,
encontrou consolo e
esperança nos
ensinamentos do
Espiritismo e, com isso,
tem sabido marchar com
resignação e fortaleza
nos dias ásperos que vem
atravessando..." Aulus
informou que Júlio,
sustentado pelo
devotamento da esposa,
trouxera ao mundo cinco
filhos: uma jovem,
Laura, abnegada
companheira dos pais,
que fora abençoada irmã
de Júlio no passado, e
quatro rapazes de trato
muito difícil. Márcio
era alcoólatra,
Guilherme e Benício
consumiam a mocidade em
extravagâncias
noturnas, e Américo, o
primogênito, estava
longe de recuperar o
equilíbrio completo...
(Cap. 24, págs. 228 a
230)
106. Origem do drama
familiar - A
expiação daquele grupo
doméstico era, sem
dúvida, rude e dolorosa.
Em passado próximo, o
pai paralítico era
dirigente de pequeno
bando de malfeitores.
Extremamente ambicioso,
asilou-se num sítio,
onde se transformou em
perseguidor de viajantes
desprevenidos,
dedicando-se ao furto e
à vadiagem... Conseguiu
convencer quatro amigos
a acompanhá-lo nas
aventuras delituosas a
que se entregou pela
cobiça tiranizante,
comprometendo-lhes a
vida moral, e esses
companheiros eram então
os filhos que lhe
recebiam agora nova
orientação, crivando-o,
porém, de preocupações e
desgostos. Nesse ponto,
André registrou um
fenômeno curioso. Uma
jovem, de fisionomia
nobre e calma, penetrou
o quarto, em espírito,
passou rente ao grupo
socorrista, sem notá-lo,
e retirou Américo para
fora. Era Laura, a filha
generosa, que ainda
mesmo durante o sono
físico não se
descuidava de amparar o
genitor doente. Aulus
ministrou recursos
vitalizantes ao enfermo
em lágrimas, e explicou:
"Quando o corpo
terrestre descansa, nem
sempre as almas
repousam. Na maioria das
ocasiões, seguem o
impulso que lhes é
próprio. Quem se dedica
ao bem, de um modo geral
continua trabalhando na
sementeira e na seara do
amor, e quem se
emaranha no mal costuma
prolongar no sono físico
os pesadelos em que se
enreda..." Os fatos
mediúnicos naquele lar
eram constantes. Os
pensamentos dos que
partilham o mesmo teto
agem e reagem uns sobre
os outros, de modo
particular, através de
incessantes correntes de
assimilação. A
influência dos
encarnados entre si é
habitualmente muito
maior do que se imagina.
"Muita vez, na
existência carnal –
afirmou Aulus –, os
obsessores que nos
espezinham estão
conosco, respirando,
reencarnados, o mesmo
ambiente. Do mesmo modo
há protetores que nos
ajudam e elevam e que
igualmente participam de
nossas experiências de
cada dia." (Cap. 24,
págs. 230 e 231)
107. O valor do
esforço digno - O
instrutor asseverou ser
"imprescindível
compreender que, em toda
a parte, acima de tudo,
vivemos em espírito. O
intercâmbio de alma para
alma, entre pais e
filhos, cônjuges e
irmãos, afeiçoados e
companheiros, simpatias
e desafeições, no templo
familiar ou nas
instituições de serviço
em que nos agrupamos,
é, em razão disso, a bem
dizer, obrigatório e
constante". "Sem
perceber, consumimos
ideias e forças uns dos
outros." Logo que o
grupo socorrista se
preparou para a
retirada, Hilário
indagou se no caso de
Américo, reconhecendo-o
como portador da
histeria, haveria
vantagem na sua
frequência ao grupo em
que outros médiuns se
aperfeiçoavam. "Como
não?", respondeu o
Assistente. "O progresso
é obra de cooperação.
Consagrando-se à
disciplina e ao estudo,
à meditação e à prece,
ele se renovará
mentalmente, apressando
a própria cura, depois
da qual poderá cooperar
em trabalhos mediúnicos
dos mais proveitosos.
Todo esforço digno, por
mínimo que seja, recebe
invariavelmente da vida
a melhor resposta."
(Cap. 24, págs. 231 e
232)
108. O problema da
ideia fixa - Tanto
Hilário quanto André
solicitaram de Aulus uma
lição em torno da
fixação mental. Como
pode a mente deter-se
em determinadas
impressões, demorando-se
nelas, como se o tempo
para ela não caminhasse?
O Assistente ouviu com
atenção e ponderou: "É
imprescindível
compreender que, depois
da morte do corpo
físico, prosseguimos
desenvolvendo os
pensamentos que
cultivávamos na
experiência carnal. E
não podemos esquecer que
a Lei traça princípios
universais que não
podemos trair.
Subordinados à evolução,
como avançar sem lhe
acatarmos a ordem de
harmonia e progresso? A
ideia fixa pode operar a
indefinida estagnação da
vida mental no tempo".
Dito isso, o instrutor
continuou: "Simbolizemos
o estágio da alma, na
Terra, através da
reencarnação, como sendo
valiosa linha de frente,
na batalha pelo
aperfeiçoamento
individual e coletivo,
batalha em que o coração
deve armar-se de ideias
santificantes para
conquistar a sublimação
de si mesmo, a mais alta
vitória. A mente é o
soldado em luta.
Ganhando denodadamente o
combate em que se
empenhou, tão logo seja
conduzida às aferições
da morte, sobe
verticalmente para a
vanguarda, na direção da
Esfera Superior,
expressando-se-lhe o
triunfo por elevação de
nível. Entretanto, se
fracassa, e semelhante
perda é quase sempre a
resultante da incúria
ou da rebeldia, volta
horizontalmente, nos
acertos da morte, para a
retaguarda, onde se
confunde com os
desajustados de toda
espécie, para
indeterminado período de
tratamento". "Em
qualquer frente de luta
terrestre, a retaguarda
é a faixa atormentada
dos neuróticos, dos
loucos, dos mutilados,
dos feridos e dos
enfermos de toda casta."
Dito isto, Aulus
acrescentou: "Decerto,
as legiões vitoriosas
não se esquecem dos que
permaneceram no
desequilíbrio e daí
vemos as missões de amor
e renúncia, funcionando
diligentes onde
estacionam a desarmonia
e a dor". (Cap. 25,
págs. 233 a 235) (Continua no próximo
número.)