O leitor Sergio Valença
Varejão, de Recife-PE,
enviou-nos a seguinte
pergunta, já publicada na
edição 196 desta revista:
“Uma criança que desencarna
aos 15 anos de doenças
degenerativas e que durante
a vida sempre viveu com
alegria e sem demonstrar
revolta aparentava em seu
velório uma aparência de
naturalidade como se
estivesse viva, com aspecto
de uma pessoa viva, com
lábios rosados e aspecto
sorridente. Isto tem a ver
com a idade e a sua
composição material ou pode
ser um sinal de alegria e
alívio com o final de suas
provas e expiações
terrestres?”
A propósito do assunto o
confrade Leonardo Marmo,
autor de importante estudo
publicado nesta revista com
o título “Os
seis estágios da morte e a
vida no mundo espiritual”,
disponível no seguinte link:
http://www.oconsolador.com.br/ano4/189/especial.html,
escreveu, a nosso pedido, o
texto abaixo transcrito:
“A questão da aparência do
cadáver no período do
velório tem sido fonte de
interessantes indagações
envolvendo um grande número
de casos. O assunto é
complexo, pois a aparência
do cadáver depende de vários
fatores, sendo que a paz do
Espírito desencarnante seria
um fator importante, mas não
o único. Em princípio,
alguém que tenha tido uma
’boa vida’ (uma encarnação
de realizações valorosas do
ponto de vista espiritual) e
também uma ‘boa morte’ (um
processo de desligamento
corpo-espírito que tenha
sido bem administrado
emocional e espiritualmente
pelo Espírito desencarnante)
tenderia a gerar um cadáver
com uma ‘boa aparência’,
destacando-se aí um aspecto
facial mais sereno, pacífico
e, em alguns casos, podendo
até denotar um leve
contentamento. De fato, são
conhecidos vários casos na
História do Cristianismo,
como é o caso de Clara de
Assis, cujos respectivos
cadáveres apresentaram uma
extraordinária resistência à
decomposição, sendo que
muitos deles permanecem com
seus despojos carnais
altamente conservados até os
dias de hoje, destacando-se,
inclusive, um rosto
impressionantemente
conservado. Entretanto, é
importante destacar que
vários outros itens podem
influenciar o processo de
decomposição do corpo
físico, sendo que tais
aspectos abrangem tanto
fatores materiais como
aspectos espirituais.
A título de ilustração
poderíamos mencionar o tipo
de morte, a idade física do
desencarnante, a temperatura
e a umidade relativa do ar
no local do velório, a
preparação espiritual da
família e dos amigos
presentes no velório, o
nível espiritual das preces
e/ou diálogos dos indivíduos
presentes no velório, o
tempo de duração do velório,
o momento de desligamento
definitivo do chamado
‘cordão prateado’ (liame que
conecta o Perispírito ao
Corpo Físico), entre outros.
Neste contexto, é
interessante lembrar a
informação de Irmão Jacob em
Voltei, quando
assevera que após a ruptura
do ‘cordão prateado’ o
processo de decomposição de
seus despojos carnais
acentuou-se
significativamente,
denotando a relevância da
questão do tempo do velório
e também da evolução
espiritual do desencarnante,
uma vez que o desenlace
definitivo dependeria do
grau de adaptação do
indivíduo à sua nova
realidade. O próprio André
Luiz narra em Obreiros da
Vida Eterna que, em uma
visita ao cemitério,
surpreendeu-se ao notar que
vários Espíritos
desencarnados ainda
mantinham seus respectivos
‘cordões prateados’
conectados aos despojos
carnais por se tratarem de
Espíritos imaturos para a
Vida Espiritual. Assim
sendo, a Providência Divina
os mantinha conectados para
seu próprio bem e também
para auxílio dos familiares
e amigos que permaneciam
encarnados na crosta
terrestre, os quais,
certamente, seriam
perturbados pelas visitas
muitas vezes inoportunas
desses indivíduos.
De fato, ‘a mente move a
matéria’, significando que o
Espírito, dirigindo o
Perispírito, guia, por
consequência, o corpo
físico. No caso em tela,
segundo as informações
fornecidas pelo leitor, o
Espírito desencarnante
realmente devia ser portador
de valores espirituais de
alta condição. Além disso,
devemos considerar que
normalmente, para Espíritos
com certa maturidade
espiritual, os processos
degenerativos dolorosos de
longo curso são experiências
que, se bem administradas,
podem fornecer profundo
crescimento espiritual e,
consequentemente, elevado
preparo para a transição
desencarnatória. Desta
forma, realmente admitimos a
possibilidade do aspecto
agradável apresentando pelo
cadáver do referido Espírito
estar relacionado à sua
pressuposta condição
espiritual elevada.
Em suma, admitimos a
possibilidade do fenômeno da
boa aparência poder ter
relação com uma boa condição
intelecto-moral do Espírito
desencarnante, sem tornar,
de forma nenhuma, tal
especulação uma regra, que
não faria o menor sentido
doutrinário, uma vez que a
condição espiritual não é o
único fator envolvido no
fenômeno, além do fato de
que sempre é dificílimo
inferir sobre a real
condição espiritual de quem
quer que seja. Realmente, se
todas as mortes e
desencarnações têm
características gerais
semelhantes, nenhuma deles é
perfeitamente idêntica a
outra em suas
particularidades, justamente
devido ao grande número de
interferentes que tipificam
cada desencarnação,
semelhantemente ao que
ocorre com as vidas físicas
de todos nós.
De qualquer maneira,
relembrando sempre a
recomendação do Espírito
Erasto em O Livro dos
Médiuns de que ‘É
preferível rejeitar 10
verdades a aceitar uma única
mentira’, devemos situar tal
análise como um estudo
preliminar que, obviamente,
deve ser desenvolvido a
partir de maiores
correlações com informações
fidedignas de caráter
espiritual que certamente
serão lenta e gradualmente
expandidas para o nosso
esclarecimento contínuo.”
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