ÉDO MARIANI
edo@edomariani.com.br
Matão, SP (Brasil)
O poder
da vontade
Acabamos de reler o
opúsculo intitulado
“FERNÃO CAPELO GAIVOTA”,
de autoria de Richard
Bach, e mais uma vez
constatamos o poder da
vontade na conquista
daquilo que almejamos
alcançar no nosso
crescimento espiritual
para o que é necessário
disposição de “garra”
constante e firme.
Esta pequena obra nos
apresenta uma mensagem
de otimismo, mostrando
que aqui nos encontramos
não só para desfrutarmos
dos deleites acanhados
da existência, mas para
lutarmos conscientes na
busca dos nossos
destinos espirituais, os
quais dependem somente
de nós mesmos.
Afirma o autor: “A maior
parte das gaivotas não
se preocupa em aprender
mais do que o simples
fato dos voos – como ir
da costa à comida e
voltar. Para a maioria,
o importante não é voar,
mas comer. Para esta
gaivota, contudo, o
importante não era
comer, mas voar”.
Aprendemos, com essa
afirmação, que aprender
a voar significa o
esforço de cada um para,
através do poder da
vontade, adquirir nossa
libertação das
vulgaridades da vida
material, efêmera,
fugaz e passageira.
Fernão aprendeu que
quanto mais alto voava
mais se aproximava do ar
mais rarefeito e
conseguiu assim transpor
os limites da sua
acanhada existência de
voar apenas para comer,
e pensava consigo: “Como
vale a pena agora viver!
Em vez da monótona
labuta de procurar peixe
junto dos barcos de
pesca, temos uma razão
para estarmos vivos!
Podemos subtrair-nos da
ignorância, podemos
encontrar-nos com
criaturas excelentes,
inteligentes e hábeis.
Podemos ser livres!
Podemos aprender a
voar!”.
Assim acontece também
com os homens. Enquanto
vivermos apenas para os
prazeres do baixo
ventre, seremos como as
gaivotas que vivem
somente para comer. A
Lei de Evolução é
infalível e constante.
Exige de cada um o seu
próprio desenvolvimento,
quer seja do intelecto
como também o do
sentimento, pois foi por
isso que o Espírito
Verdade nos alertou com
clareza que dois são os
mandamentos espíritas:
“Amai-vos e
instruí-vos”.
Em O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. II,
item 8, encontramos a
seguinte advertência na
mensagem de Uma Rainha
de França: “Para
preparar um lugar no
Reino dos Céus é
preciso abnegação,
humildade, caridade em
toda a sua perfeita
prática; e benevolência
para com todos... Os
homens correm atrás dos
bens terrenos; como se
pudessem guardá-los para
sempre, mas aqui não há
mais ilusões, e eles
logo se apercebem de que
se apoderaram apenas de
uma sombra, e
negligenciaram os únicos
bens sólidos e duráveis,
os únicos que lhes
seriam proveitosos na
morada celeste, os
únicos que poderiam dar
entrada a essa morada”.
Para essa realização o
Espiritismo nos oferece
os ensinamentos e
orientações necessárias
para serem aplicados na
busca do caminho do bem,
mas, para transformá-los
em aquisições reais dos
poderes da alma, é
necessário boa vontade,
esse elixir poderoso,
com o qual realizaremos
aberturas espirituais
imprescindíveis
para conseguirmos.
Para crescermos
espiritualmente,
sofremos; e o maior
martírio consiste na
falta de vontade. Aí
julgamos que somos
incapazes para
proceder às mudanças
necessárias na superação
dos prazeres fugitivos
que nos proporcionam o
modelo materialista de
vida que a maioria da
humanidade persiste em
perseguir. Sacrifício,
no caso, é a dedicação
que despertará a coragem
para as mudanças que se
fizerem necessárias em
nossas vidas.
Muitas vezes sonhamos
com o ideal quando ainda
somos apenas o real.
Quando nos apresentam as
nossas imperfeições,
antes de nos avaliarmos,
preferimos a dor da
negação.
Erramos sim, por sermos
Espíritos em
crescimento,
imperfeitos, e não
podemos, portanto,
desanimar, julgando
sermos incompetentes.
Necessitamos aceitar os
erros de forma natural
e, munidos da boa
vontade, que é a nossa
alavanca do poder, nos
reergueremos para
recomeçar quantas vezes
se tornarem necessárias.
Lembremo-nos da Parábola
do Filho Pródigo e
permaneçamos confiantes
de que Jesus prometeu
estar conosco até o fim
dos séculos, isto é, até
nos tornarmos puros e
merecedores da
verdadeira felicidade
que consiste na paz da
consciência pura.