MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
38)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como pode um Espírito trazer flores para dentro de um
recinto fechado?
Segundo André, um fato semelhante ocorreu assim:
Um Espírito tomou
pequena porção das
forças materializantes
do médium sobre as mãos
e afastou-se, para
trazer, daí a instantes,
algumas flores que
foram distribuídas com
os irmãos encarnados.
Aulus explicou: "É o
transporte comum,
realizado com reduzida
cooperação das energias
medianímicas. Nosso
amigo apenas tomou
diminuta quantidade de
força ectoplásmica,
formando somente
pequeninas
cristalizações
superficiais do polegar
e do indicador, em ambas
as mãos, a fim de colher
as flores e trazê-las
até nós". As flores
transpuseram o tapume de
alvenaria, penetrando o
recinto graças ao
concurso de técnicos
competentes para
desmaterializar os
elementos físicos e
reconstituí-los de
imediato.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 28,
pp. 268 e 269.)
B. Pode dar-se o
contrário, ou seja, um
objeto ser removido da
sala de sessões para o
exterior?
Sim, e com a mesma
facilidade. "As
cidadelas atômicas, em
qualquer construção da
forma física, não são
fortalezas maciças, qual
acontece em nossa
própria esfera de ação.
O espaço persiste em
todas as formações e,
através dele, os
elementos se
interpenetram", explicou
Aulus.
(Obra citada, cap. 28,
pp. 270 e 271.)
C. O ectoplasma só
existe no ser humano?
Não. Situado entre a
matéria densa e a
matéria perispirítica,
assim como um produto de
emanações da alma pelo
filtro do corpo, é
recurso peculiar não
somente ao homem, mas a
todas as formas da
Natureza. Em certas
organizações
fisiológicas especiais
da raça humana,
comparece em maiores
proporções e em relativa
madureza para a
manifestação necessária
aos efeitos físicos que
se deram na sessão
descrita por André Luiz.
Trata-se de um elemento
amorfo, mas de grande
potência e vitalidade.
(Obra citada, cap. 28,
pp. 271 e 272.)
Texto para leitura
121. A
sabedoria não se
improvisa - Diante das explicações de Aulus, Hilário não se conteve: "E por
que nos sujeitarmos a
fatores incapazes,
assim?" O Assistente
respondeu-lhe: "Não diga
`fatores incapazes'.
Digamos `fatores
insipientes'.
Simbolizemos a
necessidade como sede
escaldante e a
mediunidade imperfeita
ou mal comandada como
sendo a água menos
limpa. À falta do
líquido puro, não
podemos hesitar.
Utilizamo-nos da água
nas condições em que a
encontramos. E, em
seguida, que fazer?
Teremos paciência com a
fonte, decantando-lhe,
pouco a pouco, a
corrente poluída. A
mediunidade sublimada,
através de instrumentos
dignos e conscientes no
mandato que lhes
corresponde, é algo de
eterno e divino que a
Humanidade está
edificando. Isso não é
obra de afogadilho. A
improvisação não é
alicerce para os
santuários da sabedoria
e do amor que desafiam o
tempo". Enquanto o
mentor explicava,
grande massa de
substância ectoplásmica
leitosa-prateada, da
qual se destacavam
alguns fios escuros e
cinzentos, amontoava-se,
abundante. Técnicos
desencarnados
manipulavam-na, com
atenção. Aulus informou:
"Aí temos o material
leve e plástico de que
necessitamos para a
materialização. Podemos
dividi-lo em três
elementos essenciais, em
nossas rápidas noções de
serviço, a saber –
fluidos A,
representando as forças
superiores e sutis de
nossa esfera, fluidos B,
definindo os recursos
do médium e dos
companheiros que o
assistem, e fluidos C,
constituindo energias
tomadas à Natureza
terrestre. Os fluidos A
podem ser os mais puros
e os fluidos C podem ser
os mais dóceis; no
entanto, os fluidos B,
nascidos da atuação dos
companheiros encarnados
e, muito notadamente, do
médium, são capazes de
estragar-nos os mais
nobres projetos. Nos
círculos, aliás
raríssimos, em que os
elementos A encontram
segura colaboração das
energias B, a
materialização de ordem
elevada assume os mais
altos característicos,
raiando pela sublimidade
dos fenômenos; contudo,
onde predominam os
elementos B, nosso
concurso é
consideravelmente
reduzido, porquanto
nossas maiores
possibilidades passam a
ser canalizadas na
dependência das forças
inferiores do nosso
plano, que, afinadas aos
potenciais dos irmãos
encarnados, podem
senhorear-lhes os
recursos, invadindo-lhes
o campo de ação e
inclinando-lhes as
experiências psíquicas
no rumo de lastimáveis
desastres". (Cap. 28,
págs. 264 a 266)
122. Roupão ectoplásmico - Garcez, um dos
técnicos espirituais em
serviço, pediu o
auxílio magnético de
Aulus, porque o campo
fluídico na sala se
fizera demasiado
espesso. Os pequenos
jactos de força
ectoplásmica,
arremessados até lá, em
caráter experimental,
tornavam ao gabinete,
revelando forte teor de
toxinas de variada
classificação. É que as
catorze pessoas reunidas
no recinto eram catorze
caprichos diferentes.
Ninguém ali mostrava
bastante compreensão do
esforço despendido
pelas entidades... E, ao
invés de ajudar o
médium, cada
companheiro pesava
sobre ele com inauditas
exigências. Em face
disso, o médium não
contava com suficiente
tranquilidade e parecia
um animal raro,
acicatado por múltiplos
aguilhões, tais os
pensamentos descabidos
de que se via objeto. A
materialização de ordem
superior tornava-se,
assim, inviável.
"Teremos – disse Garcez
– tão-só o médium
desdobrado,
incorporando a nossa
enfermeira para socorro
às irmãs doentes. Nada
mais. Não dispomos do
concurso preciso." Aulus
auxiliou magneticamente
a transferência de
certo coeficiente de
energias do veículo
físico para o corpo
perispiritual do médium,
que se mostrou vivamente
reanimado, enquanto o
veículo denso desceu à
mais funda prostração.
Amigos espirituais
envolveram o corpo
sutil do médium em
extenso roupão
ectoplásmico e a
enfermeira uniu-se a
ele, comandando-lhe os
movimentos. O fenômeno
se assemelhava à
psicofonia: o médium,
ausente do corpo carnal,
achava-se controlado
pela benfeitora, à
maneira de um médium
psicofônico,
diferenciado apenas
pela roupagem singular,
estruturada com
apetrechos
ectoplásmicos,
imprescindíveis à
permanência dele no
recinto, onde
explodiam pensamentos
perturbados e
inquietantes. O
medianeiro mantinha-se
consciente, embora não
devesse guardar depois,
ao regressar ao campo
físico, qualquer
lembrança do ocorrido.
Enlaçado pela entidade
generosa, ele alcançou o
estreito aposento,
exibindo a roupagem
delicada, semelhante a
uma túnica de luar,
emitindo prateada luz,
cuja claridade, à medida
que varava a atmosfera
reinante no recinto,
esmaecia, chegando a
apagar-se quase de todo.
(Cap. 28, págs. 266 a
268)
123. Transporte de flores - Ficava nítida
ali a necessidade de
objetivo moral elevado
em trabalhos dessa
espécie. "A posição
neuropsíquica dos
companheiros encarnados
que nos compartilham a
tarefa, no momento, não
ajuda", informou Aulus.
Eles absorviam os
recursos sutis, sem
qualquer retribuição que
pudesse compensar, de
alguma forma, a despesa
de fluidos
laboriosamente
trabalhados. André
observou, então, que
efetivamente escuras
emissões mentais
esguichavam contínuas,
entrechocando-se de
maneira lastimável. Os
encarnados mais pareciam
crianças inconscientes,
pensando em termos
indesejáveis e
expressando petições
absurdas, no aparente
silêncio a que se
acomodavam, irrequietos.
Exigindo a presença de
amigos desencarnados,
sem cogitarem da
oportunidade e do
merecimento
imprescindíveis,
criticavam essa ou
aquela particularidade
do fenômeno ou prendiam
a imaginação a problemas
aviltantes da
experiência vulgar.
Mesmo assim, nesse clima
difícil, a enfermeira
devotada socorreu os
doentes, aplicando-lhes
raios curativos. Várias
vezes ela deixou o
recinto e a ele voltou,
porquanto, à simples
aproximação dos
pensamentos inadequados
que lhes senhoreavam as
vibrações, toda a
matéria ectoplásmica se
ressentia,
obscurecendo-se ao
bombardeio das formações
mentais nascidas da
assistência. Findo o
trabalho medicamentoso,
um Espírito tomou
pequena porção das
forças materializantes
do médium sobre as mãos
e afastou-se, para
trazer, daí a instantes,
algumas flores que
foram distribuídas com
os irmãos encarnados, no
intuito de sossegar-lhes
a mente excitadiça. O
Assistente explicou: "É
o transporte comum,
realizado com reduzida
cooperação das energias
medianímicas. Nosso
amigo apenas tomou
diminuta quantidade de
força ectoplásmica,
formando somente
pequeninas
cristalizações
superficiais do polegar
e do indicador, em ambas
as mãos, a fim de colher
as flores e trazê-las
até nós". Hilário
observou a facilidade
com que a energia
ectoplásmica atravessou
a matéria densa, porque
o Espírito, usando-a nos
dedos, não encontrou
qualquer obstáculo na
transposição da parede.
Aulus lembrou-lhe que
também as flores
transpuseram o tapume de
alvenaria, penetrando o
recinto graças ao
concurso de técnicos
bastante competentes
para desmaterializar os
elementos físicos e
reconstituí-los de
imediato. (Cap. 28,
págs. 268 e 269)
124. Moldes materializados - O Assistente
informou que, caso
houvesse utilidade, um
objeto poderia ser
removido da sala de
sessões para o exterior,
com a mesma facilidade.
"As cidadelas atômicas,
em qualquer construção
da forma física, não são
fortalezas maciças, qual
acontece em nossa
própria esfera de ação.
O espaço persiste em
todas as formações e,
através dele, os
elementos se
interpenetram", explicou
Aulus. Em seguida, o
médium foi religado ao
corpo carnal. O rapaz
chegou a esfregar o
rosto, estremunhado;
contudo, sob a atuação
de passes calmantes,
arrojou-se, de novo, à
hipnose profunda. Forças
ectoplásmicas
recomeçaram, então, a
surgir das narinas e dos
ouvidos, revitalizadas
e abundantes. Nesse
momento, alguns
Espíritos passaram a
outro compartimento,
onde grande balde de
parafina fervente, sobre
pequeno fogão elétrico,
requisitou-lhes a
atenção. Uma entidade
cobriu sua destra com a
pasta dúctil que manava
fartamente do médium e
materializou-a com
perfeição,
mergulhando-a, logo
após, na parafina
superaquecida, deixando
aos componentes da
reunião o primoroso
molde como lembrança.
Outra entidade modelou
três flores,
imergindo-as também no
vaso, para depois
ficarem como doce
recordação daquela
noite. Na sequência,
entidades amigas da casa
trouxeram do exterior
diversas conchas
marinhas, em que se viam
delicados perfumes que
se volatilizaram no
recinto em vagas
deliciosas. A sessão
chegava ao fim. (Cap.
28, págs. 270 e 271)
125. O ectoplasma não existe apenas no homem
- Notando que os amigos
espirituais submetiam o
médium a complicadas
operações magnéticas,
através das quais a
substância
materializante era
restituída ao corpo
físico, inteiramente
purificada, André e
Hilário crivaram o
instrutor de perguntas.
Aulus elucidou: "O
ectoplasma está situado
entre a matéria densa e
a matéria perispirítica,
assim como um produto de
emanações da alma pelo
filtro do corpo, e é
recurso peculiar não
somente ao homem, mas a
todas as formas da
Natureza. Em certas
organizações
fisiológicas especiais
da raça humana,
comparece em maiores
proporções e em relativa
madureza para a
manifestação necessária
aos efeitos físicos que
analisamos. É um
elemento amorfo, mas de
grande potência e
vitalidade. Pode ser
comparado a genuína
massa protoplásmica,
sendo extremamente
sensível, animado de
princípios criativos que
funcionam como
condutores de
eletricidade e
magnetismo, mas que se
subordinam,
invariavelmente, ao
pensamento e à vontade
do médium que os
exterioriza ou dos
Espíritos desencarnados
ou não que sintonizam
com a mente mediúnica,
senhoreando-lhe o modo
de ser". E o instrutor
ajuntou: "Infinitamente
plástico, dá forma
parcial ou total às
entidades que se fazem
visíveis aos olhos dos
companheiros terrestres
ou diante da objetiva
fotográfica, dá
consistência aos fios,
bastonetes e outros
tipos de formações,
visíveis ou invisíveis
nos fenômenos de
levitação, e
substancializa as
imagens criadas pela
imaginação do médium ou
dos companheiros que o
assistem mentalmente
afinados com ele.
Exige-nos, pois, muito
cuidado, para não sofrer
o domínio de
Inteligências sombrias,
de vez que manejado por
entidades ainda cativas
de paixões deprimentes
poderia gerar clamorosas
perturbações". O
instrutor informou,
ainda, que o médium de
materialização,
polarizando as energias
do plano espiritual,
funciona como entidade
maternal, de cujas
possibilidades
criativas os Espíritos
materializados retiram
os recursos
imprescindíveis às suas
manifestações, sendo, a
prazo curtíssimo,
autênticos filhos dele.
(Cap. 28, págs. 271 e
272) (Continua no próximo
número.)