JANE MARTINS
VILELA
limb@sercomtel.com.br
Cambé, Paraná
(Brasil)
Fortaleza de
ânimo
“... Assim,
pois, meus caros
filhos, que uma
santa emulação
vos anime, e que
cada um dentre
vós despoje
energicamente o
homem velho.
Deveis tudo à
divulgação deste
Espiritismo que
já começou a
vossa própria
regeneração...”
– François-Nicolas-Madeleine
(O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
cap. V – item
20.)
Bendito o
Cristianismo,
doutrina sublime
de Jesus que nos
ensina a amar!
Bendito
Espiritismo,
fruto límpido
dessa doutrina
cristã,
trazendo-nos de
novo o
Cristianismo
como deve ser e
a consolação, a
esperança em
horas de
amargura!
Felizes aqueles
que aproveitam
as dores deste
mundo para se
despojarem do
homem velho,
compreendendo
com dignidade
que a felicidade
ainda não é
deste mundo –
lampejos de
felicidade, sim.
Estávamos em
nossa cidade
natal, em Minas
Gerais, quando
uma querida
amiga espírita
nos chamou para
darmos passe num
bondoso irmão,
que houvera sido
alguém ilustre
na cidade.
Relativamente
jovem, uns 60
anos, pouco
mais, pouco
menos. Teve três
infartos
sucessivos,
ficou na UTI
quase um mês e
teve alta para
casa, não mais
como antes, não
mais a
manifestação
verbal fluente,
a palavra culta,
a ação generosa.
Estava preso no
leito.
Ao chegarmos, lá
estava ele,
rosto sereno,
traqueostomia,
alimentação
endovenosa,
muito limpo,
nenhuma escara,
muito bem
cuidado, como
que dormindo,
como nada
vendo...
Sabemos que o
Espírito ouve,
vê e escuta, os
limites são do
corpo. O
cérebro,
profundamente
lesado, não
permite a
manifestação do
Espírito. Ele já
era espírita, e
observamos uma
aceitação da
prova na
atitude, rosto
sereno,
tranquilo.
Já vimos muitos
nessa situação
gritando,
gemendo,
expressando sua
atitude de
não-aceitação.
Ele não;
mantinha-se
tranquilo. Sua
esposa revelava
um aspecto de
profunda
humildade.
Percebemos para
quem era a prova
real. A dor
provocou
mudanças,
eliminou o ser
antigo e outro,
humilde, surge
no lugar. A
senhora antes,
desde pequena,
dizem os que a
conheceram
jovem, era o
retrato de uma
grande dama, da
antiga nobreza,
um ar
sobranceiro à
primeira vista,
mas quando se a
conhecia, isso
desaparecia.
A dor fez
mudanças, a
humildade
assumiu, venceu.
Conversando com
ela, vimos seu
sofrimento, sua
dor. Ver o ser
amado, que era
uma potência
intelectual,
brilhante,
assim, deitado,
sem responder,
faz amargar uma
profunda saudade
de ontem.
Bendita Doutrina
Espírita que ela
começou a
abraçar,
permitindo o
Evangelho em seu
lar e o passe!
Lembrando
Lacordaire,
ainda no
capítulo V, item
18, compilamos:
“Bem-aventurados
aqueles que têm
oportunidades de
provarem sua fé,
sua firmeza, sua
perseverança e
sua submissão à
vontade de Deus,
porque terão em
cêntuplo a
alegria que lhes
falta na Terra,
e depois do
trabalho virá o
repouso.”
Coragem, irmãos
em dor! Deixemos
assentadas as
casas sobre a
rocha, na fé
viva que essa
doutrina nos dá
e nos
mantenhamos
fiéis a Jesus,
cumprindo nossos
compromissos de
amor na Terra
sem esmorecer!
Esse nosso irmão
e sua família
estavam muito
bem amparados.
Uma brisa suava
encobria
energeticamente
o ambiente.
Coragem, amigos,
o amor nos
ampara.
Bom ânimo!
Quaisquer que
sejam os
sofrimentos por
que passemos, o
amor nos
sustentará.