Numa das cartas publicadas
na presente edição, uma
leitora pede-nos orientação
a propósito do tema
desenvolvimento da
mediunidade.
Tratando do assunto, Allan
Kardec escreveu na segunda
de suas obras –
Instruções Práticas sobre as
Manifestações Espíritas
(Introdução, pág. 13) – que
essa questão é mais complexa
do que parece à primeira
vista, uma vez que depende
de conhecimentos
preliminares necessariamente
extensos. Para realizar
experiências de física e de
química faz-se necessário,
em primeiro lugar, conhecer
física e química. O mesmo
com a mediunidade. É
preciso, para lidar com a
mediunidade, conhecê-la
primeiramente e isso exige
leitura e estudo.
Os especialistas no assunto
indicariam então, para o
neófito em Espiritismo, a
leitura inicial de duas
obras: O que é o
Espiritismo e
Instruções Práticas sobre as
Manifestações Espíritas,
que Kardec escreveu
justamente para dar às
pessoas uma noção inicial do
que é, em verdade, o
Espiritismo.
Depois de lê-las, se quiser,
a pessoa estudará as obras
que formam o chamado
Pentateuco Kardequiano: O
Livro dos Espíritos,
O Livro dos Médiuns e os
demais livros que compõem o
pentateuco.
Para uma melhor elucidação
da leitora e de todos os que
se interessam pelo assunto,
eis algumas recomendações
feitas por estudiosos
diversos:
1. A mediunidade não deve
ser fruto de precipitação
nesse ou naquele setor da
atividade doutrinária,
porque em tal assunto a
espontaneidade é
indispensável,
considerando-se que as
tarefas mediúnicas são
dirigidas pelos mentores do
plano espiritual.
(Emmanuel, em O Consolador,
questão 384.)
2. A educação mediúnica
exige, em primeiro plano, o
conhecimento pelo estudo da
mediunidade. A seguir, a
educação moral e, como
consequência, o exercício e
a vivência da conduta
cristã. Através dos hábitos
salutares do estudo e do
exercício do amor, o médium
se libera de quaisquer
atavismos para fazer-se
ponte entre ele e o Criador,
sob a inspiração dos
Espíritos Superiores.
(Divaldo Franco, em
Diretrizes de Segurança,
questão 102.)
3. Todos os dons mediúnicos
são suscetíveis de
desenvolvimento, mas nada se
conseguirá se faltarem as
principais condições, que
são o trabalho e a
perseverança, ao lado do
estudo, do exercício, da
calma e da boa vontade.
(Cairbar Schutel, em Médiuns
e Mediunidade, p. 44.)
4. O melhor meio de
desenvolver a mediunidade é
não se preocupar com o seu
desenvolvimento, mas
preparar-se moral e
mentalmente para poder
assumir o compromisso de se
tornar médium desenvolvido.
E esse preparo não poderá
ser rápido. Se a mediunidade
não se apresentar assim,
espontaneamente,
naturalmente, é sinal de que
ainda não está amadurecida o
bastante para explodir.
(Yvonne A. Pereira, em
Cânticos do Coração, Volume
II, p. 105.)
5. O desenvolvimento da
mediunidade, na essência,
deve ser o burilamento da
criatura em si, porque o
aperfeiçoamento do
instrumento naturalmente
permitirá ao Espírito
manifestar-se em melhores
condições. (Chico Xavier,
em Chico Xavier em Goiânia,
pergunta 23.)
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