Um irmão de
regresso
Efigênio S.
Vítor
Espírita
militante que
fui, muitas
vezes, dirigindo
sessões
mediúnicas,
desejei que
algum dos
companheiros
desencarnados me
trouxesse
notícias do
Além, tão
precisas e
claras quanto
possível, a
começar do
ambiente das
reuniões que eu
presidia ou das
quais
partilhava.
Desembaraçado
agora do corpo
físico, não
obstante
carregar ainda
muitas velhas
imperfeições
morais, tentarei
comentar nossa
paisagem de
serviço, no
intuito de
fortalecê-los,
na edificação
que fomos
chamados a
levantar.
Como não
ignoram,
operamos aqui em
bases de
matéria noutra
modalidade
vibratória.
Por mercê de
Deus, possuímos
nossa sede de
trabalho em
cidade
espiritual que
se localiza nas
regiões
superiores da
Terra ou, mais
propriamente,
nas regiões
inferiores do
Céu.
Gradativamente,
a Humanidade
compreenderá,
com dados
científicos e
positivos, que
há no Planeta
outras faixas de
vida. E assim
como existe, por
exemplo, para o
serviço humano o
solo formado de
argila, areia,
calcário e
elementos
orgânicos, temos
para as nossas
atividades o
solo etéreo, em
esfera mais
elevada, com as
suas
propriedades
químicas
especiais e
obedecendo a
leis de
plasticidade e
densidade
características.
É
de lá, de onde
se erguem
organizações
mais nobres
para a
sublimação do
espírito e onde
a Natureza estua
em manifestações
mais amplas de
sabedoria e
grandeza, que
tornamos ao
convívio de
nossos irmãos
encarnados para
a continuação da
tarefa que
abraçamos no
mundo.
Satisfazendo,
porém, ao nosso
objetivo
essencial,
aproveitaremos
os minutos de
que dispomos
para
falar-lhes, de
algum modo,
acerca da tela
de nossas
atividades.
Qual ocorre aos
demais
santuários de
nossa fé,
orientados pelo
devotamento ao
bem, junto aos
quais o Plano
Superior mantém
operosas e
abnegadas
equipes de
assistência,
nossa casa,
consagrada à
Espiritualidade,
é hoje um
pequeno mas
expressivo posto
de auxílio,
erigido à feição
de
pronto-socorro.
Com a supervisão
e cooperação de
vasto corpo de
colaboradores em
que se integram
médicos e
religiosos,
inclusive
sacerdotes
católicos,
ministros
evangélicos e
médiuns
espíritas já
desencarnados,
além de
magnetizadores,
enfermeiros,
guardas e
padioleiros,
temos aqui
diversificadas
tarefas de
natureza
permanente.
Nossa reunião
está garantida
por três faixas
magnéticas
protetoras.
A
primeira guarda
a assembleia
constituída e
aqueles
desencarnados
que se lhes
conjugam à
tarefa da noite.
A segunda faixa
encerra um
círculo maior,
no qual se
aglomeram
algumas dezenas
de companheiros
daqui, ainda em
posição de
necessidade, à
cata de socorro
e
esclarecimento.
A terceira, mais
vasta, circunda
o edifício, com
a vigilância de
sentinelas
eficientes,
porque, além
dela, temos uma
turba compacta —
a turba dos
irmãos que ainda
não podem
partilhar, de
maneira mais
íntima, o nosso
esforço no
aprendizado
evangélico.
Essa multidão
assemelha-se à
que vemos,
frequentemente,
diante dos
templos
católicos,
espíritas ou
protestantes com
incapacidade
provisória de
participação no
culto da fé.
Bem junto à
direção de
nossas
atividades, está
reunida grande
parte da equipe
de funcionários
espirituais que
nos preservam as
linhas
magnéticas
defensivas. À
frente da mesa
orientadora,
congregam-se os
companheiros em
luta a que nos
referimos. E em
contraposição
com a porta de
acesso ao
recinto,
dispomos em ação
de dois
gabinetes, com
leitos de
socorro, nos
quais se alonga
o serviço
assistencial.
Entre os dois,
instala-se
grande rede
eletrônica de
contenção,
destinada ao
amparo e
controle dos
desencarnados
rebeldes ou
recalcitrantes,
rede essa que é
um exemplar das
muitas que, da
vida espiritual,
inspiraram a
medicina moderna
no tratamento
pelo
eletrochoque.
E
assim
organiza-se
nossa casa para
desenvolver a
obra fraterna em
que se empenha,
a favor dos
companheiros
que não
encontraram,
depois da morte,
senão as suas
próprias
perturbações.
Assinalando, de
maneira
fugacíssima, o
setor de nossa
movimentação,
devemos recordar
que, acima da
crosta terrestre
comum, temos uma
cinta
atmosférica que
classificamos
por «cinta
densa», com a
profundidade
aproximada de 50
quilômetros, e,
além dela,
possuímos a
«cinta leve»,
com a
profundidade
aproximada de
950
quilômetros,
somando 1.000
quilômetros
acima da esfera
em que vocês
presentemente
respiram.
Nesse grande
mundo aéreo,
encontramos
múltiplos
exemplares de
almas
desencarnadas,
junto de
variadas
espécies de
criaturas
subumanas, em
desenvolvimento
mental no rumo
da Humanidade.
Milhões de
Espíritos
alimentam-se da
atmosfera
terrestre,
demorando-se,
por vezes, muito
tempo, na
contemplação
íntima de suas
próprias visões
e criações, nas
quais
habitualmente se
imobilizam, à
maneira da alga
marinha que
nutre a si
mesma,
absorvendo os
princípios do
mar.
Meus amigos,
para o espírita
a surpresa da
desencarnação
pode ser muito
grande, porque
além-túmulo
continuamos nas
criações mentais
que nos
inspiravam a
existência do
mundo.
O
Espiritismo é
uma concessão
nova do Senhor à
nossa evolução
multimilenária.
Surpreendemos em
nossa Doutrina
vastíssimo campo
de libertação,
mas também de
responsabilidade
profunda, e o
maior trabalho
que nos compete
efetuar é o de
nosso próprio
burilamento
interior, para
que não
estejamos
vagueando nas
trevas das horas
inúteis, pois
somente aqueles
que demandam a
morte,
sustentando
maiores valores
de
aperfeiçoamento
próprio, é que
se ajustam sem
sacrifício à
própria
elevação.
Reportando-nos à
experiência
religiosa,
poucos padres
aqui continuam
padres, poucos
pastores
prosseguem
pastores e raros
médiuns de
nossas formações
doutrinárias
continuam
médiuns,
porquanto os
títulos de
serviço na Terra
envolvem deveres
de realização
dos quais quase
sempre vivemos
em fuga pelo
vício de
pretender a
santificação do
vizinho, antes
de nossa própria
melhoria, em nos
referindo à
construção moral
da virtude.
A
morte é
simplesmente um
passo além da
experiência
física,
simplesmente um
passo.
Nada de
deslumbramento
espetacular,
nada de
transformação
imediata, nada
de milagre e,
sim, nós mesmos,
com as nossas
deficiências e
defecções,
esperanças e
sonhos.
Por isso,
propunha-me a
falar-lhes, de
algum modo,
nesta primeira
visita
psicofônica, do
compromisso que
assumimos,
aceitando a
nossa fé pura e
livre... porque
num movimento
renovador tão
grande, tão
iluminativo e
tão
reconfortante
quanto o nosso,
é muito fácil
começar, muito
difícil
prosseguir e,
apenas em
circunstâncias
muito raras,
somos capazes de
conquistar a
coroa da vitória
para a tarefa
que encetamos.
Somos espíritas
encarnados e
desencarnados. À
nossa frente,
desdobra-se a
vida — a vida
que precisamos
compreender com
mais largueza de
pensamento, com
mais altura de
ideal e com mais
sadio interesse
no estudo e na
prática da
Doutrina que
vale em nossa
peregrinação por
sublime
empréstimo de
Deus.
Não se esqueçam
de que se é
grande a
significação de
nossa fé,
enquanto
viajamos no
mundo, a
importância
dela é muito
mais ampla
depois de
perdermos a
veste
fisiológica.
Em outra
oportunidade,
tornaremos ao
intercâmbio.
Nossos assuntos
são fascinantes
e, em outro
ensejo, nossa
amizade voltará.
Jesus nos
ilumine e
abençoe.
Mensagem
psicofônica
transmitida na
noite de 7 de
outubro de 1954,
por intermédio
do médium
Francisco
Cândido Xavier,
constante do
cap. 31 do livro
Instruções
Psicofônicas.