FERNANDA LEITE
BIÃO
fernandabiao9@hotmail.com
Belo Horizonte,
Minas Gerais
(Brasil)
Sonoridades do
mundo
e da alma
O barulho do
mundo externo,
tão encantador e
promissor, por
vezes abafa os
sons que ressoam
da alma.
São tantas
ofertas, tantas
luzes, sons
variados, em
contraponto às
necessidades de
autoconhecimento,
de auscultar, no
silêncio da
palavra, os
próprios
sentimentos
(medo, coragem,
amor, amizade,
respeito, ódio)
e assumir a
possibilidade de
vivê-los.
Enquanto os
sentidos são
bombardeados
pela
hiperatividade
do cotidiano,
perguntas teimam
em não calar: –
Afinal, onde
estamos? O que
estamos fazendo
aqui? Para que e
por quê?
O tempo e o
espaço são
dimensões do
próprio viver,
das experiências
do perceber e do
sentir, e a
agilidade, o
imediatismo da
atualidade nos
faz questionar
qual é o lugar
em que nos
encontramos e se
a nossa presença
existe de fato,
ou se é mais uma
ilusão frente às
nossas reais
necessidades.
Quantas vezes
estamos
presentes-ausentes
em nossas
tarefas, com
pessoas, em
lugares
variados?
Nosso corpo pode
até estar lá,
mas onde anda a
nossa mente?
A corporeidade,
embora seja um
possível lugar
de manifestação
psicofisiológica,
não abarca toda
a dimensão da
hereditariedade
espiritual:
somos filhos do
sagrado, em meio
a condições
profanas da
existência.
Para transcender
o momento em que
nos encontramos,
é preciso,
primeiro,
reconhecer o
próprio lugar e
o tempo em que
se insere cada
singularidade.
Isso inclui a
todos nós.
Venha! Vamos
caminhar agora
por uma estrada.
Em meio a esta
ponte rústica,
olhemos para
trás.
O que você vê?
Eu vejo luzes e
manifestações
variadas de
vida, de
mundanidade.
Olhemos para
frente, ainda em
meio à ponte.
O que você vê?
Eu vejo uma
estradinha, onde
há flores e
ramagem seca.
Lá na frente há
um mundo a ser
descoberto.
Com certeza,
terá luzes e
outras
manifestações,
mas pode ser uma
percepção
diferente, se eu
estiver presente
de verdade.
O segredo não é
fugir de onde
você está nem
temer as ofertas
que lhe serão
expressas, mas
conhecer a si
mesmo a ponto de
saber escolher,
para crescer e
transcender.
Permita-se
visitar o seu
porão interior.
Revisite a sua
história de
vida. Muitos
buscam fora
aquilo que está,
em segredo,
guardado em si.
Todos os
tesouros, como
dizem as lendas,
estão
escondidos, à
espera de um(a)
grande
desbravador(a),
que possa
descobri-los.
Para isso, é
preciso um mapa
(razão), uma
bússola
(coração), estar
atento aos
sinais da vida
(intuição) e
grande
disposição para
realizar a
missão (força de
vontade).
Trabalho, tenho
certeza que vai
dar, mas quem
disse que seria
fácil?