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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 201 - 20 de Março de 2011

ÉDO MARIANI
edo@edomariani.com.br
Matão, SP (Brasil)
 

A fé e a confiança


A fé e a confiança são duas virtudes que se igualam.

Kardec, em livro de sua autoria (O Evangelho segundo o Espiritismo), ensina “que a confiança nas suas próprias forças torna o homem capaz de executar coisas materiais que não consegue fazer quem duvida de si”.

Quando os homens conseguirem conquistar a confiança em si e nos outros, a vida na Terra se tornará bem mais singela e fácil de ser vivida.

A falta de confiança uns nos outros torna a humanidade  infeliz. Se observarmos a conduta das pessoas, verificaremos que a vida entre elas se complica quando cresce a desconfiança. Nisto reside a origem desta enxurrada de cópias autenticadas, reconhecimentos de firmas, selos de procedência, etiquetas de holografia, artifícios que encarecem os documentos e produtos, criados pelo homem para driblar a desconfiança e a má-fé. Não se confia na lisura do procedimento do outro, daí a necessidade de tantas provas.

A confiança brota da fé. A fé, por sua vez, é um sentimento instintivo que nasce com o Espírito. Nas estruturas do Espírito, Deus coloca todas as virtudes que se deverão desenvolver com a sua evolução, com o crescimento pessoal.

Ensinam-nos as Luzes superiores que Deus criou os Espíritos todos iguais, simples e ignorantes, mas em cada um colocou os princípios de sua evolução espiritual.

A fé e a confiança se desenvolvem na criança desde os primeiros dias de vida, quando aprende a confiar nos pais, depois nos outros familiares, nos amigos e em si mesma. Daí em frente, aprende a confiar em Deus.

Se a criança é enganada desde cedo pelos pais ou sente-se insegura na companhia deles, cresce desconfiando de todos. Mais tarde, ante as vicissitudes da vida, arrostará as mais diferentes formas de dificuldade de relacionamento no ambiente social, familiar,  de trabalho etc. Certo será, ainda, que não saberá confiar em Deus, passando a professar o ateísmo nas suas diferentes formas. O gérmen da fé continuará, para ela, cristalizado e sem evolução.

Na passagem do Evangelho de Jesus, no ato de expulsar o “demônio”- Espírito mau – o Mestre afirma: “- Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível”. (Mt., 17, 14-20.)

O “grão de mostarda”, na comparação de Jesus, representa a minúscula semente como sendo o “impulso imanente” que começa a se desenvolver no “princípio inteligente”, nos primeiros degraus dos reinos da natureza. Ao longo dos tempos, se transmuta, desenvolvendo potencialidades inatas, e, futuramente, se transforma num ser completo e de ações poderosas, ensina-nos o Espírito Hammed.

Devemos compreender que o poder da fé realmente “transporta montanhas” e que para o Espírito nada é inacessível, pois quando percebe a razão de tudo e interpreta com exatidão a sabedoria de Deus, a vida para ele não tem fronteiras.

Ao ampliarmos nossa consciência na fé, sentiremos uma inefável serenidade íntima, porque conseguiremos entender perfeitamente que, no Universo, tudo está “como deve ser”. Não existe atraso nem erro, somente a manutenção e a segurança do “Poder Divino” garantindo a estabilidade e o aperfeiçoamento de suas criaturas e criações, conclui Hammed.

Allan Kardec ensina mais sobre a fé: “A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura, então, crê porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”.

A este resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interessada.

É esta a fé que precisamos desenvolver em nós, para que a paz e a confiança se tornem  nossas aquisições espirituais e passem a fazer parte integrante de nós mesmos. Com ela seremos capazes de remover todas as montanhas que encontrarmos em nossas vidas, não as de pedra e terra, mas aquelas das renhidas dificuldades materiais, morais ou espirituais. Só assim estaremos caminhando na direção da nossa felicidade.




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita