LEONARDO MARMO
MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com
São José dos
Campos, São
Paulo (Brasil)
Aprendendo com
Emmanuel: 10
ensinamentos
sobre
Espiritismo e a
Vida
Moral
Emmanuel, além
de mentor
espiritual de
Chico Xavier,
coordenou toda a
missão mediúnica
do
extraordinário
mineiro de Pedro
Leopoldo. Como
se não bastasse,
Emmanuel
forneceu ao
Movimento
Espírita valiosa
contribuição
como autor de
obras de subido
valor
doutrinário. O
autor em
questão,
possuidor de
vasto
conhecimento
evangélico,
escreveu páginas
extremamente
profundas do
ponto de vista
da busca pela
transformação
moral à luz da
Doutrina
Espírita,
utilizando-se de
referências
bíblicas em
algumas obras e
de citações da
Codificação Kardequiana em
outras, além de
romances,
entrevistas e
outros gêneros
de produção.
Ademais, seus
conselhos,
orientações e
advertências
direcionadas ao
pupilo Chico
Xavier foram
tornadas
públicas pelo
médium, o que
gerou
extraordinário
material de
reflexão
espalhado em
diversos livros
que relatam
casos de caráter
biográfico e
doutrinário
relacionados à
vida de
Francisco
Cândido Xavier.
A seguir,
reunimos e
analisamos
algumas
instruções de
Emmanuel,
visando
aprofundar
nossos estudos
sobre a Doutrina
espírita e nossa
vida moral:
1) “Jesus, a
Porta. Kardec, a
Chave.”
Se Jesus
representa a
porta que
sintetiza “o
caminho, a
verdade e a
vida”, isto é, a
via de acesso à
elevação
espiritual, a
Codificação
Kardequiana
representa a
fonte mais
segura de
informações
sobre as Leis
Divinas, o que
permite que
literalmente
“decodifiquemos”
muitas passagens
do Mestre
Nazareno que
foram deturpadas
ou menosprezadas
pela humanidade
no decorrer de
dois milênios. O
conteúdo
doutrinário
proporcionado
pelo Espiritismo
nos ajuda a
compreender o
sentido profundo
das passagens
evangélicas, bem
como o
entendimento do
Evangelho
corrobora e
ilustra os
postulados
Kardequianos.
2) “Se algum dia
algo que eu
ensinar ficar em
oposição a
Kardec e Jesus,
fique com eles e
deixe-me.”
Assim como Allan
Kardec havia
asseverado em “A
Gênese” que, se
algum dia a
Ciência provar
que o
Espiritismo
equivocou-se em
algum ponto, nós
deveríamos
corrigir esse
ponto e seguir
em harmonia com
a Ciência,
demonstrando sua
sabedoria,
humildade, visão
científica e
espírito de
vanguarda,
Emmanuel
estabelece que
as referências
morais e
doutrinárias de
Chico Xavier, e,
logicamente, de
todos nós,
deveriam ser, em
primeiro lugar,
a Codificação e
o Evangelho.
3) “A maior
caridade que nós
podemos fazer
pela Doutrina
Espírita é a sua
Divulgação.”
A Doutrina
Espírita
representa “Sol
nas Almas”,
oferecendo
iluminação de
consciências em
um nível inédito
em toda a
história da
humanidade
terrestre.
Contribuir
amorosamente com
a sua divulgação
representa
trabalho de
grande
responsabilidade,
mas igualmente
de elevado
mérito
espiritual, pois
significa ajudar
efetivamente no
esclarecimento,
no consolo e na
transformação
espiritual para
melhor de toda a
humanidade.
4) “Não existe
bom médium, sem
homem bom.”
A reforma íntima
deve ser
considerada
tarefa
prioritária a
todos que
almejam
trabalhar na
mediunidade.
Pela sintonia,
Espíritos afins
estão sempre
trocando
pensamentos e
fluidos, sendo
que, quanto
maior for a
intensidade
mediúnica do
candidato a esse
trabalho, mais
intensa será a
manifestação
dessa interação
com o mundo
espiritual.
Assim sendo, a
mediunidade
somente será uma
fonte de bênçãos
e oportunidades
no campo do bem,
se as bases
morais mínimas
do portador da
faculdade já
estiverem bem
sólidas. Caso
contrário, será
muito difícil um
trabalho
disciplinado
moralmente e
persistente ao
longo do tempo.
Portanto, nossa
preocupação não
deve ser
acentuar nosso
potencial
mediúnico,
muitas vezes de
forma
precipitada,
mas, sim, dar um
elevado
direcionamento
moral às nossas
existências, de
maneira que
possamos estar
cada vez mais
equilibrados e
produtivos nas
tarefas
doutrinárias e
não-doutrinárias,
independentemente
do tipo de
serviço
desempenhado.
5) “... os três
requisitos da
Mediunidade com
Jesus:
Disciplina,
disciplina e
disciplina.”
Todos os
indivíduos
apresentam em
suas existências
uma série de
dificuldades
particulares e
complexidades em
suas
existências,
sejam elas
espirituais,
orgânicas,
familiares,
profissionais,
econômicas ou
sociais.
Outrossim, todos
os Espíritos
encarnados
apresentam áreas
de interesse
pessoal,
envolvendo
cultura geral,
diletantismo e
entretenimento,
dependendo de
diversos fatores
associados às
aptidões
pessoais e ao
contexto atual
de cada
reencarnação.
Desta forma, ao
abraçar uma
tarefa associada
à
espiritualidade,
as cotas de
esforço e
perseverança
devem ser
elevadas, bem
como a motivação
e a
responsabilidade
para que nossas
contribuições
não sejam apenas
“fogo de palha”,
fazendo-nos agir
como os “solos
pedregosos” ou
“solos
espinhosos” da
“Parábola do
Semeador”.
6) “Seria
recomendável que
os indivíduos
que optem pela
cremação dos
despojos carnais
aguardem um
intervalo de
tempo mínimo de
72 horas a
partir do óbito
para efetuarem
tal
procedimento.”
Essa
recomendação do
Benfeitor
Espiritual
justifica-se,
pois a falência
biológica não
representa a
imediata
desvinculação
total entre
Perispírito e
Corpo físico. De
fato, o fenômeno
da total
desvinculação do
Corpo Espiritual
em relação ao
cadáver depende
de uma série de
fatores de
natureza
espiritual, tais
como evolução
moral; evolução
intelectual,
sobretudo
conhecimento a
respeito da vida
espiritual;
gênero de vida;
tipo de morte;
preparo
espiritual da
família;
ambiente
espiritual
durante o
“velório” etc.
Realmente, para
a grande maioria
de seres
humanos, tal
desligamento não
se opera
imediatamente
após a morte do
corpo,
fazendo-se
necessário um
período de
adaptação à nova
realidade que
pode ser mais ou
menos
perturbadora. O
respeito a esse
intervalo de
tempo mínimo
seria
interessante
para que todos
os laços
fluídicos que
mantêm o
Perispírito
imantado ao
corpo físico
fossem
eliminados,
evitando
impactos sobre o
perispírito do
Espírito
desencarnante.
7) “Todo esforço
de hoje é uma
facilidade a
sorrir amanhã.”
Somos sempre
senhores do
nosso destino e
isto ocorre
através da
utilização de
nosso
livre-arbítrio.
Pela Lei de
Causa e Efeito,
estamos sempre
afetando nosso
futuro pelas
atividades
desenvolvidas no
presente. Assim,
o trabalho,
compreendido
como “toda
atividade útil”
é a base de toda
conquista
espiritual. De
fato, somos
herdeiros de nós
mesmos,
implicando que
através do
esforço e do
trabalho no
presente, além
de diminuirmos o
impacto de
débitos
espirituais do
passado,
ampliamos nossas
potencialidades
intelecto-morais
para os desafios
do futuro.
8) “Esse almeja.
Aquele deve. E
para realizar ou
ressarcir, a
vida pede
preço.”
Dentro da “Lei
de Justiça, Amor
e Caridade”
(vide “O Livro
dos Espíritos”),
o trabalho no
bem,
principalmente
nas tarefas que
amparem
diretamente os
nossos irmãos,
representa novas
causas de
harmonização
espiritual, que
podem
neutralizar ou
pelo menos
atenuar causas
negativas
geradas no
pretérito.
Obviamente, a
tarefa no bem,
por si mesma,
gera
desenvolvimento
de aptidões e
renovação de
valores e
aspirações,
fomentando um
“círculo
virtuoso” de
evolução
espiritual, onde
o reajuste com o
passado preenche
o presente, que,
por sua vez,
representa
desenvolvimento
de habilidades
que tendem a
gerar novas
oportunidades de
progresso
espiritual no
futuro.
9) “Acalma-te,
fazendo todo o
bem possível,
porque, se a
misericórdia
divina ainda não
alcançou tua
esfera de lutas,
permanece a
caminho.”
A Misericórdia
das Leis
Universais
sempre nos
alcança, apesar
de nem sempre a
compreendermos
imediatamente.
De qualquer
forma, a
constância no
dever e no bem
constitui
diretriz de
segurança para
que façamos jus
ao auxílio
espiritual
desejado. Nossa
produtividade no
bem gera o
mérito bem como
a simpatia dos
benfeitores
maiores, uma vez
que, quanto mais
trabalhamos na
Obra da Criação,
mais vezes
estaremos sendo
instrumentos de
Deus no auxílio
aos nossos
irmãos.
10) “Se o
passado fornece
a riqueza da
experiência, nem
sempre é o guia
mais seguro para
o presente.”
A fixação das
imagens
negativas,
viciações e
ressentimentos é
hábito
extremamente
perturbador para
o indivíduo que
almeja a
elevação
espiritual.
Indubitavelmente,
a grande maioria
dos Espíritos
atualmente
encarnados na
Crosta terrestre
possui
lembranças
tristes, mágoas,
arrependimentos
e traumas em
maior ou menor
grau.
Entretanto, tais
impressões
negativas só
impactam mais
significativamente
a vida mental de
cada um de nós,
quando, por
invigilância,
damos guarida a
essas impressões
e passamos a
“reviver” em
nosso mundo
íntimo tais
experiências. A
“higiene” mental
e emocional,
através de um
“processo
autolimpante” de
vigilância
espiritual,
diminui a
ocorrência das
“telas mentais”
infelizes,
limitando a
manifestação
desses
verdadeiros
“Painéis da
Obsessão”, como
diria Manoel
Philomeno de
Miranda. Essa
limpeza requer o
emprego
abundante de
preces sinceras,
leituras
edificantes,
otimismo, ações
no bem, entre
outras
atividades que
visam ao bem do
nosso irmão e
que
inexoravelmente
sempre geram o
nosso próprio
bem.