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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 201 - 20 de Março de 2011

PEDRO DE ALMEIDA LOBO
lobocmemtms@terra.com.br
Campo Grande, Mato Grosso do Sul (Brasil)
 

O dom da vida e a lei de
causa e efeito


Quando Deus cria um Espírito, outorga-lhe os dons da vida e da liberdade, bem como o livre-arbítrio. Para administrá-los, mune-o de inteligência. 

O dom da vida é inalienável. Somente o Pai tem poderes para interferir nele. Qualquer outro ser não detém esse direito, a não ser, no caso de abortamento (“aborto”), quando ficar sobejamente comprovada, pela Ciência Médica, que a continuidade da gestação trará risco de morte para a gestante. Fora dessa condicionante criada pelos seres humanos, não há, absolutamente, quaisquer explicações que justifiquem a prática desse crime doloroso, traiçoeiro, hediondo.  

As divinas e cristãs orientações trazidas pela Filosofia Espiritista, ensinada pela Doutrina Espírita e praticada sob as luzes do Espiritismo, fundamentadas na prática da caridade sem ostentação, têm como epicentro o amor incondicional ao próximo.  

Para o reencarnante, a maneira como for gerado seu corpo físico é de somenos importância. Para Deus é mais um filho (a) que vem como estrela cadente viajando inocente à procura de um lar para ser amado(a), educado(a) e instruído(a).  

A infeliz mãe que privar seu filho do direito de nascer, crescer, reproduzir, evoluir, moral e espiritualmente, desce ao mais baixo nível da degradação humana praticando uma atitude nefasta, comprometendo-se inapelavelmente com as leis regeneradoras do Código Divino.             

Quando uma pessoa toma o primeiro contato com o Espiritismo através de uma atividade espírita, no Centro Espírita, poderá sair: decepcionada, satisfeita, vislumbrada e até feliz, julgando que encontrou o caminho certo para suprir as necessidades materiais, psicológicas ou espirituais.  

Ledo engano. Uma instituição espírita que se preze não direciona suas atividades no sentido de resolver problemas. Nesse sentido, seu papel é orientar, direcionar, incentivar e aumentar a autoestima do indivíduo para lutar contra as adversidades que, com certeza, não foram criadas por Deus e, sim, pelas atitudes egoístas dos seres humanos.  

Nesse raciocínio, sua finalidade precípua não é somente enxugar lágrimas ou minimizar dores e sofrimentos, mas proporcionar informações e conhecimentos úteis e relevantes que possam ajudar o indivíduo a erradicar as causas que façam verter lágrimas e propiciar dores e sofrimentos.  

Neste particular é importante que se conheçam os fundamentos da Doutrina Espírita que se baseiam na Ciência que prova fatos; na Filosofia que estuda os primeiros princípios e os últimos fins das causas e das coisas (Lei de Causa e Efeito; Ação e Reação); e na Religião que liga, individualmente, a criatura ao Criador, pela fé inabalável em Deus, em Jesus – o Cristo e Seus Prepostos –, impulsionada pela prática da caridade e na presunção da esperança de que amanhã será sempre um dia melhor. 

Essas condicionantes imperativas respaldam a conclusão de que tudo na vida de uma pessoa está diretamente proporcional à conduta do indivíduo (Espírito). Nada acontece por acaso. Tudo tem uma razão de ser, como afirma o adágio: “no mundo existem muitas injustiças, porém ninguém vive injustiçado”; e, como ensinou o Cristo: “A cada um será dado conforme a sua obra”. 

Nos postulados espíritas vislumbra-se a certeza absoluta, inequívoca e inquestionável de que Deus jamais desamparará Seu filho ao ponto de deixá-lo sofrer sem ter uma causa que justificasse esse sofrimento. Afinal de contas, não há efeito sem causa.   


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita