CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
O
padrão
espiritual
de
Nosso Lar
Ouvi, ao acaso,
na época da
exibição do
filme Nosso
Lar nos
cinemas: -
Ah! Nunca vi
isso! Lá é todo
mundo feliz,
bonzinho, todo
mundo ajudando
todo mundo! É
felicidade
demais, chega a
ser
açucarado!...
Paradoxal, não?
Então, enquanto
por aqui, na
materialidade, a
todo momento
vemos pessoas
reclamando do
contínuo estado
de insegurança;
pleiteando
condições de paz
e de felicidade
maiores, nas
quais as pessoas
talvez
convivessem
melhor, sem
tanto ódio,
tanta violência,
tanta ansiedade
gerada pela
nossa dita
sociedade
competitiva até
as raias da
selvageria...
Nosso Lar,
com o seu modelo
exemplar de
coexistência
pautada na
harmonia e na
colaboração, com
as quais - muito
se diz - sonham
diariamente
milhares e
milhares de
idealistas...
Este lugar, na
visão
contraditória de
alguns, "chega a
ser açucarado,
enjoado"!
Convenhamos... O
que escolhemos
para nós, de
fato?
Vamos refletir
sobre o
problema.
O caso, meus
amigos, é que
somos, por
excelência,
contraditórios
quanto às nossas
referências de
convivência. E
fazemos, na
prática, e sem
real
consciência,
exatamente o que
preconiza aquele
velho ditado:
"acender uma
vela para Deus,
outra para o
diabo"...
Sabem por quê?!
Porque lucramos
com isto!
Lucramos com
isto nas
minúcias
despercebidas do
cotidiano, tanto
pessoal quanto
profissional.
Porque elegemos,
neste atual
estágio de vida
na matéria, o
modelo de vida
da
competitividade;
e os parâmetros
de
competitividade
não se pautam
pelo senso de
colaboração para
um bem maior,
como haveria de
ser. A
competitividade,
que grassa em
todos os setores
da sociedade de
hoje em dia, se
nutre,
prioritariamente,
do ímpeto
predador!
Só auxilio neste
ou naquele
aspecto
dependendo do
tanto de lucro
ou de vantagens
superfaturadas
que extrairei da
situação. Não,
não explicarei
todo o cerne do
serviço ao
funcionário
recém-chegado
para que ele não
possa saber
demais, e,
amanhã ou
depois, pleitear
a melhoria que
de direito é
para mim. O
familiar passa
por
dificuldades?
Bem..., dane-se,
o problema maior
é dele, não meu.
Não fui eu quem
o criou. Por que
tomarei sobre as
minhas costas o
ônus de mais uma
confusão quando
já tenho tantas
pendências
pessoais que mal
consigo
resolver?
O grande
problema desta
ótica de vida,
caríssimos, é
que, e mesmo
aqui, as leis de
causa e efeito,
ou da atração,
ou seja lá com
que título se
chame esta Lei
natural da Vida,
agem,
para o nosso bem
maior e sem
julgamento de
mérito -
inexoráveis - e
atraem, para
cada um de nós,
via sintonia, o
exato padrão do
que irradiamos
para fora, para
aqueles com quem
convivemos. E é
a partir desta
premissa,
portanto, que
prossegue o
pandemônio
mundial no qual
nos atolamos
ainda sem
solução viável
ou visível para
que uma
realidade como a
de Nosso Lar
fosse também a
nossa! Nossa
feliz
realidade! Não
açucarada. Não
utópica!
Referir-se a um
contexto
superior de vida
desta forma
inexata soa mais
como a parábola
de despeito da
raposa e as
uvas. Ora, como
ainda não posso
tê-las, devem
estar verdes,
com certeza. A
raposa jamais
admitirá que não
alcança as uvas
por
incompetência
própria. Não!
Antes porque,
certamente,
estão verdes!
Evolução, meus
caros!
Escolha!
Simples assim!
Enquanto não
ensinarmos o
serviço ao
colega de
trabalho para
que ele não
saiba tanto
quanto nós,
acontecerá
fatalmente de,
nalgum momento
lá na frente,
não podermos
contar com a
colaboração
eficiente deste
mesmo colega em
momentos de
eventuais
ausências ou
dificuldades em
razão direta da
miopia desta
mesma ganância,
a nos lançar
para dentro dos
resultados da
armadilha que a
nós mesmos acaba
encurralando!
Enquanto o
familiar
sofredor ficar
para lá, e nós
passeando
felizes no
shopping, não
poderemos
estranhar
quando, nalgum
outro momento,
formos
abandonados,
solitários, nas
nossas
indigências e
apuros pessoais
ou de saúde, por
parte da mesma
parentela que
nos terá
observado com
clareza os
métodos nada
solidários de
agir em horas de
se apoiar as
dificuldades
alheias.
Enquanto, em
suma – e como se
o mundo se
tratasse de um
grande e árido
parque de
miséria, e não o
planeta rico e
abundante de
recursos como de
fato é –,
insistirmos no
nosso padrão
viciado de lidar
com a vida
manifesta em nós
mesmos e no
nosso próximo
com base nestes
parâmetros
mesquinhos, não
poderemos, em sã
consciência, e
com um mínimo de
lisura íntima,
proferir com
honestidade
qualquer suspiro
de lamentação
por um mundo que
ainda não temos
– única e
exclusivamente
porque, na
prática
minuciosa do
dia-a-dia,
ainda não nos
decidimos por
criá-lo!
Sempre, e a
qualquer tempo,
dependerá
unicamente de
nós mesmos!
Tudo é simbiose!
Troca pura e
simples, amigos
leitores! O
mundo lhe dá na
medida exata do
que você
oferece! E, se
uma qualidade de
vida como a de
Nosso Lar
nos comparece,
espantosamente,
como
"açucarada", a
verdade nua e
crua é que assim
a percebemos
porque,
infelizmente,
ainda nos
comprazemos
somente com
amargura e fel!
Grande abraço a
todos e uma
ótima semana!