Apelo
à união
Pedro
da Rocha Costa
Jesus-Cristo
Nosso Senhor
seja louvado.
Em nossa Doutrina Redentora,
as campanhas de
assistência são
inegavelmente as
mais variadas.
Temos as que favorecem os recém-nascidos, relegados
ao desamparo, as
da sopa dedicada
aos famintos da
jornada humana,
as de socorro
aos companheiros
obsidiados que
reúnem os
caracteres
firmes e os
corações
generosos a
benefício dos
alienados
mentais, as do
cobertor para as
noites
enregelantes do
inverno, visando
ao reconforto
daqueles irmãos
sitiados na
carência de
recursos
terrestres, as
dos ambulatórios
que se abrem
acolhedores em
favor dos
doentes, dos
feridos e dos
angustiados de
todas as
procedências, as
do remédio
gratuito e
valioso, que
objetivam o
alívio dos
enfermos
necessitados e
temos ainda
aquelas das
conferências
públicas que
veiculam o
conhecimento
doutrinário para
a ignorância das
criaturas que
tateiam ainda
nas sombras da
inteligência.
Dispomos dos mais diversos movimentos de caridade
para os quais há
sempre bolsas
abertas e braços
amigos,
trabalhando na
redenção do
próximo,
principalmente
na salvação do
equilíbrio
orgânico dos
nossos
companheiros de
Humanidade.
Entretanto, seria de todo muito oportuna uma
campanha mais
vasta, da qual
participem os
nossos
sentimentos mais
dignos,
favorecendo-nos
a união no campo
do Espiritismo.
Não nos reportamos à união dos pontos de vista,
porque a
igualdade do
pensamento é
francamente
impraticável.
Cada Espírito observa o painel do mundo, conforme a
visão que já
conseguiu
descerrar no
campo de si
mesmo e cada
alma repara as
manifestações da
Vida, segundo o
degrau evolutivo
em que se
coloca.
Referimo-nos à união fraternal, através da
tolerância
construtiva e
cristã, por
intermédio da
desculpa
automática a
todas as
pequeninas
ofensas e a
todas as
insignificantes
incompreensões
do caminho, para
que a bandeira
renovadora de
nossa fé não se
perca na escura
província do
tempo perdido.
União, através da prece que auxilia em silêncio, do
gesto que ajuda
sem alarde, da
atitude que
ampara sem ruído
e da língua
capaz de
estender o amor
de Jesus no
combate
sistemático à
maledicência, à
calúnia, à
perturbação, à
indisciplina e à
desordem...
Ninguém imagina, nas leiras de serviço em que a
convicção
espírita deve
servir
infatigavelmente,
quanto nos dói o
tempo
desaproveitado,
depois que o
corpo de carne –
a enxada sublime
– nos escapa das
mãos
espirituais.
Indiscutivelmente, é preciso haver perdido a
oportunidade
para que o valor
dela se nos
apresente tal
qual é, aos
olhos da mente
acordada nos
compromissos que
esposamos diante
do Cristo.
Em verdade, não disponho de elementos intelectuais
para a criação
de muitas
imagens, em
torno da tese
que nos serve de
assunto nesta
visita rápida,
contudo,
reconhecemos-lhe
a imensa
importância.
Por isso mesmo, encerramos a nossa conversação
despretensiosa,
rogando a Jesus
nos desperte o
entendimento
para que a
comunhão
fraternal seja,
de fato, uma
campanha que
venha a merecer
de todos nós,
desencarnados e
encarnados, no
Espiritismo com
Jesus, a fiel
atenção que será
justo
consagrar-lhe,
para que as
nossas horas, no
dia de hoje, não
estejam amanhã
vazias com os
tristes seios da
inutilidade que
denominamos
“remorso” e
“arrependimento”.
Pedro da Rocha Costa foi antigo seareiro de
nossa Doutrina
Consoladora na
cidade de
Cachoeiro do
Itapemirim,
Estado do
Espírito Santo,
onde
desencarnou. A
mensagem acima
foi transmitida
na noite de
12/4/1956 por
intermédio de
Francisco
Cândido Xavier e
faz parte do
livro Vozes
do Grande Além,
obra ditada por
Espíritos
Diversos.