MARCELO
DAMASCENO DO
VALE
marcellus.vale@gmail.com
São Bento do Sul,
SC
(Brasil)
O ser e o nada
Que se deve
pensar da
opinião dos que
atribuem a
formação
primária a uma
combinação
fortuita da
matéria, ou, por
outra, ao acaso?
“Outro absurdo!
Que homem de bom
senso
pode considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, que
é o acaso? Nada.” (Questão 8 de O Livro dos Espíritos.)
O escritor
francês
Jean-Paul Sartre
lançou em meados
do século XX um
livro que é
considerado o
marco para o
crescimento da
doutrina chamada
existencialismo.
A ideia central
do pensamento
existencialista
é que a
existência
precede à
essência (algo
como o corpo
físico surgiu
primeiro que o
espírito). Ainda
segundo essa
doutrina não
existe nenhum
Deus que tenha
planejado o
homem. O
existencialismo
então é o
reflexo de um
pensamento ateu
e completamente
materialista.
Título do Livro?
O Ser e o Nada.
Sombrio, porém
verdadeiro.
Toda a criação -
segundo os
ateístas
(antigamente
conhecidos como
materialistas) -
é regida pela
acaso, ou por
uma combinação
fortuita de
condições que
fizeram surgir o
Universo, depois
a Terra e, por
fim, o ser
humano, sem a
intervenção de
nenhum
Pensamento
Diretor (Deus).
Allan Kardec, em
comentário à
questão de O
Livro dos
Espíritos que
estudamos, expõe
com lógica
irretocável:
A harmonia que
regula as forças
do Universo
revela
combinações e
fins
determinados, e
por isso mesmo
um poder
inteligente.
Atribuir a
formação
primária ao
acaso, seria uma
falta de senso,
o acaso é cego e
não pode
produzir efeitos
inteligentes. Um
acaso
inteligente já
não seria acaso.
São
impressionantes
os malabarismos
de pensamento
que encontramos
naqueles que não
creem nos mitos
a respeito da
Criação,
encontrados em
todas as
religiões, para
justificar a
possibilidade de
um Universo
criado sem Deus.
Contudo, o
filósofo
americano
Quentin Smith
supera-se ao
apresentar no
artigo Big Bang
Cosmology and
Atheism a ideia
de que nem tudo
que teve um
começo
precisaria ter
uma causa para
esse começo. Ou
seja, o nada
pode produzir
Galáxias,
Mundos, Seres
Vivos, Espíritos
Eternos.
Em contradição
ao pensamento de
Smith e outros,
nos Estados
Unidos, alguns
cientistas e
pensadores
cristãos
elaboraram a
teoria do Design
Inteligente,
para combater os
argumentos dos
ateístas, os
quais
ridicularizam o
criacionismo
bíblico. Os
criacionistas
afirmam que o
relato bíblico
literal é
confiável e
definitivo, que
a vida na Terra
foi desenhada
por um ser
inteligente
(Deus), e, a
partir daí, eles
procuram provas
na natureza. Os
teóricos do
Design
Inteligente
começam com a
esfera natural
(as
consequências)
para chegarem à
conclusão de que
tudo foi criado
por um Agente
Inteligente.
A Doutrina
Espírita, em
seus primórdios,
definiu, a
partir de seus
pesquisadores, a
função do acaso
dentro da
natureza e da
criação. Essas
definições
superam as
teorias atuais e
oferecem
respostas
lógicas ao
problema da
criação inicial:
“Certos sábios
objetam, na
verdade, que as
leis universais
são cegas. Mas,
de que forma
leis cegas
poderiam dirigir
a marcha dos
mundos no
Espaço, regular
todos os
fenômenos, todas
as manifestações
da vida, e isso
com precisão
admirável? Se as
leis são cegas,
diremos,
evidentemente -
devem agir ao
acaso. Mas o
acaso é a falta
de direção e a
ausência de toda
inteligência
atuante. É,
pois, o acaso
inconciliável
com a noção de
ordem e de
harmonia.”
(Léon Denis – O
Grande Enigma –
Cap. VI.)
“A Natureza tem
horror ao
acaso.” (Camille
Flammarion –
Deus na Natureza
– Cap. III.)