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O Espiritismo responde
Ano 5 - N° 208 - 8 de Maio de 2011
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)



Uma amiga enviou-nos as seguintes perguntas relacionadas com as criaturas do reino animal:

1) Uma irmã tem uma cachorra cega que, devido a uma enfermidade, não está conseguindo levantar-se nem comer. O veterinário decidiu sacrificá-la. Temos o direito de tirar a vida desse animal?

2) Quando autorizamos o sacrifício de um animal, por ele estar em sofrimento e doente, teremos responsabilidade por esse ato?

3) Não tendo os animais consciência dos próprios atos e não sendo dotados de razão e discernimento, eles não sofrem expiação. Em que, então, esses sofrimentos os ajudariam?

Com relação ao problema da dor que acomete os animais, o assunto já foi tratado nesta mesma seção na edição 186 de nossa revista, que a leitora pode ler clicando neste link:  http://www.oconsolador.com.br/ano4/186/oespiritismoresponde.html

Os animais não estão realmente sujeitos à expiação, e a dor por que passam é explicada num dos textos contidos na obra Ação e Reação, de André Luiz, na qual o Instrutor Druso diz que podemos identificar na experiência terrestre três tipos de dores:  a dor-evolução, a dor-expiação e a dor-auxílio.

Referindo-se diretamente ao caso dos animais, Druso afirma: "A dor é ingrediente dos mais importantes na economia da vida em ex­pansão. O ferro sob o malho, a semente na cova, o animal em sacrifí­cio, tanto quanto a criança chorando, irresponsável ou semiconsciente, para desenvolver os próprios órgãos, sofrem a dor-evolução, que atua de fora para dentro, aprimorando o ser, sem a qual não existiria pro­gresso”.

A dor-evolução, cujo objetivo notório é o aprimoramento do ser, nada tem que ver com atos do passado. É o que ocorre com os animais, não somente aqueles que vivem em nosso meio, como os cães, vítimas de tantas enfermidades e problemas, mas sobretudo com os que vivem em plena selva. Imaginemos o sofrimento de uma presa abatida por seu predador e estraçalhada antes mesmo de ocorrer sua morte corpórea.

Quanto ao sacrifício dos animais enfermos, recorremos ao que pensava o saudoso confrade Marcel Benedeti, médico veterinário desencarnado em fevereiro de 2010, que escreveu um livro sobre os animais e seu destino espiritual.

Em entrevista publicada pela Revista Cristã de Espiritismo, ed. 29, em 2004, perguntaram-lhe como ele analisava a questão da eutanásia praticada com animais. Benedeti  respondeu: “O ser humano tem o carma, o animal não. O animal tem consciência, mas muito mais restrita, em relação ao ser humano. Ele segue muito mais os seus instintos. Então, como não tem carma, a eutanásia deve ser o último recurso utilizado; o veterinário deve fazer todo o possível para salvá-lo. Se o animal estiver sofrendo muito e não existir outra maneira, o plano espiritual não condena, porque é um aprendizado tanto para o animal quanto para o dono que precisa tomar a decisão”.
 

 


 
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