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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 208 - 8 de Maio de 2011

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
 

O explosivo Oriente Médio  

Se o verdadeiro sentido da palavra “Religião” fosse entendido,
haveria paz no mundo

“(...) Ai de ti Jerusalém, que continuas impura! Até quando  ainda? Aos sacerdotes, aos profetas e a todos os habitantes de Jerusalém, os estraçalharei uns contra os outros.” - Jeremias, 13:13, 14 e 27.

 
Segundo
os entendidos no assunto, qualquer amálgama entre os diversos tipos de fundamentalismos religiosos é totalmente absurdo, haja vista a distância existente, por exemplo, entre os furiosos milicianos islamitas de Moqtada Al-Sadr e os fundamentalistas batistas americanos que acreditam na Criação Divina do mundo em 7 dias, detestam os homossexuais, defendem a pena de morte e postulam por um “sionismo-cristão” favorável à reunião de todos os judeus da Terra em um ponto para melhor convertê-los à cristã. 

Sem embargo, numa coisa os fundamentalistas se parecem: todos, sem exceção, são misoneístas...  Essa forte característica do fundamentalismo tende a perenizar o status quo” vigente, avesso à ordem natural do progresso.  Estão todos ciosamente “engessados” entre as grossas e altas muralhas do dogmatismo insano. Este é um dos motivos pelo qual a situação de beligerância no Oriente Médio permanece a mesmamilênios, conforme podemos comprovar até mesmo pelos registros históricos exarados na Bíblia, a exemplo dos versículos em epígrafe do profeta Jeremias. 

Para compreendermos este contexto histórico, precisamos conhecer um pouco mais do Islamismo que, tal como o Cristianismo, está dividido em vertentes. Para ser mais preciso, o Islamismo divide-se em três segmentos: 1 – “aggiornamento” ou acomodação; 2 – Islã tradicional; 3 – Fundamentalismo

PRIMEIRA VERTENTE 

A primeira vertente (aggionarmento ou acomodação) caracteriza-se pela tentativa de acomodar a realidade hodierna com as tendências secularizantes, tal como tentou o apóstolo Tiago fazer no Cristianismo com o Velho Testamento e as escrituras Neotestamentárias.   

Essa vertente não se distingue – propriamente – por mudanças intestinas radicais, visto que adota um viés de mescla do velho com o novo, para atender aos reclamos das realidades emergentes no contexto histórico-cultural-contemporâneo. 

Sobressai-se, portanto, nesta primeira tendência uma mistura do nacionalismo árabe” de Nasser, com o socialismo islâmico da Argélia, alcançando até mesmo leves nuanças das teses “fundamentalistas”, procedentes da revolução islâmica de Khomeini. Todo o esforço desta primeira tendência consiste, portanto, numa espécie de “atualização” ou seja, “acomodação, aggiornamento” com as ideologias mais recentes

SEGUNDA VERTENTE

A segunda vertente conhecida por Islã tradicional” caracteriza-se por um padrão de maior tolerância e menos radicalismo com relação às outras culturas e aos diferentes credos religiosos. A visão “místico-contemplativa” faz parte desta vertente, e no campo prático as produções da arte e da cultura são muito valorizadas.  Seus profitentes são pacíficos e consequentemente preferem recorrer às orações, às meditações e à generosidade do que às armas para evidenciarem seus pontos de vista Embora politicamente fracos, e sem a relevância material das outras duas vertentes, acreditam no poder da verdade exercendo grande influência tanto entre a elite intelectual quanto entre as criaturas menos afeitas à violência, portanto, piedosas e fraternas. 

TERCEIRA VERTENTE

Esta última vertente, conhecida por Fundamentalismo, é a mais radical e fanática... Espraia-se em um largo leque de posições que vão desde os seguidores pacíficos que se apegam à interpretação literal dos textos do Corão, tal como os protestantes o fazem com os textos da Bíblia, até os enfurecidos e renhidos seguidores do líder Osama bin Laden, que não medem os meios e consequências para atingir seus objetivos

Vemos, assim, que dentro desta vertente existem extremos de gradações mais amenas e mais agressivas no que se refere ao “modus vivendi” de seus integrantes. A destes últimos (os mais agressivos) que levam o fanatismo a paroxismos da loucura, lutam por um retorno às bases, à pureza primitiva do Islã, ancorado numa interpretação literal e limitada do Alcorão Com esta característica de volta às origens, esta vertente colide – de frentecom as outras duas que têm espírito mais conciliador e tolerante...   

O líder inspirador desta tendência (que possui no Islamismo o mesmo peso que Moisés teve junto aos hebreus) chamava-se Mohamed ibn abb al Wahab, daí o codinome “Wahabismo” para nomear seus seguidores. São, portanto, avessos às mudanças e tentativas de acomodação do velho com o novoComo valorizam seus usos e costumes, naturalmente profligam todos os aspectos da cultura ocidental de maneira apaixonada, fanática, violenta, que constitui o “modus-operandi” das mentes baldas de senso... Acrescente-se a isso a doutrinação que sofrem os jovens muçulmanos da ala radical, que não veem boas perspectivas à frente: não têm dinheiro para custear um bom casamento, não têm condição de frequentar uma boa escola, o futuro apresenta-se-lhes, portanto, pouco promissor... Aderem, então, às falaciosas promessas de felicidade junto a Alá, acompanhados de setenta virgens que estarão à disposição para proporcionar a cada um o que aqui lhes foi negado.   Basta a opção pelo martírio pela pátria e pela causa que farão jus a tudo isso, além de conquistarem o respeito de seus conterrâneos que os considerarão heróis – postumamente – lógico

As mulheres-bomba, com o gesto suicida também buscam o respeito e a consideração, ainda que depois de mortas, mormente se são mães solteiras execradas pela sociedade. O martírio (geralmente junto com seu rebento) é uma forma de se redimirem do “pecado” da gravidez fora do casamento.   

Com todos esses ingredientes, não é de causar admiração o bolo explosivo que milênios vem causando vítimas e cruentas tragédias no Oriente Médio

Não fica difícil concluir que as implicações morais dessas práticas religiosas em relação ao mundo moderno ocidental serão tranquilas com relação à convivência com as duas primeiras tendências (Aggiornamento e Islã Tradicional), uma vez que elas têm tolerância e respeito para com as demais culturas. O mesmo não acontece com relação à terceira tendência (fundamentalismo) cujos adeptos não aceitam usos e costumes diferentes dos seus, combatendo seus antípodas de forma cruenta e impiedosa. Infelizmente, esta última tendência é a mais ostensiva, visto que poderíamos – metaforicamente – dizer com a querida Joanna de Ângelis que “o bem anda de sandálias de veludo na semiobscuridade, enquanto o mal ganha títulos de cidadania sob os ‘spotligths’ da promoção”, ou seja: a mídia valoriza e divulga os atos terroristas e não enfatiza os atos de altruísmo e tolerância que existem e não são raros, até mesmo entre árabes e judeus

O mundo não teria do que se queixar e a Humanidade viveria em paz sem os apetites de beligerância que caracterizam tanto os governos totalitários, como os fanáticos fundamentalistas e – também – se o sentido do verdadeiro significado do que deve ser uma religião fosse realmente entendido como uma porta de acesso para o retorno do filho pródigo ao Aprisco Divino.     




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita