JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte, Minas Gerais (Brasil)      
 

O lado espiritual da tragédia
de Realengo foi ignorado

Psiquiatras e psicólogos ocidentais têm, geralmente, ojeriza pelas religiões, por causa dos conflitos entre elas e a ciência no passado. E, assim, mesmo crendo em Deus e na alma, eles preferem bancar os materialistas.

Sobre a tragédia do Rio e tantas outras que acontecem no mundo, a maioria das pessoas as atribui ao destino. O mais certo é atribuí-las à lei de causa e efeito, a qual é acionada por nós mesmos. E nosso destino da próxima vida será a colheita da semeadura atual.

Jesus disse; “É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm”. (Lucas 17:1.) Ai, pois, do autor do massacre no Rio! Escândalo é pecado, mas por que é necessário? É a queima de carmas. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.” Até uma folha caída duma árvore, Deus acompanha. Deus é a causa primeira de todas as coisas, mas é a lei segunda de causa e efeito que está em ação. Não há bala perdida! Tudo tem sua causa cármica. “Ninguém deixará de pagar tudo até o último ceitil.” “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.” Não foi por acaso que uns alunos conseguiram escapar do massacre e outros não. “Deus não faz acepção de pessoas.”

Dizendo só de leve que demônio na Bíblia é alma ou espírito humano, a maioria das pessoas chamaria o autor da tragédia do Rio de um endemoninhado ou possesso. No Espiritismo, parece que ele foi um obsidiado no nível grave de subjugação (possessão). E pelo que diz a mídia, ele deveria ser um evangélico fundamentalista, pois era iconoclasta (quebrador de imagens), já que desejava lançar um avião sobre o Cristo do Corcovado. E seria um obsidiado porque tinha contradições místicas. O subjugado tem sua vontade dominada pelo Espírito obsessor intruso, que substitui a personalidade da vítima. Em “O Livro dos Espíritos”, na questão 459, Kardec pergunta a uma entidade se os Espíritos podem influenciar nossa vida. Resposta: “Mais do que podeis imaginar, pois eles até controlam a vossa vida”. Isso confere com o que diz Paulo: “Eu queria fazer uma coisa, e acabava fazendo outra que eu não queria fazer”. (Romanos, 7:19.) E ele ensinou que a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra as potestades. (Efésios 6:12.) No Pai Nosso, nós pedimos a Deus para não nos deixar cair em tentações. Até Jesus foi tentado. E parece que o criminoso carioca era tentado por uma entidade perversa, pois ele era um místico, mas seguia uma voz que ouvia, e acabou fazendo premeditadamente esse monstruoso crime, suicidando-se em seguida.

Para as teologias dogmáticas e a ciência materialista dogmática, a mediunidade atinge pessoas de personalidade dupla. E estão certas, pois ensinam a psiquiatria e a psicologia espíritas, a parapsicologia espiritualista e a psicologia transpessoal que a personalidade da pessoa se torna dupla exatamente porque uma é a comum do seu Espírito, e a outra é a do Espírito intruso. Jung, com a experiência de sua mediunidade pessoal, acobertou essas teses espiritualistas, como lemos em suas memórias. (J. Herculano Pires, “Ciência Espírita”, pág. 71, Ed. Paideia, SP.)

As teses científicas espiritualistas nada devem às materialistas, que são incompletas, pois lhes falta conhecer o outro lado da moeda!