LEONARDO MARMO
MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com
São José dos
Campos, SP (Brasil)
Mecanismos da
Obsessão
As terapias desobsessivas
são inúmeras,
mas são todas
fundamentadas no
mesmo princípio
de elevação
espiritual dos
Espíritos
envolvidos no
processo em
questão.
Independentemente
do tipo de
relação pessoal
dos seres
envolvidos em
quaisquer tipos
de
inter-relacionamento
pessoal, tais
interações podem
apresentar
diferentes
mecanismos de
manifestação
dependendo de
vários aspectos
associados ao
contato do
indivíduo com
seu irmão.
A troca
respeitosa de ideias; a
comunhão de
propósitos,
ideais e
sentimentos; ou
o debate
acalorado de
propostas
antagônicas são
exemplos das
inumeráveis
espécies de
relações
travadas pelos
indivíduos. À
luz da Doutrina
Espírita, todos
esses processos
podem estar
vinculados a
complexos
processos de
interações
espirituais e perispirituais,
com as
inevitáveis consequências no
corpo físico.
André Luiz
intitula um dos
mais belos
capítulos da
obra “Nosso Lar”
de “Amor,
Alimento das
Almas” (Capítulo
18),
demonstrando que
laços de afeto
fomentam uma
mútua
sustentação
psíquico-emocional
entre os seres
participantes
dessa relação.
Faz-nos lembrar
da célebre frase
bíblica “Nem só
de pão viverá o
homem, mas de
toda a palavra
que provém da
boca de Deus”,
uma vez que
denota que o
bem-estar do
sistema Espírito-Perispírito
é fundamental
para a saúde
global do
indivíduo.
Nas relações
infelizes,
processo
semelhante
ocorre, o qual
leva a uma
vinculação
mento-emocional
provocada por
sentimentos
mesquinhos. Na
obra “Instruções
Psicofônicas”, o
Mentor
Espiritual
Calderaro
(conhecido por
ser um dos Guias
Espirituais de
André Luiz no
livro “No Mundo
Maior”) explica
que a educação
dos pensamentos
é extremamente
difícil quando
os sentimentos
(que seriam os
alicerces dos
pensamentos) não
são igualmente
modificados para
melhor.
No processo
obsessivo, a
interação de
caráter moral
negativo entre
um obsessor
desencarnado e
um obsidiado
encarnado
abrange não
apenas ideias,
mas igualmente
quadros
emocionais.
Desta forma,
esta simbiose
espiritual
profunda pode
adquirir alta
gravidade pelo
condicionamento
do ser obsidiado
a manter
determinados
hábitos mentais,
orais e físicos,
uma vez que
permuta de
sensações, telas
mentais e
fixações
negativas são
mantidas de
forma contínua,
inclusive
durante as horas
de sono do ser
encarnado
(muitas vezes
com maior
intensidade
durante essa
situação). Como
a grande maioria
dos seres
obsidiados
ignora o seu
problema e,
principalmente,
a forma de
eliminá-los,
essa enfermidade
espiritual tende
a crescer lenta
e gradualmente
com o passar do
tempo, uma vez
que a maioria
das criaturas
humanas,
infelizmente,
não cogita
sinceramente de
uma melhora em
seu
comportamento
moral. De fato,
mesmo indivíduos
minimamente
informados sobre
a vida
espiritual e
sobre o processo
obsessivo, como
nós espíritas,
frequentemente
negligenciam
princípios
básicos de
conduta
ético-moral e de
vigilância
espiritual,
deixando-nos
conduzir por
inteligências do
mundo espiritual
inferior.
Obviamente, para
criaturas
totalmente
inermes de
recursos de
proteção
espiritual, esse
quadro ganha
contornos de
maior
periculosidade.
Assim sendo, a
obsessão não
abrange apenas
uma transmissão
simples de
pensamentos
negativos que
são assimilados
minimamente pelo
encarnado, mas
toda uma carga
de emoções e
impressões muito
intensas
associadas a
essas ideias
inoculadas pelo
obsessor. Esse
complexo
pensamento-emoção-sentimento,
quando de
caráter moral
negativo,
proporciona via
perispírito
(interação
fluídica)
profundo quadro
patológico do
sistema
Espírito-Perispírito-Corpo
Físico.
Entretanto, o
obsessor
desencarnado não
está imune a
este quadro,
pois, à exceção
da ausência do
corpo físico,
essa intensa
vinculação pode
gerar no ser
espiritual
sintomas muito
semelhantes
àqueles
observados no
ser encarnado.
Logo, a
interação
fluídica
correlacionada a
essa troca
mento-emocional
pode propiciar
uma profunda
simbiose
espiritual,
gerando
paulatinamente
um natural
acoplamento
perispírito-a-perispírito
entre obsessor e
obsidiado. Daí,
muitos
obsidiados
chegam a ficar
literalmente
mediunizados
pelos
respectivos
obsessores,
mesmo quando em
condições de
normalidade
espiritual não
sejam médiuns
ostensivos.
Nesses casos,
após o
tratamento
desobsessivo,
normalmente as
ocorrências
mediúnicas
tendem a cessar,
independentemente
do indivíduo
passar a
frequentar
assiduamente o
centro espírita
ou não. Por
outro lado, se o
processo
obsessivo não
for interrompido
ou, pelo menos,
atenuado, por
medidas
preventivas do
ponto de vista
espiritual por
parte do
obsidiado, a
acentuação da
parasitose
espiritual pode
chegar a
verdadeiros
quadros de
subjugação e/ou
possessão.
Neste contexto,
a terapêutica
espírita,
compreendendo as
Leis Naturais da
Vida Espiritual,
enfatiza a
necessidade de
elevação moral
do enfermo,
justamente
porque a
elevação de
valores elimina
a área de
interesse comum
e, portanto, de
simbiose
espiritual entre
encarnado e
desencarnado.
Ademais, a
mudança de focos
mental e
emocional
geralmente
proporciona
certo alívio ao
obsidiado, que,
após certo
intervalo de
tempo de
instalação da
obsessão, passa
a ser “obsessor
de si mesmo”
(auto-obsessão),
pois não
consegue ou não
quer mudar o
objeto de suas
preocupações
existenciais,
mesmo na
ausência do
obsessor. Essa
pequena “quebra”
em seu estado de
monoideia é
fundamental para
que sua vibração
mude, através de
mais elevada
sintonia,
gerando novas
trocas fluídicas
com seres em
patamar mais
elevado de
interesses.
No tratamento
espírita, faz-se
inestimável o
impacto fluídico
positivo através
dos passes, da
água
fluidificada ou
mesmo do “choque
anímico”
promovido pela
“incorporação”
do obsessor em
médiuns
psicofônicos em
reuniões de
desobsessão para
fins de
doutrinação.
Esses recursos
aliviam a carga
emocional que as
fixações
deletérias
duradouras
provocam no ser
obsidiado, que,
viciado nesses
hábitos íntimos,
tem muita
dificuldade de
sair desse
patamar
vibratório com
suas próprias
forças. Allan
Kardec chega a
dizer que sem a
interferência
magnética de
terceiros é
muito improvável
que um ser
submetido a uma
subjugação
consiga se
libertar desse
estado
espiritual. Esse
alívio
temporário
constitui um
verdadeiro
“Acréscimo da
Misericórdia
Divina”,
facilitando uma
abertura de
“visão
espiritual” ao
ser necessitado.
Portanto, é um
momento
fundamental de
decisão de
melhoria
espiritual por
parte do enfermo
que realmente
quer se curar.
De qualquer
maneira, sem
essa aquisição
de uma postura
espiritual mais
elevada,
gradualmente o
processo
obsessivo tende
a se
restabelecer,
retornando
facilmente a
ocorrer os
sintomas físicos
e mentais no
obsidiado que
não buscou a sua
reforma moral.