MARCUS
VINICIUS DE AZEVEDO
BRAGA
acervobraga@gmail.com
Brasília, Distrito
Federal (Brasil)
Nossa
relação com a
mediunidade...
Não anda muito boa, como
desde sempre...
Continuamos idolatrando
médiuns, principalmente
os chamados médiuns de
cura. Ainda buscamos
respostas para o nosso
problema pessoal X e a
nossa dúvida Y na via
mediúnica, o que um
pouco de reflexão e a
leitura edificante
poderiam resolver.
Mistificamos salas,
mesas, objetos,
reuniões, como se não
houvesse Espíritos por
toda a parte e todo
lugar não fosse criação
do Pai celestial.
Nós valorizamos ainda o
livro psicografado,
mesmo que nele esteja um
sem-número de
inconsistências; mas
relegamos a segundo
plano obras de
encarnados fruto de
longas reflexões.
Confundimos as
orientações mediúnicas
com a vida
administrativa da casa
espírita; gostamos da
foto daquele mentor,
ilustrando as
dependências da casa
espírita e, ainda,
fazemos filas para
assistir ao maravilhoso
fenômeno, como curiosos
da era vitoriana.
Os Espíritos são os
homens desencarnados,
amigos e inimigos de
ontem que se alternam
conosco nas lutas da
matéria. Isso Kardec já
asseverava com
propriedade... A
mediunidade é via
bendita de trabalho, na
reunião mediúnica de
atendimento a Espíritos
sofredores, no consolo a
mães aflitas, nas
mensagens de
esclarecimento e
reflexão, como bem
exemplificou na conduta
mediúnica Francisco
Cândido Xavier, que,
apesar de suas
faculdades, se mantinha
a par de personalismos,
na valorosa mediunidade
com Jesus.
A mediunidade não é um
superpoder de um herói
de filme e nem uma tenda
de milagres. É uma
possibilidade que, se
não for bem conduzida,
pode enveredar para
caminhos perigosos.
Entretanto, o médium é
ser humano, falível, com
necessidades e anseios.
Os Espíritos, também,
homens de outras eras,
estão conosco nesta
caminhada evolutiva no
orbe terrestre.
Por isso, insta
analisarmos a nossa
relação com a
mediunidade, a nossa e a
dos outros. O que
queremos dela? O que
pensamos disso?
Precisamos estudar, não
só os aspectos práticos
e científicos da questão
mediúnica, mas o seu
aspecto filosófico, para
não nos tornarmos
vítimas de armadilhas e
de ilusões.
Somente assim poderemos
enxergar a mediunidade
com a naturalidade que
lhe é própria, ainda que
requeira cuidados e
preparo, como qualquer
potencialidade do ser
humano.