A obsessão é um
dos assuntos
mais frequentes
nas
conversações,
palestras e
escritos
espíritas.
Em face disso,
usa-se também
bastante em
nosso meio o
verbo
obsidiar, de
que deriva a
palavra
obsidiado,
particípio desse
verbo.
Há, no entanto,
quem prefira
usar,
relativamente ao
assunto, o verbo
obsedar,
de que deriva a
forma
obsedado.
Em certa região
de Minas Gerais,
a palavra
obsedado é
bastante usada e
parece para
algumas pessoas
ter um sentido
mais forte.
“Fulano está
obsedado” seria,
para elas, uma
frase mais
contundente do
que “Fulano está
obsidiado”.
A pergunta que
se faz é: Qual a
forma correta?
Ambas são
corretas, mas
numa revista que
prima pelo
respeito ao
nosso idioma,
não há dúvida de
que deveríamos
usar o verbo
obsidiar e
seus derivados
obsidiado
e obsidiada.
O motivo é
simples:
obsidiar
veio-nos do
latim obsidiare.
Ora, o latim é a
língua-mãe do
idioma
português.
Obsedar nos veio
do francês
obséder.
Trata-se, pois,
de um galicismo,
que devemos
repelir sempre
que exista no
vernáculo
palavra de mesmo
significado.
O uso comum do
verbo obsedar e
de seus
derivados
obsedado e
obsedada em
determinadas
regiões em que o
movimento
espírita é mais
antigo deve,
provavelmente,
estar
relacionado com
as primeiras
traduções das
obras de Kardec,
as quais, como
sabemos, foram
escritas
originalmente no
idioma francês.
Registre-se que
os dicionários
reconhecem
também a forma
obsediar,
uma variante de
obsidiar, por
influência,
segundo alguns,
da palavra
obsessão. Mas,
como dissemos, o
ideal é que
usemos a forma
vernácula citada
acima.
*
Devemos ter o
cuidado de não
confundirmos as
palavras
obsidiado,
obsediado ou
obsedado com a
palavra
obcecado,
particípio do
verbo obcecar.
Obcecado
significa: que
tem a
inteligência
obscurecida;
contumaz no
erro; teimoso,
obstinado.
Exemplos:
- João é
obcecado no que
faz. (João é
obstinado...)
- O rapaz ficou
obcecado desde
que viu aquela
mulher. (O rapaz
ficou
confuso...)