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Joias da poesia contemporânea
Ano 5 - N° 210 - 22 de Maio de 2011
 
 

Reencarnação
 

Antônio Francisco da Costa e Silva

 

De cimo a cimo, a ideia viva esbarro...

Luzem constelações... O Céu rutila...

Estrelas resplendentes fazem fila,

Multicores vagões do Etéreo Carro.

 

Mas revejo, enlevado, o sol da vila...

O regaço materno, ansioso, agarro;

Ouço meu pai de crônico pigarro

E a voz do lar por música tranquila.

 

Fito a mesa singela, o caldo, a broa;

O velho cão rafeiro (1) geme à toa...

Ah! Saudades! Sois tudo quanto exerço!...

 

Preces a Deus, em lágrimas, transponho...

Aspiro a refazer a vida e o sonho,

Quero chorar nos júbilos do berço!...

 

(1) Cão rafeiro: diz-se de, ou cão treinado para guardar gado.

 

O poeta Antônio Francisco da Costa e Silva nasceu em Amarante, Piauí, em 28 de novembro de 1885, e faleceu no Rio de Janeiro-RJ em 29 de junho de 1950. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita