MARCELO
DAMASCENO DO
VALE
marcellus.vale@gmail.com
São Bento do
Sul, SC
(Brasil)
Mistérios de
Deus
Será dado um dia
ao homem
compreender o
mistério da
Divindade?
“Quando não mais
tiver o espírito
obscurecido pela
matéria. Quando,
pela sua
perfeição, se
houver
aproximado de
Deus, ele o verá
e compreenderá.”
(Questão 11 de O
Livro dos
Espíritos.)
Nas belas
palavras do
Gênesis, Deus
criou o homem à
sua imagem e
semelhança. Sem
poder
compreender a
divindade, o ser
humano imagina o
Criador à sua
imagem,
limitado,
finito. Para
muitos é um
soberano com
muitos poderes,
que vive em um
trono
inacessível e
por vezes se
permite vir à
Terra.
O cinema
expressou essa
visão
antropomórfica
de Deus em duas
obras
interessantes.
No Brasil, o
filme Deus é
Brasileiro
mostra um Deus
que resolve
tirar férias e
vem a nosso país
em busca de um
substituto. Em O
Todo Poderoso,
um jornalista
que tem um bom
emprego na TV e
uma bela
namorada, num
acesso de fúria,
ele questiona
Deus e seu modo
de fazer tudo
funcionar. O
Senhor, então,
resolve descer à
Terra como um
homem comum e
lhe entregar o
poder de
comandar o
planeta por um
dia.
Poderemos, a
partir de visões
simplistas como
a do cinema,
entender os
mistérios de
Deus? Como
entender Sua
essência e
compreendê-lo?
Léon Denis
propõe na obra O
Grande Enigma:
Deus, tal qual o
concebemos, não
é, pois, o Deus
do panteísmo
oriental, que se
confunde com o
Universo, nem o
Deus
antropomorfo,
monarca do céu,
exterior ao
mundo, de que
nos falam as
religiões do
Ocidente. Deus é
manifestado pelo
Universo – do
qual é a
representação
sensível –, mas
não se confunde
com este.
(1)
Allan Kardec
esclarece no
comentário à
questão 11 de O
Livro dos
Espíritos:
A inferioridade
das faculdades
do homem não lhe
permite
compreender a
natureza íntima
de Deus. Na
infância da
Humanidade, o
homem O confunde
muitas vezes com
a criatura,
cujas
imperfeições lhe
atribui; mas, à
medida que nele
se desenvolve o
senso moral, seu
pensamento
penetra melhor
no âmago das
coisas; então,
faz ideia mais
justa da
Divindade e,
ainda que sempre
incompleta, mais
conforme à sã
razão.
O apego às
sensações
grosseiras
decorrentes da
nossa visão
equivocada de
prazer, que
busca a
satisfação
apenas do
estômago para
baixo,
escraviza-nos.
Enquanto
escravizados,
desconhecemo-nos.
Sem o
autoconhecimento,
pensamos flutuar
acima dos nossos
semelhantes,
mantendo,
contudo, ideias
simplistas,
porém, ideias
recheadas de
orgulho e
observações
precipitadas.
O cientista
britânico
Stephen Hawking
afirma no livro
"The Great
Design" (lançado
em 2010) que a
Física moderna
descarta a
participação de
Deus na origem
do Universo e
diz que
aparentemente o
Big Bang foi uma
consequência
natural das leis
da Física.
Hawking faz as
seguintes
afirmações:
- "A criação
espontânea é a
razão pela qual
existe algo em
vez de nada";
- "Devido à
existência de
uma lei como a
da gravidade, o
Universo pode e
vai criar a si
mesmo do nada";
- "A criação
espontânea é a
razão pela qual
existe algo em
vez de nada, do
por quê o
Universo existe,
do por quê nós
existimos".
O Mestre Jesus,
ainda
insuperável,
ensinou acerca
dos mistérios:
Disse, então,
Jesus, estas
palavras:
"Graças te
rendo, meu Pai,
Senhor do céu e
da Terra, por
haveres ocultado
estas coisas aos
doutos e aos
prudentes e por
as teres
revelado aos
simples e aos
pequenos".(2)
(1)
O Grande Enigma,
p. 163.
(2)
Mateus, 12:25.