WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, São Paulo (Brasil)
O
mundo está
melhor
sem Bin
Laden?
A morte de Osama
Bin Laden é
apenas uma
pequena amostra
da ilusão que o
ódio pode
ocasionar na
criatura humana.
Integrantes da
família
universal podem,
quando
revestidos de
sentimentos
menos felizes,
considerarem-se
ferrenhos
inimigos, como
no caso em
questão.
Lamentável,
pois, a atitude
dos terroristas
que se voltam
contra os EUA,
como também é
lamentável a
felicidade com
ares de vitória
da terra do Tio Sam pela morte
de Bin Laden. Em
ocasiões assim
não há
vencedores.
Todos perdem.
Interessante que
o
desconhecimento
das leis que
regem a vida faz
com que até
mesmo figuras
inteligentes
percam-se em
devaneios.
Explico melhor:
André Trigueiro,
jornalista da
Globo News, no
programa em que
apresenta,
questionou a
renomado
professor de
História
Contemporânea se
o mundo ficaria
melhor com a
morte de Bin
Laden. O
acadêmico,
impetuosamente
respondeu:
Obviamente que
sim!
Certamente o
professor
desconhece que
despojado do
invólucro de
carne Bin Laden
não perdeu sua
ira. Ele não
sumiu, apenas
está sem o corpo
físico. Não
vejo, então,
qual a melhora
efetiva do mundo
sem a presença
física do
terrorista. O
mundo estaria
melhor se ele
tivesse mudado
suas disposições
íntimas,
regenerando-se.
Sabemos que nada
disso ocorreu,
portanto...
Vale destacar
também que o
sentimento de
pseudoalegria de
uma nação pela
morte de alguém
que os tem como
inimigos somente
acirra os ânimos
exaltados de
alguns
fanáticos,
fazendo a
perpetuação do
ódio e da
vingança.
A morte do corpo
não significa a
morte do
sentimento ou da
individualidade.
Continuamos
existindo e
atuando em
consonância com
nossos
propósitos e
objetivos. E as
vibrações
destemperadas de
alguns
encarnados
atingem em cheio
o objeto de suas
doentias
emanações
mentais.
Portanto, fácil
concluir que
desprovido do
corpo Bin Laden
continuará
atuando.
Por isso
recomenda-se o
perdão das
ofensas, para
que as contendas
não se
transformem em
ardilosos e
nefastos
processos de
obsessão que
perduram por
tempo
indeterminado,
até que as
partes
envolvidas
disponham-se a
aparar arestas.
É fácil perdoar,
simples passe de
mágica? Todos
sabemos que não.
O perdão é uma
construção
daquele que
busca estar em
paz consigo e
sua consciência.
Muitos dizem:
Mas como
perdoar? Como
conceder o
benefício do
perdão a um
terrorista ou a
alguém que tirou
a vida de uma
pessoa que eu
amo? Primeiro, é
preciso
compreender que
o perdão
beneficia quem o
concede,
porquanto o
livra das
correntes do
ódio e da
vingança.
Aliás, a
vingança é claro
sinal de
inferioridade.
Conforme consta
em O Evangelho
segundo o
Espiritismo, na
elucidativa
mensagem de
Júlio Olivier
que
transcrevemos
parcialmente:
A vingança é um
dos últimos
remanescentes
dos costumes
bárbaros que
tendem a
desaparecer
dentre os
homens. E, como
o duelo, um dos
derradeiros
vestígios dos
hábitos
selvagens sob
cujos guantes se
debatia a
Humanidade, no
começo da era
cristã, razão
por que a
vingança
constitui
indício certo do
estado de atraso
dos homens que a
ela se dão e dos
Espíritos que
ainda as
inspirem.
Se buscamos
seguir Jesus é
inconcebível que
vibremos com a
desdita do
outro. Se não é
possível
perdoar, ao
menos não
alimentemos a
vingança. Se o
perdão se faz
impossível e
nosso coração
ainda não é
brando o
suficiente para
concedê-lo, que
ao menos não
cogitemos de
prejudicar quem
quer que seja.
Por essas e
outras é que
discordamos com
veemência do
professor que
concedeu
entrevista ao
André
Trigueiro.
O mundo não está
melhor nem pior
sem a presença
de Bin Laden.
O mundo só
estará melhor
quando
aprendermos a
perdoar e o
mundo só será o
ideal quando
aprendermos, de
fato, a amar.
Assim, nada de
perdão,
porquanto não
estaremos mais
no primitivo
estágio de
causar dano ao
outro.
Reflitamos com
gravidade nesse
momento e
analisemos nossa
postura como
espíritas. O
ódio não combina
com aqueles que
pretendem seguir
Jesus.
Pensemos nisso.