Um antigo
lidador
Ernesto Senra
Imaginai pequena
bandeja de papel
sobre um ímã. As
partículas de
ferro
organizar-se-ão,
segundo as
linhas de força
do campo
magnético por
ele
estabelecido.
Mentalizemos as
radiações
gravitantes que
arremessamos de
nós, em torno do
próprio veículo
que nos
exterioriza. Os
órgãos vivos que
o constituem
reproduzir-lhes-ão
o impulso e a
natureza,
inclinando-nos
ao equilíbrio
ou ao
desequilíbrio, à
saúde ou à
enfermidade.
Nossa mente pode
ser comparada a
vigorosa usina
eletromagnética
de emissão e
recepção e o
nosso corpo
espiritual, seja
no círculo da
carne ou em
nosso presente
estágio
evolutivo fora
dela, é um
condensador em
que os centros
de força
desempenham a
função de
baterias e em
que os nervos
servem por fios
condutores,
transmitindo-nos
as emanações
mentais e
absorvendo-as,
em primeira mão,
de conformidade
com a lei de
correspondência
ou de fluxo e
refluxo.
No exame de
quaisquer
perturbações, é
indispensável o
serviço de
autoanálise para
conhecer a onda
vibratória em
que nos situamos
e a fim de
ponderar quanto
aos elementos
que estamos
atraindo.
Isso é de
fundamental
importância no
estudo de nossas
impressões
orgânicas,
porque,
provocando os
eflúvios
mórbidos das
entidades
enfermas que se
nos associam ao
mundo psíquico,
já estamos
consumindo esses
mesmos eflúvios,
originariamente
produzidos por
nosso próprio
pensamento,
colocando-nos em
ligação
indesejável com
os habitantes da
sombra.
Através de
nossas
radiações,
favorecemos a
eclosão ou o
desenvolvimento
de moléstias
aflitivas, como
sejam a
neurastenia e a
debilidade, a
epilepsia e a
loucura, a
paralisia e a
angina, a
tuberculose e o
câncer, sem nos
reportarmos às
doenças menores,
catalogadas nos
quadros da
sintomatologia
comum.
Referimo-nos,
porém, ao
assunto, não
para pesquisar
os raios da
treva, de cuja
intimidade
precisamos
distância.
Tangemos a
questão,
destacando o
impositivo de
trabalho para os
nossos setores
doutrinários, no
campo do
Espiritismo, de
modo a cunharmos
novos padrões
para nossas
atitudes e
atividades,
criando um
estado de
consciência
individual e
coletiva, em que
preponderem a
saúde e a
harmonia, a
compreensão e a
tolerância, a
bondade e o
otimismo, o
altruísmo e a
fortaleza moral.
A
cada passo,
somos
defrontados por
grupos de nossa
Doutrina que
mais se
assemelham a
muros de
lamentação,
repletos de
petitórios e
necessidades,
quando possuímos
em nosso
movimento toda
uma fonte de
bênçãos
renovadoras e
dons divinos, à
feição de ricos
potenciais,
mobilizáveis na
concretização de
nosso idealismo
com Jesus.
Compete-nos,
dessa forma,
acionar as
energias ao
nosso alcance
para que a nossa
tarefa não se
converta em
graciosa
colheita de
conforto
particularista,
mas sim numa
campanha viva e
ativa de valores
educacionais,
porquanto o
Espiritismo
envolve em si
mesmo o mais
vasto
empreendimento
de
espiritualização
até agora
surgido no
mundo.
Valioso é o
nosso patrimônio
doutrinário.
Mas, se o
tesouro
permanece
aferrolhado no
cofre das
teorias
inoperantes, em
verdade
perderemos no
século
oportunidade das
mais preciosas,
expressa no
ensejo de nossa
própria
edificação ao
sol do
Cristianismo
redivivo.
Em nossa posição
de associados de
luta,
encontramos
também
doutrinadores
sempre ágeis na
ministração do
ensinamento, com
imensa
dificuldade de
assimilá-lo a si
mesmos;
companheiros que
exaltam a
paciência,
conservando o
coração à
maneira dum poço
de
irascibilidade e
de orgulho;
irmãs que se
reportam à
humildade,
transformando o
lar que o Senhor
lhes confia em
trincheira de
guerra contra os
próprios
familiares, e
amigos que
glorificam a
lição do Mestre,
salientando o
impositivo da
bondade e do
perdão, com
absoluta
incapacidade de
suportar os
irmãos da
retaguarda.
Cabe-nos, assim,
modelar recursos
e iniciativas
que aperfeiçoem
não apenas os
nossos corações,
mas também
nossas casas de
trabalho, a se
fundamentarem
nas nossas
próprias almas.
Para esse fim, é
indispensável a
coragem de
aceitar os
princípios,
incorporando-os
à nossa
existência.
Os velhos homens
do mar
abandonaram a
vela que lhes
dificultava a
navegação;
entretanto, para
atingir esse
resultado,
investigaram o
vapor e
dispuseram-se a
receber-lhe os
benefícios.
As antigas
cidades aboliram
o serviço
deficiente do
gás, contudo,
para isso,
estudaram a
eletricidade e
adotaram a
lâmpada.
Reclamamos um
Espiritismo, não
somente sentido,
crido e
ensinado, mas
substancialmente
vivido, porque
amanhã seremos
congregados pela
Vida Eterna e o
trabalho na
Vida Eterna
brilhará nas
mãos daqueles
servidores que,
desde agora,
procurem
realizar a sua
própria
renovação para o
bem.
Amigos, cremos
não estar usando
a palavra de
maneira ociosa.
Desejamos fazer
em vossa
companhia essa
mesma cruzada em
que empenhais o
coração, de vez
que nós outros,
os vossos
companheiros
desencarnados,
também somos
caminheiros da
libertação,
decididos a
estabelecer
novos rumos em
nós mesmos, a
fim de que a
nossa fé seja
tanto aí, quanto
aqui, trabalho
vivo e
santificante.
Mensagem
transmitida na
reunião de 21 de
outubro de 1954,
por intermédio
do médium
Francisco
Cândido Xavier,
constante do
cap. 33 do livro
Instruções
Psicofônicas.
Ernesto Senra
foi um dos
fundadores do
Centro Espírita
Amor e Luz, a
primeira
organização
doutrinária de
Pedro Leopoldo,
instalada em 5
de fevereiro de
1903.