FELINTO ELÍZIO
DUARTE CAMPELO
felintoelizio@gmail.com
Maceió, Alagoas
(Brasil)
Deveres
“... Dai, pois,
a César o que é
de César, e a
Deus o que é de
Deus.”
(Lucas,
20:25)
Em sua romagem
terrena, o homem
se vê a braços
com múltiplas
obrigações.
Assim é que
atende a deveres
familiares e a
compromissos
profissionais,
submete-se a
preceitos
sociais e a
imposições
governamentais,
impulsionado
pelo sentimento
de afetividade
ou pela noção de
responsabilidade,
levado pelo
desejo de manter
as aparências ou
pela necessidade
de estar na
legalidade.
Ante as pressões
e exigências que
a vida inflige
no plano físico,
o homem tende
aos extremos,
ora
escravizando-se
aos reclamos do
mundo em
detrimento dos
interesses do
espírito, ora
dedicando-se
fanaticamente às
cousas sagradas,
subtraindo-se ao
tributo devido à
matéria.
O bom senso,
todavia, nos
induz ao
equilíbrio das
ações no tocante
ao cumprimento
dos encargos que
a vida material
reserva e no que
diz respeito à
preparação
espiritual para
a vida futura no
além.
Por isso, com
muita sabedoria,
Jesus respondeu
aos que o
procuravam
tentar,
perguntando se
seria lícito
pagar impostos
ao governo de
Roma: “Dai,
pois, a César o
que é de César,
e a Deus o que é
de Deus”.
Em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
cap. XI, itens 6
e 7, Kardec
comenta a
referida
passagem
evangélica nos
termos
seguintes:
“A questão
proposta a Jesus
era motivada
pela
circunstância de
que os judeus,
abominando o
tributo que os
romanos lhes
impunham, haviam
feito do
pagamento desse
tributo uma
questão
religiosa.
Numeroso partido
se fundara
contra o
imposto. O
pagamento deste
constituía,
pois, entre
eles, uma
irritante
questão de
atualidade, sem
o que nenhum
senso teria a
pergunta feita a
Jesus: ‘É-nos
lícito pagar ou
deixar de pagar
a César o
tributo?’
Havia nessa
pergunta uma
armadilha.
Contavam os que
a formularam
poder, conforme
a resposta,
excitar contra
ele a autoridade
romana, ou os
judeus
dissidentes. Mas
‘Jesus, que lhes
conhecia a
malícia’,
contornou a
dificuldade,
dando-lhes uma
lição de
justiça, com o
dizer que a cada
um seja dado o
que lhe é
devido.
Esta sentença:
‘Dai a César o
que é de César’,
não deve,
entretanto, ser
entendida de
modo restritivo
e absoluto. Como
em todos os
ensinos de
Jesus, há nela
um princípio
geral, resumido
sob forma
prática e usual
e deduzido de
uma
circunstância
particular. Esse
princípio é consequente
daquele segundo
o qual devemos
proceder para
com os outros
como queiramos
que os outros
procedam para
conosco. Ele
condena todo
prejuízo
material e moral
que se possa
causar a outrem,
toda postergação
de seus
interesses.
Prescreve o
respeito aos
direitos de cada
um, como cada um
deseja que se
respeitem os
seus. Estende-se
mesmo aos
deveres
contraídos para
com a família, a
sociedade, a
autoridade,
tanto quanto
para com os indivíduos em
geral.”