Avaliar para
evoluir
Toda atividade
concreta,
anteriormente
planejada e
pensada, merece
uma avaliação.
Essa lógica se
aplica também às
atividades
espíritas, em
especial aos
seminários,
encontros e
outras
atividades
pontuais e
temáticas. Não
que o fim de um
ciclo, de um ano
de atividades
cotidianas não
mereça uma
avaliação, mas
trataremos aqui,
por uma questão
de recorte,
daquela
avaliação
rápida, ao fim
do evento, como
prática salutar
e que merece
discussão e
enriquecimento.
A avaliação é um
diagnóstico, uma
medida, um
momento em que
sopesamos o que
houve em termos
objetivos,
captando as
percepções na
busca de uma
síntese. É onde
pontuamos o que
houve, voltando
a fase de
planejamento de
outras
atividades,
anotando os
aprendizados da
experiência,
para próximas
etapas.
A avaliação se
alimenta
basicamente de
duas fontes de
informação: as
externas e as
internas. As
externas são
obtidas por
consultas
verbais ou por
escrito às
pessoas que
participaram do
evento. A
interna, que em
parte depende
dos dados da
externa, é
oriunda da
avaliação da
equipe que
trabalhou no
evento. São
processos
complementares e
igualmente
importantes.
A avaliação
interna, ou
autoavaliação, é
um momento de
confiança,
franqueza e de
caridade com os
companheiros de
trabalho. A
avaliação não é
um tribunal, é
uma fonte de
informação para
a equipe e não
para se sair
chateado.
Necessita-se
sair resoluto,
com metas de
mudança. Mas,
para isso,
aqueles que
conduzem a
avaliação devem
ter em mente que
a indulgência e
a franqueza
devem ser
indissociáveis.
Mais do que uma
obsessão pela
melhoria, onde
metas podem
atropelar as
pessoas, a
avaliação nos
conduz a
descobrir os
caminhos para
acertar,
fortalecer as
boas práticas e
mitigar os
entraves. É um
momento de
autoconhecimento
e de
empoderamento
(1)
do grupo, e que
deve ser
integrado à
cultura das
equipes de
trabalho, como
uma ação
coletiva e não
uma prática
apenas de um
grupo seleto.
Por seu turno, a
avaliação
externa é
fundamental,
pois nos dá o
termômetro da
realidade, da
percepção das
pessoas que
participaram,
Mas a avaliação
externa, ainda
que seja a soma
de percepções,
não se trata da
verdade
absoluta.
Precisa ser
pontuada com as
percepções do
grupo
organizador, que
detém outras
visões e
informações. É
um processo
construído, e
que caminha com
as visões
internas e
externas.
Avaliamos o
processo e não a
conduta das
pessoas.
Assim, dez
minutinhos no
final dessas
atividades
operam milagres.
Para isso, basta
seguir uma
receita simples.
Não basta o
grupo dizer se
foi boa, ruim ou
regular a
atividade. É
preciso um certo
grau de
detalhamento,
avançar sobre
questões
intrínsecas,
saindo da
superfície dos
eventos,
mergulhando nas
suas
contradições, de
modo a
fortalecer as
análises.
Inicialmente, é
preciso enumerar
os pontos
positivos e os
negativos
(oportunidades
de melhoria).
Depois, listar
as inovações e
estratégias que
deram certo ou
errado. Daí,
basta
identificar
causas que
conduziram a
essas situações
positivas ou
negativas. Aí,
nessa relação de
causa e efeito,
a caridade não
pode ser
esquecida, pois
é um momento
delicado, que
exige maestria
da coordenação.
Situações
desagradáveis
são mais bem
tratadas em
particular. Após
esse
levantamento,
pode-se então
fechar uma
opinião global
do evento.
Agindo assim, a
avaliação nos
deixará uma
herança do que
deu certo, o que
deve ser evitado
e o porquê. E
assim seguem os
processos, na
melhoria
contínua, com as
pessoas. Sem
ressentimentos,
sem meias
palavras, na
comunhão de um
trabalho em
equipe, que tem
muita vontade de
acertar!
(1)
Dá-se o nome de
empoderamento à
ação coletiva
desenvolvida
pelas pessoas
quando
participam de
espaços
privilegiados de
decisões, de
consciência
social dos
direitos
sociais.
É a tradução da
palavra inglesa
empowerment.