Publicamos na seção de
Cartas da edição 210 a
seguinte mensagem, enviada à
revista por uma leitora do
Rio de Janeiro: “Desculpe o
desabafo, mas hoje tive uma
discussão com uma
evangelizadora de 25 anos
(tenho 44) que disse que não
estamos na evangelização
para dar limites, e sim para
evangelizar. Que quem tem
que dar limites são os pais.
Não concordo, acho que
evangelizar é mostrar
disciplina, limites, chamar
a atenção sim, não deixar
que as crianças façam o que
elas querem fazer. Ela disse
que não podemos ser bruscos
(procuro falar com
autoridade, mostrando para
aqueles espíritos em corpos
de crianças que eles têm
limites, e que eles não
podem fazer o que querem).
Enfim, ela quis me mostrar
que meu jeito de trabalhar é
errado, me levando às
lágrimas quando cheguei em
casa, pois trabalhei 15 anos
na evangelização infantil
(3,4,5 e 6 anos) e nunca me
chamaram a atenção. (...)
Será que os tempos mudaram?
Será que agora só temos que
ficar de meiguice com os
pequenos? Será que não tenho
perfil para evangelizar?
Será que meu trabalho de 15
anos foi todo por água
abaixo, me iludi achando que
fiz algo por aqueles
pequenos?”
A resposta dada na ocasião
pode ser vista clicando-se
neste link:
http://www.oconsolador.com.br/ano5/210/cartas.html
Completando nossa resposta,
conforme prometemos naquela
oportunidade, apresentamos
os esclarecimentos que sobre
o assunto nos foram
prestados por três
trabalhadores espíritas que
atuam na área da
evangelização infantil.
Sinteticamente, eis o que
eles nos disseram acerca da
questão proposta:
1. Evangelizar é também
estabelecer limites, a
começar pelo ensinamento
“não faças ao outro o que
não queres que ele te faça”,
mas limites fixados com
amor, demonstrando afeto e
desaprovando apenas as
atitudes da criança, sem,
contudo, menosprezá-la.
2. É claro que, em verdade,
são os pais que devem dar os
primeiros limites à criança,
ensinando-lhe respeito a
Deus, ao próximo, à
natureza, às coisas. Assim,
o ideal numa escola de
evangelização seria que
todas as crianças já
trouxessem de casa essa
noção de limites, mas isso
nem sempre acontece.
3. Pais e evangelizadores
devem escutar atentamente a
criança, procurando ver o
mundo e as situações sob a
ótica dos pequenos, sempre
agindo amorosamente, ou
seja, agindo com calma, sem
reagir às atitudes erradas,
explicando os motivos por
que não podem fazer tal ou
tal coisa e tentando
entender os porquês das
atitudes e pedidos que as
crianças fazem.
4. A questão dos limites
assume papel importante
porque numa escola de
evangelização espírita é
muito difícil para o
evangelizador trabalhar com
crianças que não têm noções
de respeito. Todos sabemos
que quando uma criança
perturba de modo frequente
uma aula o fato impede que
as outras crianças exerçam
seu direito de assistirem a
essa aula em paz.
5. O evangelizador deve
organizar a aula e exigir
comportamentos de acordo com
o ambiente e o momento de
aprendizado, o que
compreende, da parte dos
alunos, esperar a vez de
falar, respeitar colegas e
professores, fazer as
atividades.
6. A tarefa requer, porém,
que o evangelizador tenha a
necessária paciência para
que suas atitudes não
resvalem para o campo da
dureza, da aspereza.
Revela-se, nesse particular,
a exigência maior a ser
observada por todo aquele
que colabora em tais
atividades: o esforço de
desenvolver a capacidade de
amar sem pieguismo e de
exigir sem dureza, algo que
requer muita vigilância e
oração, em um verdadeiro
trabalho de
autoevangelização.
7. Para que a tarefa tenha
êxito é importante também
conhecer a história dos
evangelizandos, visando
desse modo a entender
determinadas atitudes, visto
que muitas vezes a criança
age ou reage de uma maneira
que somente poderemos
entender conhecendo sua
história e a realidade em
que ela está inserida. Com
isso será bem mais fácil
orientá-la para que tenha
atitudes e realize escolhas
que possam trazer alegria e
felicidade para todos.
8. Nesse sentido é muito
importante, sempre que
houver possibilidade, a
visita aos lares dos
evangelizandos considerados
problemáticos, porque
sabemos que o comportamento
inadequado numa sala de aula
pode ser tão-somente o
reflexo do que ocorre no lar
daquela criança.
9. Lembremo-nos também de
que as crianças tendem a
respeitar quem as trata bem
com carinho e consideração.
Afinal, somente
conseguiremos levar os
ensinamentos de Jesus ao
coração das crianças com
muito afeto e respeito pelo
Espírito milenar que ali se
encontra, temporariamente,
revestindo um corpo
infantil.
10. Quanto ao conflito
mencionado na carta, é
preciso considerar que
problemas de relacionamento
interpessoal existem e
existirão ainda por um bom
tempo, mesmo dentro de um
ambiente espírita, o que se
resolverá com o diálogo e
com a boa vontade de cada um
em ceder um pouco e observar
o ponto de vista do outro,
com vistas a encontrar
sempre a melhor solução.
*
A
respeito da importância da
evangelização das crianças,
sugerimos ao leitor a
leitura da entrevista
publicada na edição n. 9
desta revista, que pode ser
vista clicando neste link:
http://www.oconsolador.com.br/9/entrevista.html
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Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
e
envie
o
formulário
abaixo. |
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Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
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