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Questões Vernáculas
Ano 5 - N° 215 - 26 de Junho de 2011
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

 

Observe este texto: “Pode deixar, minha filha, eu coloro pra você”.

Há nele um grave erro pertinente à forma verbal coloro, inexistente em nosso idioma, porque o verbo colorir não se conjuga na primeira pessoa do singular do indicativo presente, muito embora ele possua as demais formas do presente do indicativo: tu colores, ele colore, nós colorimos, vós coloris, eles colorem.

Nota-se, claramente, que lhe faltam as formas em que depois do r da raiz se seguiriam as letras “o” ou “a”.

Em consequência disso, não há para esse verbo o presente do subjuntivo.

O texto inicial deve, pois, ser redigido de modo diferente, como, por exemplo: “Pode deixar, minha filha, eu vou colorir pra você”.

Defeito idêntico ocorre também em vários outros verbos bastante usados: abolir, banir, demolir, discernir, explodir, extorquir, impelir.

Não existem, portanto:

- eu explodo, eu demolo, eu bano, eu abolo...

*

Há uma música que tem feito algum sucesso atualmente no Brasil na qual o compositor utiliza a palavra badejo e pergunta: é badêjo ou badéjo?

A palavra badejo, segundo o Dicionário Aurélio, é um substantivo que designa os peixes serranídeos, que vivem em pequenos cardumes e são muito apreciados na caça submarina, especialmente o gênero Mycteroperca, com seis espécies na costa brasileira. A palavra é uma variante de abadejo. 

Popularmente, a palavra é também usada no Brasil como adjetivo e significa: grande, enorme, baita; incrível, extraordinário; belo, vistoso. 

Com relação à pronúncia, tanto faz, segundo o Aurélio, dizer badêjo ou badéjo. Se a palavra for pronunciada na Bahia, ninguém tenha dúvida, será badéjo, em face da tendência dos nossos irmãos daquele Estado em pronunciar, quase sempre, o “e” bem aberto.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita