Observe este
texto: “Pode
deixar, minha
filha, eu coloro
pra você”.
Há nele um grave
erro pertinente
à forma verbal
coloro,
inexistente em
nosso idioma,
porque o verbo
colorir não se
conjuga na
primeira pessoa
do singular do
indicativo
presente, muito
embora ele
possua as demais
formas do
presente do
indicativo: tu
colores, ele
colore, nós
colorimos, vós
coloris, eles
colorem.
Nota-se,
claramente, que
lhe faltam as
formas em que
depois do r
da raiz se
seguiriam as
letras “o” ou
“a”.
Em consequência
disso, não há
para esse verbo
o presente do
subjuntivo.
O texto inicial
deve, pois, ser
redigido de modo
diferente, como,
por exemplo:
“Pode deixar,
minha filha, eu
vou colorir pra
você”.
Defeito idêntico
ocorre também em
vários outros
verbos bastante
usados: abolir,
banir, demolir,
discernir,
explodir,
extorquir,
impelir.
Não existem,
portanto:
- eu explodo, eu
demolo, eu bano,
eu abolo...
*
Há uma música
que tem feito
algum sucesso
atualmente no
Brasil na qual o
compositor
utiliza a
palavra
badejo e
pergunta: é
badêjo ou badéjo?
A palavra
badejo,
segundo o
Dicionário
Aurélio, é um
substantivo que
designa os
peixes
serranídeos, que
vivem em
pequenos
cardumes e são
muito apreciados
na caça
submarina,
especialmente o
gênero
Mycteroperca,
com seis
espécies na
costa
brasileira. A
palavra é uma
variante de
abadejo.
Popularmente, a
palavra é também
usada no Brasil
como adjetivo e
significa:
grande, enorme,
baita; incrível,
extraordinário;
belo, vistoso.
Com relação à
pronúncia, tanto
faz, segundo o
Aurélio, dizer
badêjo ou badéjo.
Se a palavra for
pronunciada na
Bahia, ninguém
tenha dúvida,
será badéjo, em
face da
tendência dos
nossos irmãos
daquele Estado
em pronunciar,
quase sempre, o
“e” bem aberto.