MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Ação e Reação
André Luiz
(Parte
16)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo da obra
Ação e Reação,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1957 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como Silas
compensaria Aída do mal
que lhe causara?
Aída e ele reencarnariam
mais tarde, na condição
de irmãos consanguíneos.
Ele se consagraria à
atividade médica e a
ex-madrasta renasceria
em corpo franzino, de
maneira a sanar as
difíceis psicoses que
estava adquirindo sob o
domínio das trevas, o
que lhe marcaria a
existência na carne sob
a forma de estranhas
enfermidades mentais.
"Ser-lhe-ei, assim –
explicou Silas –, não
apenas o irmão do lar,
mas também o enfermeiro
e o amigo, o companheiro
e o médico, pagando em
sacrifício e
boa-vontade, afeto e
carinho, o equilíbrio e
a felicidade que lhe
furtei..."
(Ação e Reação, cap. 9,
pp. 125 a 127.)
B. Existe, de fato, a
regular nossos atos, a
chamada lei de ação e
reação?
Sim. A lei é, com
efeito, de ação e
reação. A ação do mal
pode, às vezes, ser
rápida, mas ninguém sabe
quanto tempo exigirá o
serviço da reação,
indispensável ao
restabelecimento da
harmonia da vida,
quebrada por nossas
atitudes contrárias ao
bem. Espírito algum –
explicou Silas –
penetrará o Céu sem a
paz de consciência, e,
se é mais fácil apagar
as nossas querelas e
retificar nossos
desacertos enquanto
estagiamos no mesmo
caminho palmilhado por
nossas vítimas na Terra,
é muito difícil
providenciar a solução
de nossos criminosos
enigmas quando já nos
achamos mergulhados nos
nevoeiros infernais.
(Obra citada, cap. 9,
pp. 128 a 130.)
C. A confissão de Silas
exerceu algum efeito
sobre os irmãos Clarindo
e Leonel?
Evidentemente. Os irmãos
citados haviam tomado a
confissão de Silas para
valiosas reflexões. Foi
por isso que,
observando-lhes a
metamorfose, Silas
convidou-os a
acompanhá-lo e, pouco
depois, conseguindo
ambos volitar, unidos à
caravana socorrista,
chegaram com André,
Hilário e o Assistente a
vasto hospital situado
em movimentada cidade
terrestre.
(Obra citada, cap. 10,
pp. 131 a 133.)
Texto para leitura
58. Silas fala de
seu retorno à carne
- Findo o relato, Leonel
rompeu o silêncio
perguntando a Silas se
ele retornaria à
existência na carne,
assim tão breve. "Oh!
quem me dera a ventura
de regressar tão
apressadamente quanto
possível!..." --
suspirou o Assistente,
acrescentando: "O
devedor está
inelutavelmente ligado
ao interesse dos
credores... Assim, antes
de tudo, é
imprescindível venha a
encontrar minha
madrasta, no vasto país
de sombra em que nos
achamos, para encetar a
difícil tarefa de minha
liberação moral". Era
preciso lembrar
novamente a lição do
Senhor: "ajudai aos
vossos inimigos". Sem
auxiliar a mulher em
cujo coração criara
importante adversária de
sua paz, não lhe seria
possível receber o
auxílio fraterno.
"Vali-me da fraqueza de
Aída -- lembrou Silas --
para arrojá-la ao
despenhadeiro da
perturbação, fazendo-a
mais frágil do que já
era em si mesma...
Agora, eu e meu pai, que
lhe complicamos o
caminho, somos
naturalmente
constrangidos a
buscá-la, soerguê-la,
ampará-la e
restituir-lhe o
equilíbrio relativo na
Terra, para que venhamos
a solver, pelo menos em
parte, a nossa imensa
dívida..." Seu pai e sua
mãe -- ela em estágio
nas Esferas Mais Altas,
como benfeitora de ambos
--, tão logo a Divina
Misericórdia o permita,
voltarão à carne, na
condição de cônjuges,
para recolher Aída e
Silas como seus filhos.
"Aída e eu seremos
irmãos nas teias
consanguíneas", afirmou
o Assistente,
acrescentando que ele se
consagraria à atividade
médica e que sua
madrasta renasceria em
corpo franzino, de
maneira a sanar as
difíceis psicoses que
estava adquirindo sob o
domínio das trevas, o
que lhe marcaria a
existência na carne sob
a forma de estranhas
enfermidades mentais.
"Ser-lhe-ei, assim --
concluiu Silas --, não
apenas o irmão do lar,
mas também o enfermeiro
e o amigo, o companheiro
e o médico, pagando em
sacrifício e
boa-vontade, afeto e
carinho, o equilíbrio e
a felicidade que lhe
furtei..." (Capítulo 9,
pp. 125 a 127)
59. O serviço de
resgate é pessoal e
intransferível -
A confissão de Silas
valia por todo um
compêndio vivo de
experiências preciosas
e, talvez por isso,
todos entraram em grave
meditação. Hilário,
contudo, como quem não
desejava perder o fio do
ensinamento, indagou ao
Assistente: "Meu caro,
disse você estar
aguardando, em comunhão
com o genitor, a
alegria de reencontrar a
madrasta... Como
entender-lhe a
alegação? porventura,
com o seu grau de
conhecimento, sofre
alguma dificuldade para
saber-lhe a moradia?"
Silas confirmou,
tristonho: "Sim, sim..."
Por que, então, os
benfeitores espirituais
não o orientavam, no
objetivo a alcançar? A
esta pergunta de
Hilário, Silas respondeu
explicando que, qual
ocorre entre os homens,
ali o professor não
podia chamar a si os
deveres do aluno, sob
pena de subtrair-lhe o
mérito da lição. "Sem
dúvida -- informou -- as
bênçãos de amor dos
nossos dirigentes hão
trazido à minhalma
inapreciáveis
recursos... Conferem-me
luz interior para que eu
sinta e reconheça minhas
fraquezas e auxiliam-me
a renovação, a fim de
que eu possa demandar,
com mais decisão e
facilidade, a meta que
me proponho atingir...
mas, em verdade, o
serviço de meu próprio
resgate é pessoal e
intransferível..."
Falando de si mesmo,
Silas trabalhava,
indiretamente, para que
Leonel e Clarindo se
entregassem ao reajuste,
e, de fato, pela
expressão de ambos,
via-se que os dois
irmãos revelavam
admirável mudança
íntima. Hilário
ponderou, então, que
todo aquele drama
deveria estar vinculado
a causas do
pretérito... Silas
confirmou, mas lembrou
que naquela atormentada
região não havia tempo
mental para qualquer
prodígio da memória:
"Achamo-nos presos à
recordação das causas
próximas de nossas
angústias,
dificultando-se-nos a
possibilidade de
penetrar o domínio das
causas remotas,
porquanto a situação de
nosso espírito é a de
um doente grave,
necessitado de
intervenção urgente, a
favor do reajuste".
(Capítulo 9, pp. 127 e
128)
60. A
toda ação corresponde
uma reação
- Silas lembrou-lhes que
o inferno
encontra-se repleto de
almas que, dilaceradas e
sofredoras, se levantam,
clamando pelo socorro
da Providência Divina
contra os males que
geraram para si mesmas,
e o Senhor lhes permite
a ventura de trabalhar
em benefício das suas
vítimas e dos irmãos
cujas faltas se afinem
com os delitos
cometidos. "Paguemos
nossas dívidas, que
respondem por sombras
espessas em nossas
almas, e o espelho de
nossa mente, onde
estivermos, refletirá a
luz do Céu, a pátria da
Divina Lembrança!...",
acentuou o Assistente.
André, cuja mente
fervilhava, não se
conteve: "Oh! meu Deus,
quanto tempo gastamos
para refazer, às vezes,
a inconsequência de um
simples minuto!" "Você
tem razão, André --
comentou Silas --, a lei
é de ação e reação... A
ação do mal pode ser
rápida, mas ninguém sabe
quanto tempo exigirá o
serviço da reação,
indispensável ao
restabelecimento da
harmonia soberana da
vida, quebrada por
nossas atitudes
contrárias ao bem... Por
isso mesmo, recomendava
Jesus às criaturas
encarnadas: --
`reconcilia-te depressa
com o teu adversário,
enquanto te encontras a
caminho com ele...'
É que Espírito algum
penetrará o Céu sem a
paz de consciência, e,
se é mais fácil apagar
as nossas querelas e
retificar nossos
desacertos, enquanto
estagiamos no mesmo
caminho palmilhado por
nossas vítimas na Terra,
é muito difícil
providenciar a solução
de nossos criminosos
enigmas, quando já nos
achamos mergulhados nos
nevoeiros infernais".
Leonel tinha os olhos
umedecidos e queria
falar. Via-se claramente
que ele tencionava
referir-se à morte de
Alzira, no lago.
(Capítulo 9, pp. 128 a
130)
61. O caso
Laudemira - Na
noite seguinte, de
regresso ao lar de Luís,
André percebeu que o
quadro não se alterara.
O sitiante continuava
no desequilíbrio de
antes, mas Clarindo e
Leonel estavam
claramente desligados
daquele painel de
sombra. Era evidente que
haviam tomado a
confissão de Silas para
valiosas reflexões.
Observando-lhes a
metamorfose, o
Assistente convidou-os a
acompanhá-lo e, pouco
depois, conseguindo
ambos volitar, unidos à
caravana socorrista,
chegaram com André,
Hilário e o Assistente a
vasto hospital situado
em movimentada cidade
terrestre. Na portaria,
um dos vigilantes
espirituais dirigiu-se
carinhosamente a Silas,
em saudação fraterna.
Era Ludovino,
encarregado da
necessária vigilância, a
benefício de alguns
enfermos de cuja
reencarnação cuidava a
Mansão. O Assistente
perguntou-lhe por
Laudemira, uma das
gestantes internadas no
hospital, e Ludovino
informou que tudo
indicava que ela
sofreria perigosa
intervenção,
esclarecendo: "Envolta
nos fluidos
anestesiantes que lhe
são desfechados pelos
perseguidores, durante o
sono, tem a vida uterina
sensivelmente
prejudicada por extrema
apatia. O cirurgião
voltará dentro de uma
hora e, na hipótese de
os recursos aplicados
não surtirem efeito,
providenciará uma
cesariana como remédio
aconselhável..." Silas
mostrou-se preocupado
com a cirurgia, porque
-- segundo informou --
Laudemira deveria
receber ainda mais três
filhos, o que seria
inviável com a
cesariana. Não havia,
pois, tempo a perder, e
eles se dirigiram, de
imediato, a uma pequena
enfermaria, onde jovem
senhora se lamentava,
aflita, tendo a seu lado
simpática matrona de
cabelos nevados, em cuja
ternura percebia-se a
presença materna.
(Capítulo 10, pp. 131 a
133) (Continua no próximo
número.)