Nos Bastidores da
Obsessão
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
8)
Damos prosseguimento ao
estudo do livro Nos
Bastidores da Obsessão,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada no
ano de 1970 pela Editora
da FEB.
Questões preliminares
A. Que fenômeno levou
Guilherme a modificar
seus propósitos?
No momento em que os
corpos repousavam,
aproveitando o período
reservado ao sono, o
grupo reuniu-se em
espírito no local da
sessão. Como Guilherme
insistia em recusar todo
e qualquer conselho,
mantendo-se numa atitude
de rebeldia e revolta,
ocorreu naquela noite o
seguinte fenômeno:
Saturnino
transfigurou-se diante
de todos, enquanto uma
aura de safirina e
profusa claridade o
envolvia. Vibrações
sublimes dominavam a
todos. O recinto modesto
transformara-se em
reduto de luz. Suave
música chegava de longe
e, surpreendentemente,
todos começaram a ver,
além do que seriam as
paredes materiais,
diversas Entidades
Espirituais que
participavam das
tarefas. Saturnino
assumiu então veneranda
figura ancestral, ligada
aos primeiros séculos do
Cristianismo na Terra e,
transbordante de luz,
falou sobre Jesus, o
amor, o progresso e a
felicidade que a todos
nós estão reservados.
Guilherme, dominado por
súbita emotividade,
prorrompeu em copioso
pranto e encolheu-se nos
braços dele.
(Nos Bastidores da
Obsessão, cap. 5, pp.
105 a 117.)
B. Onde se localizava o
Anfiteatro citado nesta
obra?
O Anfiteatro
localizava-se próximo à
região pantanosa da
cidade, em uma área
deserta e não muito
distante, que seria
atingida em uma hora de
viagem aproximadamente.
(Obra citada, cap. 6,
pp. 119 a 123.)
C. Por que o
psicovibrômetro não
acusou a entrada de
Saturnino e Glauco no
Anfiteatro?
Através de um processo
de imersão mental nas
lembranças do passado,
eles diminuíram em si o
registro vibratório.
Lentamente o aspecto
exterior se foi
adensando e a forma
padeceu ligeira
transformação que os
deformava e, como se
estivessem respirando
incômoda atmosfera,
passaram a apresentar
leves estertores,
apresentando-se
sensivelmente
modificados. Com isso,
não tiveram problemas
com o psicovibrômetro,
que tinha a capacidade
de registrar as ondas
vibratórias de todos os
assistentes,
denunciando, assim,
quaisquer intromissões
dos Espíritos
superiores.
(Obra citada, cap. 6,
pp. 121 e 122.)
Texto
para leitura
36. Manifestação
de Guilherme -
Adormecido, Guilherme
fora trasladado para
local apropriado, na
própria Terra, de modo a
refazer-se
espiritualmente até que
novo encontro com os
antigos cômpares
ocorresse. Levado por
Saturnino à sessão
mediúnica na União
Espírita Baiana, o
obsessor de Mariana foi
acometido de repentina
ira. Com os passes
recebidos do
doutrinador, lentamente
recobrou o equilíbrio e
indagou a razão do
constrangimento de que
se via objeto, estando
novamente ali. Petitinga
explicou-lhe a
necessidade do
intercâmbio. A entidade,
contudo, insistia em que
deveria retornar ao
corpo para dar
prosseguimento à
insidiosa cobrança, para
ressarcir a injustiça de
que fora vítima.
Explicou que numa das
últimas reuniões do
Anfiteatro o dr.
Teofrastus apresentara o
caso dele à multidão,
que o aclamara
delirantemente,
exaltando a ética da
"justiça com as próprias
mãos". Inquirido por
Petitinga, Guilherme
falou das reuniões que
se realizam semanalmente
no Anfiteatro e relatou
que ele recebera a
promessa de Teofrastus
de que seria auxiliado,
durante os longos anos
de afastamento do grupo,
enquanto durasse seu
mergulho na carne...
(Cap. 5, págs. 105 a
110)
37. Transfiguração
de Saturnino -
No momento em que os
corpos repousavam,
aproveitando o período
reservado ao sono, o
grupo reuniu-se em
espírito no local da
sessão. Como Guilherme
insistia em recusar todo
e qualquer conselho,
mantendo-se numa atitude
de rebeldia e revolta,
ocorreu naquela noite um
fenômeno surpreendente.
Orando em silêncio,
Saturnino
transfigurou-se diante
de todos, enquanto uma
aura de safirina e
profusa claridade o
envolvia. Vibrações
sublimes dominavam a
todos. O recinto modesto
transformara-se em
reduto de luz. Suave
música chegava de longe
e, surpreendentemente,
todos começaram a ver,
além do que seriam as
paredes materiais,
diversas Entidades
Espirituais que
participavam das
tarefas, sem que os
encarnados tivessem
consciência disso,
anteriormente. Saturnino
assumiu agora veneranda
figura ancestral, ligada
aos primeiros séculos do
Cristianismo na Terra.
E, transbordante de luz,
falou sobre Jesus, o
amor, o progresso e a
felicidade que a todos
nós estão reservados.
Guilherme, dominado por
súbita emotividade,
prorrompeu em copioso
pranto e, encolhido nos
braços de Saturnino,
parecia uma criança
crescida, mas
absolutamente
vulnerável. O
ex-obsessor de Mariana,
que buscava assimilar as
lições com expressão de
compreensível surpresa e
ansiedade, se
transformava em "homem
novo", abandonando a
carcaça sofrida do
"homem velho" imanado ao
ódio, agora renovado
pelas sucessivas
vibrações do amor. Por
fim, ele concordou em
seguir com o grupo até o
Anfiteatro, onde
importantes tarefas
seriam realizadas em
seguida. Ele confessava
seu medo, mas revelou
que, não poucas vezes,
sonhara com a paz que se
fizera longínqua. (Cap.
5, págs. 110 a 117)
38. No Anfiteatro
- O grupo reuniu-se à
frente da União Espírita
Baiana, onde os
aguardava uma carruagem
conduzida por duas
parelhas de corcéis
brancos, conduzidos por
um cocheiro de
meia-idade. O Anfiteatro
localizava-se próximo à
região pantanosa da
cidade, em uma área
deserta e não muito
distante, que seria
atingida em uma hora de
viagem aproximadamente.
Saturnino explicou a
razão de se utilizar
aquele veículo,
considerando a situação
de alguns dos Espíritos
presentes à excursão,
como Guilherme e os
companheiros encarnados.
Uma oração silenciosa
preparou a viagem. No
tempo previsto, o
veículo aproximou-se do
local, onde uma multidão
de entidades viciosas,
em atitudes repelentes,
dialogavam com
expressões vis e
ultrajantes, podendo-se
ver entre elas diversos
encarnados,
perfeitamente
diferençáveis graças aos
vínculos do perispírito
ainda ligado ao corpo
físico. Alguns pareciam
algemados às entidades
desencarnadas
libertinas, que os
conduziam como se fossem
escravos das suas
paixões e de quem não se
podiam libertar. O
recinto tresandava
putrefação. Vibrações
viscosas e sombrias
carregavam os céus que
tinham um tom
pardacento-escuro, e o
solo miasmático parecia
um paul insano. A
construção, de matéria
viscosa e escura, tinha
a forma semicircular e
fazia lembrar os velhos
circos. Luzes roxas e
vermelhas esparramavam
sombras atormentadas que
passavam perdidas nos
interesses em que se
compraziam. E, de quando
em quando, massa
compacta e barulhenta,
empurrando violentamente
os que se encontravam à
frente, chegava em
galhofa infernal. (Cap.
6, págs. 119 a 121)
39. O
psicovibrômetro
- Alguns guardas
caricatos tomavam conta
da entrada ampla, onde
se encontravam
assestados alguns
aparelhos, que faziam
lembrar os torniquetes
utilizados entre os
homens, com a diferença
de que sobre eles havia
uma caixa quadrangular,
que Saturnino informou
ter a finalidade de
impedir a entrada de
Espíritos que não
pertencessem à malta.
Era o psicovibrômetro,
que tinha a capacidade
de registrar as ondas
vibratórias de todos os
assistentes,
denunciando, assim,
quaisquer intromissões
dos Espíritos
superiores. (Cap. 6,
pág. 121)
40. Adensamento do
perispírito -
Saturnino, Glaucus e
Ambrósio tiveram de
tomar precauções
especiais para não serem
notados. Através de um
processo de imersão
mental nas lembranças do
passado, diminuíram em
si o registro
vibratório. Lentamente o
aspecto exterior se foi
adensando e a forma
padeceu ligeira
transformação que os
deformava e, como se
estivessem respirando
incômoda atmosfera,
passaram a apresentar
leves estertores e,
sensivelmente
modificados,
convidaram-nos a entrar.
(Cap. 6, págs. 121 e
122)
41. Um soberano
das Trevas - O
ambiente era
irrespirável dentro do
Anfiteatro. Nuvens de
fumo se elevavam,
abundantes, misturadas a
odores acre-fortes, como
os derivados de plantas
entorpecentes,
podendo-se ver uma
multidão espiritual, de
paixões insaciáveis,
açuladas, que
habitualmente se
atiravam atormentados
sobre os seus cômpares
enjaulados na carne, em
processos indescritíveis
de vampirizações
tormentosas. Daí a
pouco, um grupo
grotesco, estranhamente
vestido, entrou no
recinto conduzindo um
trono sob colorido
sobrecéu, em cujo
assento se encontrava
Teofrastus. O Chefe da
turba trajava roupa de
cor berrante, que
variava do roxo ao
negro, e ostentava
grosseiro manto, igual
ao usado pelos generais
da antiga Roma, que lhe
caía dos ombros. Face
gorda e macilenta, testa
larga, raros fios de
cabelo empastados,
bigodes abundantes e
suíças extravagantes,
eis a hedionda
personagem. (Cap. 6,
págs. 122 e 123)
Frases e apontamentos
importantes
LXXVII. (...) como
entender um Anfiteatro,
nos moldes dos da Terra,
a funcionar além do
túmulo? Havia lógica,
porém. Não é o mundo
físico o representante
dos efeitos? Assim
sendo, quanto existe do
lado de cá, obviamente
há do lado de lá.
(Manoel P. de Miranda,
cap. 5, pág. 109)
LXXVIII. As bênçãos da
caridade e os tesouros
decorrentes da comunhão
fraternal, somente os
conhecem aqueles que
exercitam a
solidariedade! (Manoel
P. de Miranda, cap. 5,
pág. 110)
LXXIX. (...) estamos a
serviço de Jesus-Cristo,
o Supremo Chefe da
Terra, e poder algum é
superior às forças que
Ele nos outorga para a
prática do bem e a
libertação de
consciências ainda
mergulhadas nas sombras
do crime. (Saturnino,
cap. 5, pág. 112)
LXXX. Meu filho, Jesus é
Vida, e a vida é
inevitável caminho de
todos nós, viandantes da
evolução. Ninguém se
furtará indefinidamente
ao progresso, ao amor, à
felicidade que a todos
nós estão reservados. Só
existe, soberana, no
Universo, a Lei do Amor
que rege os mundos e
comanda todas as
manifestações
existentes, porque o
Nosso Pai é o Amor.
(Saturnino, cap. 5, pág.
113)
LXXXI. O ódio a que
muitos nos entregamos,
quando inermes caímos na
rebeldia, ódio sempre
transitório, resulta da
ausência do amor que
entorpecemos e
envenenamos com as
emanações mefíticas do
nosso desequilíbrio. Não
receie, portanto, amar.
O amor oferece
felicidade a quem ama,
produzindo no Espírito
emoções transcendentes
que o enobrecem e
vitalizam. (Saturnino,
cap. 5, pág. 113)
LXXXII. Enquanto o ódio
desagrega, macera e
enlouquece, o amor
sublima e liberta... Os
que desrespeitam as Leis
da Harmonia sofrem-lhes
as consequências, sem
que nos convertamos nos
seus justiçadores,
tornando-nos,
igualmente, celerados. E
ninguém fruirá de paz ou
experimentará alegria,
vitimado em si mesmo
pelo ódio. (Saturnino,
cap. 5, pág. 113)
LXXXIII. O mal somente
faz mal a quem o
pratica, tornando-o mau.
O perdão que se doa é
semente de misericórdia
que lançamos na direção
do futuro, a benefício
próprio... Não
recalcitre. Não adie a
oportunidade da
renovação. A vida a
todos nos aguarda com a
ação benigna ou severa
com que nos conduzirmos
em relação ao nosso
próximo. Verdadeiramente
infeliz é aquele que não
perdoa, não olvida o
mal, não oferece
oportunidade de
redenção. Todo
perseguido resgata e se
liberta, enquanto o
verdugo se amarra à
dívida e se deixa
arrastar aos vigorosos
potros do sofrimento,
vencido, mais tarde,
pelos vírus que
alimentar nos escaninhos
da mente atormentada.
(Saturnino, pág. 114)
LXXXIV. As lágrimas de
justo arrependimento e
de necessária dor são
como chuva preciosa em
terra crestada,
oferecendo a
oportunidade para que
medrem as sementes da
esperança e da paz, que
padecem, até então,
esmagadas na
esterilidade do solo.
(...) Jesus é sempre a
porta, a nova
oportunidade. (...) Se o
passado se nos afigura
fantasma que nos
impossibilita a paz, o
futuro, através da
utilização do presente,
em sabedoria e nobreza,
nos enseja a bênção da
alegria e a dádiva da
paz. (Saturnino, cap. 5,
págs. 114 e 115)
LXXXV. Todos nos
encontramos enleados em
reminiscências
dolorosas. O nosso
"ontem" é qual sombra
esperando o sol do
"hoje" para a perene
claridade do amanhã...
(Saturnino, cap. 5, pág.
115)
LXXXVI. Diante dos
infelizes, o Mestre vez
alguma teve palavras de
aspereza: não os
reprochou, nem os
acicatou. Envolveu-os,
todos, na cariciosa
esperança de melhores
horas, oferecendo-lhes a
dádiva do trabalho, nas
oportunidades de mil
recomeços para o
burilamento íntimo.
(Saturnino, cap. 5, pág.
115)
LXXXVII. Raros, porém,
temos sabido valorizar o
impositivo da informação
cristã. A diretriz
evangélica, ainda hoje,
parece a muitos
"loucura", conforme
informava o apóstolo
Paulo, em seu tempo.
Tudo nos fala do amor,
desde as paisagens
felizes da Natureza às
emoções superiores da
vida; das sensações
primitivas nos seres
inferiores às expressões
de felicidade nos
homens... Todavia, o
amor, para muitos de
nós, não passa de
rematado egoísmo, no
qual asfixiamos as
esperanças dos outros
nas redes estreitas e
apertadas do nosso
personalismo infeliz...
(Saturnino, cap. 5, pág.
115) (Continua no próximo
número.)