Delíquio
moral
Um
descuido,
uma
concessão
e se
estabelecem
os
vínculos
inditosos
“(...)
Mas
todas
estas
coisas
se
manifestam,
sendo
condenadas,
pela
luz,
porque a
luz tudo
manifesta.”-
Paulo (Ef.,
5:13.)
Szymel
Slizgol
(Espírito)
afirmou:
“A
pressão
moral
exercida
pela
prática
do bem
sobre a
Humanidade
é tal
que, por
mais
materializada
que esta
esteja,
inclina-se
sempre,
venera o
bem, a
despeito
de sua
tendência
para o
mal”.
Gandhi
declarou:
“Nesta
era de
maravilhas,
ninguém
dirá que
uma
coisa ou ideia
não
presta
porque é
nova.
Dizer
que é
impossível
porque é
difícil
não está
de
acordo
com o
Espírito
de nosso
tempo.
Coisas
que
jamais
foram
sonhadas
estão
sendo
vistas
diariamente;
o
impossível
está a
todo
instante
se
tornando
possível.
Ficamos
constantemente
impressionados
com
descobertas
espantosas
no campo
da
violência.
Mas
afirmo
que
descobertas
ainda
mais
espetaculares
e
aparentemente
impossíveis
serão
feitas
no campo
da
não-violência”.
Jesus,
Francisco
de
Assis,
Gandhi
foram –
todos
eles –
vexilários
da
não-violência
e do
amor...
É de
Jesus a
assertiva:
“Aquele
que crê
em mim
também
fará as
obras
que eu
faço, e
as fará
maiores
do que
estas”.
Gandhi
aduziu,
em
outras
palavras,
algo
parecido:
“Não
tenho a
menor
sombra
de
dúvida
de que
qualquer
homem ou
mulher
pode
realizar
o mesmo
que eu
realizei,
se fizer
o mesmo
esforço
e
cultivar
a mesma
fé e
esperança...
(...) O
bem
viaja
com a
velocidade
de uma
lesma.
Aqueles
que
querem
praticar
o bem
não são
egoístas,
não
estão
com
pressa,
sabem
que é
preciso
muito
tempo
para
impregnar
as
pessoas
com o
bem”.
O
Bhagavad-Gita,
também
conhecido
como
“Gitopanisad”,
que é a
essência
do
conhecimento
védico e
um dos
mais
importantes
“Upanisads”
na
literatura
védica,
no
capítulo
seis,
item
vinte e
seis,
alerta-nos
sobre o
seguinte:
“De
qualquer
coisa e
de onde
quer que
a mente
divague
devido a
sua
natureza
flutuante
e
instável,
a pessoa
certamente
deve
retirá-la
e
trazê-la
de volta
sob o
controle
do eu”.
Sintetizando
todos os
assertos
acima
expostos
por
esses
diversos
luminares
e
confluindo
com o
vero
Cristianismo,
vem a
Doutrina
Espírita
nos
falar do
livre-arbítrio
e da
excelência
da
prática
do Bem,
ao
inscrever
em sua
bandeira:
“fora da
Caridade
não há
salvação”;
ao mesmo
tempo
informando-nos
a
respeito
do
“homem-velho”
com suas
arraigadas
e
ancestrais
idiossincrasias
negativas
de
difícil
erradicação.
Em
inspirada
página
mediúnica,
através
da
psicografia
de
Divaldo
Franco,
Joanna
de
Ângelis
esclarece:
“Enquanto
o bem
caminha
na
semiobscuridade,
com
sandálias
de
veludo,
o mal
ganha
título
de
cidadania
em
praças
públicas
sob os
“spotlights”
da
promoção”.
Concluímos,
assim,
que a
tarefa
do
autoburilamento
não é
fácil
num
contexto
tão
hostil
ao Bem.
Sem
embargo,
pelos
abençoados
e
alcandorados
parâmetros
e
balizas
das
luzes do
Consolador,
atingiremos
o
desiderato
apontado
por
Jesus e
assinado
pelo
Pai:
a
suprema
perfeição.
Os
cardos
ferintes
das
terras
sáfaras
farão
sangrar
os pés
viajores,
mas
“aquele
que
perseverar
até o
fim”
atingirá
a meta
colimada.
“Vigiai
e Orai”
são as
sábias
palavras
de Jesus
que não
podemos
olvidar
nem
desconsiderar
para não
soçobrarmos
sob o
guante
de
acerbas
dores e
nos
báratros
das
desilusões
e
agonias.
É ainda
Joanna
de
Ângelis
quem nos
alerta:
“Um
delíquio
momentâneo,
aceito
com
naturalidade,
abre as
portas
da
dignidade
à
corrupção”.
Não é
difícil
compreender
isto
quando
levamos
em conta
que os
atavismos
do
“homem-velho”
são
natural
e
facilmente
excitáveis.
Mas
continua
a
Mentora
Amiga a
sua
exposição:
“A
mentira
inocente
estimulada
transforma-se,
um dia,
numa
calúnia
bem
urdida;
uma taça
de licor
singela,
repetida,
faz-se
veículo
de
alcoofilia
martirizante”.
Devemos
estar
sempre
atentos
aos
execrandos
processos
de
sintonia
infeliz,
muitos
deles
tão
sutis
que só
os
percebemos
quando é
tarde
demais
para
reagir.
Ao mesmo
tempo
devemos
fortalecer
nossas
defesas
através
de
medidas
profiláticas,
tais
como:
a
oração,
a
vigilância,
leituras
edificantes
e ação
permanente
no Bem.
Segundo
a
Veneranda
Mentora,
os
processos
de
sintonia
decorrentes
de
vícios e
delitos
“(...)
tomam
corpo em
decorrência
dos maus
hábitos,
estimulados
pela
insensatez,
cultivados
pela
permissividade
social;
assumem
aspecto
inocente
e se
incorporam
à
personalidade,
tornando-se
uma
segunda
natureza
que
absorve
os
recursos
superiores
da vida,
culminando
por
seviciar
e vencer
os que
derrapam
na sua
inditosa
direção.
Defluem,
muitas
vezes,
de
inspirações
perniciosas
de
mentes
desencarnadas,
em
processo
insinuante
de
obsessão
simples,
que se
converte
em
subjugação
selvagem,
mediante
a qual
os
fenômenos
de
interação
entre os
dois
planos
se
processam
soltos,
ensejando
o
estremunhamento
dos
cômpares
que se
infelicitam
reciprocamente
em
doloroso
processo
de longo
curso em
que se
interdependem,
amargurados...
As
paixões
dissolventes
que
envenenam
com
tenacidade,
em
programática
segura,
florescem,
pestilenciais,
na alma,
na mente
e no
corpo.
Seja sob
qual
aparência
os
descubras
em ti,
não lhes
dês
trégua.
Sê
severo
nos teus
compromissos
morais,
nas tuas
relações
sociais,
impondo-te
elevação
e
austeridade.
Um
descuido,
uma
concessão
e se
estabelecem
os
vínculos
inditosos...
Morigeração
e
cuidado
deves
manter,
mesmo
que os
outros
se
favoreçam
com
maior
soma de
liberdade,
a fim de
preservar-te
das
artimanhas
dos
vícios e
delitos
que
trazes
do
ontem,
que
podes
adquirir
hoje e
que
estão
fáceis
por toda
parte...
Sublimes
realizações,
tarefas
nobilitantes
que
suportaram
graves
investidas
do mal,
homens e
mulheres
resolutos
que se
ofereceram
ao bem e
ao dever
tombaram,
inermes,
ante os
vapores
dos
vícios
sociais
e
delíquios
morais
aparentemente
ingênuos,
que
terminaram
por
vencer
as
decisões
robustas
em que
fraquejaram.
Assim,
vigia e
perscruta
teus
sentimentos.
Se
descobrires
tendências
e
inclinações
más, não
adies o
combate,
nem te
conceda
pieguismo.
Luta e
vence-os
de uma
vez,
arrebentando
os elos
mantenedores
da
viciação
e dos
delitos,
a fim de
lograres
o êxito
que
persegues,
anelas e
necessitas”.
Não
falece
dúvida
de que
nosso
esforço
será
secundado
pelo
apoio
dos
Maiores
da
Espiritualidade
e desde
já
poderemos
ser
reconhecidos
como
verdadeiros
espíritas
ou como
espíritas-cristãos,
cuja
precípua
característica
é
justamente
o
acirrado
combate
pela
transformação
moral,
sendo o
corolário
de tal
ação o
alijamento
completo
das
inclinações
más e de
tudo que
provoca
óbices à
nossa
definitiva
alforria
espiritual.
- KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. 51. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, 2ª parte, Expiações Terrestres.