ARTUR FELIPE DE
AZEVEDO FERREIRA
arturfelipeazevedo@msn.com
Goiânia, Goiás
(Brasil)
Movimento
Espírita, alvo
das investidas
das sombras
organizadas
O Espírito
Camilo, através
da psicografia
de José Raul
Teixeira, fez um
alerta
muitíssimo
pertinente
intitulado "Uma
Reflexão sobre o
Movimento
Espírita",
constante da
obra "Desafios
da Educação"
(Editora Fráter).
Como o prezado e
atento leitor
poderá notar, a
citada entidade
espiritual
analisa
detalhadamente a
quantas anda o
Movimento
Espírita em
vista da falta
de estudo e
conhecimento do
Espiritismo,
resultando na
tentativa de
enxertias e
desvios de todo
tipo,
incentivadas
pela
espiritualidade
inferior,
interessada em
promover o
sincretismo e a
confusão em
nossas fileiras.
Leiamos com
atenção e
vejamos a
estreita conexão
com aquilo que
vimos
analisando.
Inicialmente, a
nobre entidade
fala sobre a
excelência da
mensagem
espírita e da
grandiosa figura
do Codificador
Allan Kardec e
sua preocupação
com a UNIDADE
doutrinária:
"A excelente
Mensagem
Espírita chega
ao mundo como
refrescante e
iluminada
aurora,
anunciando um
dia novo de
bênçãos para o
planeta,
atendendo as
imensas
carências da
alma terrestre,
que vivia a
braços com as
trevas
ocasionadas pelo
absolutismo
materialista,
que tem seus
fundamentos
balançados, em
razão das Vozes
altíssimas e
claras que
rasgaram o
silêncio dos
túmulos, para
invadir os
ouvidos da
Humanidade
inteira. Como
chuva bondosa, a
Doutrina
Espírita penetra
o solo
ressequido das
almas, onde, a
partir de então,
as sementes
nobres dos
ensinamentos do
Mundo Superior
teriam toda a
chance de
germinar e
medrar,
estabelecendo
ventura e
progresso. Eram
novos tempos
para a cultura e
para a fé,
agora irisadas
por luzes
espirituais que
se mostravam
diante de todos,
formulando
convite ao
Espírito humano
para um
pensamento mais
alto.
No centro das
ocorrências,
destaca-se a
figura augusta
do professor
Rivail,
universalmente
conhecido como
Allan Kardec, e
na sua visão de
Espírito de
escol, sabia e
afirmava que
seria ponto de
honra para o
desenvolvimento
da Mensagem na
Terra a
manutenção da
unidade. Seria
indispensável
que em toda
parte, onde
surgisse um
núcleo de
estudos do
Espiritismo, se
pudesse falar a
mesma linguagem,
sem que houvesse
riscos de ser
ele desfigurado,
sem riscos de
que viesse a
sofrer
enxertias, o que
seria descabida
ocorrência no
bojo de uma
doutrina de
tamanha lucidez.
A preocupação do
Codificador,
porém, dizia que
tais
dificuldades
eram passiveis
de ocorrer."
Prosseguindo, o
Espírito Camilo
comenta sobre o
crescimento do
Movimento
Espírita e faz
um alerta:
"O tempo passa,
as atividades em
torno da
Doutrina
Espírita são
desenvolvidas
com rapidez. Da
Sociedade
Parisiense de
Estudos
Espíritas, em
1858, aos dias
atuais, podem-se
contar por
milhares as
instituições
levantadas no
mundo em nome da
Veneranda
Doutrina. Do
pequeno grupo de
almas dispostas,
que ladearam o
Codificador,
suportando toda
agrestia e
fereza dos
primeiros
preconceitos até
hoje, quando se
torna status
importante
dizer-se
espírita, há
quase um século
e meio de
modificações na
mentalidade
geral. À
semelhança do
que ocorreu com
a primitiva
comunidade dos
Apóstolos de
Jesus, que foi
perdendo em
qualidade à
medida que se
foi expandindo,
se popularizando
e ganhando
notoriedade
através do
prestígio
político de
Roma, as
atividades ao
redor do
Espiritismo - o
Movimento
Espírita - foram
tomando
contornos
preocupantes em
todo lugar, na
proporção do seu
agigantamento
acompanhado pelo
desconhecimento
declarado dos
seus
fundamentos."
Como pudemos
perceber, Camilo
aponta o
desconhecimento
decorrente da
falta de estudo
do Espiritismo
como razão
principal para a
perda de
qualidade que se
nota em todo
lugar no que
tange à prática
doutrinária, tal
qual ocorreu com
o Cristianismo,
que em
praticamente
nada se
assemelha àquilo
que foi legado
por Jesus.
"Allan Kardec,
valendo-se do
seu inesgotável
bom senso,
estabeleceu que
o Espiritismo é
uma doutrina de
livre exame,
significando
que, não sendo
impositiva,
oferece ao
indivíduo que
vai ao seu
encontro todas
as
possibilidades
de discussão e
de análises, até
que tenha podido
compreender suas
bases, de modo a
vivê-las com
claridade mental
e segurança.
Tristemente,
muitos pensaram
que tal condição
de Mensagem lhes
permita adaptar
os seus
preceitos
doutrinários aos
próprios gostos
e tendências,
sem causarem
problemáticas
adulterações no
trabalho de
profunda
coerência dos
Numes Tutelares
da Terra."
Realmente
perfeita a
colocação do
Espírito Camilo.
Muitos acham que
podem adaptar
seus atavismos
ao corpo
doutrinário
espírita,
demonstrando,
com isso, total
incoerência. Se
não se encontram
satisfeitos com
o Espiritismo, e
não sendo esta
uma Doutrina
exclusivista e
impositiva, nada
mais sensato que
dedicarem-se aos
seus movimentos
religiosos,
deixando a
prática espírita
livre de
adulterações e
enxertias
descabidas.
"Referiu-se o
Codificador à
compreensão do
Espiritismo
dizendo que quem
deseje tornar-se
versado numa
ciência tem que
a estudar
metodicamente,
começando pelo
princípio e
acompanhando o
encadeamento e o
desenvolvimento
das suas ideias
(Kardec, A. O
Livro dos
Espíritos,
introdução,
parte VIII).
Lamentavelmente,
porém, muitos
admitiram que
poderiam falar e
agir em seu
nome, sem o
mínimo de estudo
de sua doutrina,
na pressa
inconsequente
por obter
fenômenos que
bem podiam ser
buscados fora
dos arraiais
espíritas, o que
não vincularia a
possível má
qualidade ou a
sua impostura ao
respeitável
estatuto
espiritista.
Os abnegados
Prepostos do
Cristo ensinam
na Codificação
que o ensino dos
Espíritos tem
que ser claro e
sem equívocos,
para que ninguém
possa pretextar
ignorância e
para que todos o
possam julgar e
apreciar com a
razão (O Livro
dos Espíritos,
questão 627).
Desafortunadamente,
indivíduos
oriundos dos
mais diversos
territórios
intelectuais,
das mais
variadas regiões
morais, com as
mais estranhas
idiossincrasias,
atiraram-se a
propor
alterações
doutrinárias, a
fazerem
adaptações
inconsistentes
quão perigosas,
introduzindo
ideias e
práticas
francamente
estranhas aos
textos e
contexto da
Doutrina. São
muitos os que,
ignorantes, vão
mantendo outras
criaturas no seu
mesmo nível,
abominando
estudos,
detestando
análises,
impossibilitando
a aeração dos
movimentos do
raciocínio. Um
grande número
não crê no que o
Espiritismo
expõe, mas se
vale da atenção
dos crédulos e
ingênuos, sempre
abundantes, para
impor as suas
próprias
fantasias que
trata de
envolver com as
cores da
Veneranda
Doutrina, porque
sabe do desvalor
do produto que
oferece,
querendo adesões
que lhe incense
a vaidade.
Nenhum problema
provocaria o
indivíduo que
criasse uma
ordem de ideias,
uma doutrina
pessoal e que a
defendesse com
insistência, em
seu nome mesmo,
e a partir disso
cobrasse
atendimento,
forjasse
distintivos,
premiações,
imagens de
"santos"
encarnados,
liturgias
sacramentais e
ordenações. Toda
a sua prática
seria buscada e
seguida pelas
almas que
sintonizassem
com isso, como
deparamos no
mundo dos
intocáveis ismos,
personalizados e
personalistas,
arrebanhando
grupos imensos
de fanatizados,
que pagam bem
caro para
comprar um lugar
no céu...,
conforme a
promessa dos
seus líderes."
Camilo cita
aquilo que
também
defendemos:
sigam a quem
quiserem e
aquilo que bem
entenderem, têm
todos esse
direito, mas
aqueles que se
dizem espíritas
devem cuidar
para que o
Espiritismo
mantenha-se
livre de
misturas,
atavios e
enxertias,
permanecendo
claro e límpido
conforme nos foi
legado pela
Espiritualidade
Superior.
"Quanto ao
Espiritismo,
porém, as coisas
devem ser
diferentes. Não
havendo
obrigação da
pessoa ser
espírita;
inexistindo
qualquer ameaça
infernal para
quem não aceite
sua orientação;
não se
prometendo
premiações
celestiais a
quem quer que
seja e sendo uma
escolha livre da
criatura, em
meio de tão
diversificadas
opções, torna-se
imprescindível
que quem queira
ser espírita se
despoje dessa
terrível vaidade
de que querer
que as coisas
sejam a seu
gosto, ao invés
de ajustar-se
aos espirituais
ensinamentos da
Grande Luz.
Imprescindível
que o sincero
espírita assuma,
de fato, a
disposição de
melhorar-se com
o conteúdo
assimilado das
lições do
Infinito,
pelejando para
domar as suas
inclinações
inferiores."
No trecho a
seguir, Camilo
fala da
estratégia da
espiritualidade
inferior para
aniquilar o
Movimento
Espírita:
"Com tristeza,
percebe-se hoje
que o Movimento
Espírita, que
dispõe de tudo o
que a Doutrina
Espírita lhe
brinda para ser
amadurecido,
pujante e
avançado, tem
sido alvo das
investidas das
Sombras
organizadas e se
encharcado com
seus conteúdos
peçonhentos e
danosos. Daí,
são núcleos
criados para
reverenciar
personalidades
vaidosas, que
não abrem mão da
relação de
vassalagem; são
instituições
montadas somente
para atender os
corpos, sem
qualquer
compromisso com
o Espírito
imortal que
permanece
vagueando nas
trevas de si
mesmo; são casas
erguidas para
desfigurar o
pensamento
espírita, em
razão das
mesclas
implantadas com
doutrinas,
filosofias e
práticas
orientalistas ou
africanistas
que, mesmo
merecendo
respeito, têm
propostas bem
distintas das do
Consolador."
Tais observações
de Camilo não
poderiam ser
mais claras: a
ênfase em
trabalhos de
cura de corpos
em detrimento do
estudo da
Doutrina; a
inserção de
práticas
orientalistas e
africanistas; a
idolatria a
personalidades
vaidosas e
centralizadoras,
encarnadas e
desencarnadas,
tidas como
detentoras
exclusivas da
Verdade... Tudo
isso com o
velado objetivo
de desfigurar o
Espiritismo.
"Ainda em nosso
Movimento
Espírita, se há
confundido o
caráter
universalista do
Espiritismo com
uma infausta
tendência
agregacionista,
pois, ao invés
de o pensamento
espírita ajudar
a ver o mundo
dentro da óptica
da Vida
Superior, para
que o indivíduo
saia do nível
das considerações
meramente
materiais, vê-se
que tudo que é
encontrado de
"interessante"
mundo afora,
deseja-se
agregar ao
Espiritismo.
Cânticos,
terapias,
experimentações
psíquicas
diversas,
mantras,
vestuário,
jargões,
festividades de
gosto execrável
e coisas outras
ocupando variado
espectro, têm
despontado aqui
e ali, em nome
da Doutrina
Espírita. E, o
que é mais
contristador, é
que tudo isto se
dá diante da
postura inerme
dos que
aceitaram
responsabilidades
diretivas das
quais não dão
conta. Tudo isto
tem sido
acompanhado com
o consentimento
dos que dirigem,
coordenam,
"orientam"..."
Exatamente como
pensa a seita
ramatisista:
tudo creem devam
incorporar ao
Espiritismo, em
nome de um
suposto
"universalismo",
que, na verdade,
não passa de
confusão
sincrética
oriunda de
atavismos e
falta de
aprofundamento e
entendimento da
proposta
doutrinária
espírita.
Disseminam aos
quatro cantos
que Kardec
(entenda-se a
Codificação)
estaria
ultrapassado,
como se as
verdades
universais
fossem mutáveis,
ao mesmo tempo
que desejam
inserir no
Espiritismo as
crendices e
superstições
cujas origens
remontam a
milhares de
anos, quando a
civilização
achava-se em sua
infância. E
quando chamados
à atenção,
colocam-se na
posição de
vítimas, de
perseguidos,
raivosamente
alegando "falta
de caridade"
daqueles que
lutam
pacificamente
pela manutenção
da unidade
doutrinária. No
entanto, como
bem disse o
Espírito Camilo,
falta de
caridade é
justamente nada
fazer e
tão-somente
observar o
crescimento
dessas estranhas
ideias em nosso
meio.
Conclui Camilo,
magistralmente:
"Afirmou o
Celeste Guia que
ninguém pode
servir a dois
senhores...
Estabeleceu o
Excelso Mestre:
Seja o vosso
falar sim, sim,
não, não...
Informa o
Espírito da
Verdade: Deus
procede ao censo
dos seus
servidores fiéis
e já marcou com
o dedo aqueles
cujo devotamento
é apenas
aparente. Vale a
pena refletir em
todos esses
brilhantes
dizeres e nessas
imagens tão
expressivas dos
mentores da
Humanidade. A
hora é,
incontestavelmente,
de testemunhos
difíceis, e quem
ainda não se
sinta em
condições de
tomar do
conteúdo da
luminosa
Revelação e
dar-lhe impulso
positivo,
fazendo-a útil a
si e aos irmãos
do caminho,
comece ou
recomece o
esforço íntimo
para o
fortalecimento
da vontade de
crescer, de
despojamento do
comodismo do
homem velho, uma
vez que Jesus
Cristo confia
nos empenhos das
suas ovelhas, e
conta que esses
empenhos sejam
verdadeiros,
para que o seu
devotamento não
seja tão somente
aparência, a fim
de que se possa,
então, construir
um Movimento
Espírita vívido
e forte, capaz
de representar
as excelências
do Espiritismo
vivenciado e
sofrido, se
necessário,
através das
ações e
convicções dos
seus seguidores
fiéis."